Do primeiro contato até hoje, já se vão mais de 50 anos desbravando o mundo sobre motocicletas. “E sem nenhum acidente”, ele faz questão de ressaltar. Com 82 anos, atualmente, Raimundo mora em Guaratinguetá, município do interior paulista, e ainda é um ativo motociclista. Mantém em casa um acervo composto por uma Honda Titan 150, uma Honda Shadow 750 e um triciclo com motor do Volkswagen Fox.
Este último, ele explica, foi a aquisição mais recente e veio para aumentar o conforto nas viagens constantes que faz com seu grupo, o Motociclistas de Cristo. “Fazemos muitos passeios nos fins de semana”, afirma Raimundo. Por “passeio” entenda-se trajetos que podem chegar a até 500 km, com até 10 triciclos e 15 motos. Perguntado sobre o cansaço de viagens do tipo, ele responde prontamente que o que predomina é o prazer de pegar a estrada. “A gente vai parando a cada 100 km para descansar e comer. É tudo feito com muita tranquilidade, não cansa”, diz.
O nome do grupo, Motociclistas de Cristo, se deve porque todos são católicos fervorosos – a cada primeiro domingo do mês, inclusive, eles costumam ir à cidade de Aparecida do Norte, também no interior de São Paulo, e assistir a missa na famosa basílica, que é um dos berços do catolicismo brasileiro. E um dado curioso: a trilha sonora do caminho inclui rock and roll, estilo musical que eles apreciam.
O amor de Raimundo pelo motociclismo é tanto que até o seu segundo casamento civil, em 2009 (ele é viúvo do primeiro), teve os veículos como importantes coadjuvantes. Ele chegou de moto ao cartório. E a noiva, de triciclo. Para a cerimônia religiosa, programada para o ano que vem, ele já adianta: vai todo mundo de moto de novo.
Paixão por motores até no trabalho
Quando chegou a São Paulo, Raimundo começou trabalhando em uma loja de roupas. Mas logo isso iria mudar e ele entraria de vez no universo sobre rodas, arranjando um emprego de eletricista. Exerceu a profissão até se aposentar e foi, ao longo do tempo, investindo no seu acervo pessoal.
Hoje, além das duas motos e do triciclo, ele tem ainda um Fusca 1965 e um Fiat Palio. Este último, ele explica, é só para casos excepcionais, como viagens mais longas em que há grande risco de pegar chuva forte na estrada. Mas para o uso cotidiano, na cidade, ou sai nas motos ou no Fusca, do qual fala com muito carinho. “Esse é minha paixão”, admite. Nós corrigiríamos a frase: é uma entre várias paixões.
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