Enquanto isso em Cuba…

Quando Yoani Sanchez, 32, quer atualizar seu blog sobre a vida cotidiana em Cuba, ela se veste de turista e entra confiante em um hotel de Havana, cumprimentando os funcionários em alemão.

Isso acontece porque cubanos como ela não estão autorizados a usar as conexões de Internet do estabelecimento, reservado a estrangeiros.

Ela e um punhado de outros blogueiros independentes estão abrindo uma fresta no severo controle do governo sobre a mídia e a informação, para dar ao resto do mundo um vislumbre da vida em um Estado comunista onde partidos de oposição são proibidos.

Quando chega ao hotel, Sanchez precisa escrever rapidamente. Não porque ela tem medo de ser apanhada em flagrante, mas porque o acesso à rede é proibitivamente caro. Uma hora de Internet custa cerca de 6 dólares, o equivalente a 15 dias de salário para um trabalhador cubano médio.

Blogueiros independentes como Sanchez tem de criar seus sites em servidores fora de Cuba e têm mais leitores fora do país do que dentro dele. Isso não surpreende, já que apenas 200 mil cubanos, ou menos de dois por cento da população, têm acesso à Web, o menor índice na América Latina, de acordo com a União Internacional de Telecomunicações.

Apenas funcionários do governo, professores, universitários e pesquisadores estão autorizados a manter contas próprias de Internet, fornecidas pelo governo.

O restante dos cubanos só podem manter contas de email, às quais têm acesso nas agências dos correios, onde também podem visitar sites cubanos. O acesso ao restante da rede, no entanto, é proibido para eles.

Para os blogueiros independentes de Cuba, as dificuldades de acesso podem significar intervalos de dias, semanas ou até meses entre notas publicadas.

O governo culpa o embargo comercial norte-americano pela situação, porque ele impede que o país tenha acesso a cabos submarinos de fibras ópticas que correm a apenas 20 quilômetros de seu território, e em lugar deles depende de caras conexões via satélite para se conectar à rede de países como o Brasil, Chile e Canadá.

Mas os críticos alegam que isso é apenas um pretexto para que as autoridades mantenham controle sobre a Internet.

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Redação Geral

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