DoCoMo perde o domínio do mercado móvel japonês
Depois de uma década como operadora dominante de telefonia móvel, a NTT DoCoMo já não pode dizer que fornece celulares à maioria dos japoneses, demonstram os números de março, e rivais menores avançaram em uma feroz disputa por mercado antes do início do ano fiscal e acadêmico.
A DoCoMo, divisão móvel do antigo monopólio estatal de telecomunicações NTT, detinha 49,7 por cento do mercado japonês de telefonia móvel no final de março, ante 50,2 por cento em fevereiro, de acordo com a Telecommunications Carriers Association.
A DoCoMo informou que foi a primeira vez em cerca de uma década que sua fatia de mercado caiu abaixo da metade.
“À medida que as necessidades dos usuários se tornam mais variadas, é difícil para uma operadora reter porção majoritária do mercado”, disse Shinji Moriyuki, analista sênior da Mitsubishi UFJ Securities.
“A Softbank está vencendo, nesse mercado em mutação, porque ela se preocupa com o preço, design e serviços como uma empresa de varejo, enquanto as demais empresas ainda agem como operadoras de telecomunicações”, acrescentou.
Março é um grande mês para a telefonia móvel japonesa, com as operadoras lutando para conquistar estudantes e empresas como clientes antes de abril, o início do ano fiscal e letivo japonês.
A corrida por novos clientes este ano foi vencida pela terceira maior operadora do mercado, a Softbank Corp, que superou por escassa margem a segunda colocada, a KDDI .
A despeito de uma blitz de marketing para tentar acompanhar os descontos oferecidos por seus rivais, a DoCoMo conquistou 173,7 mil novos usuários em março, cerca de um terço do total de 543,9 mil obtido pela Softbank ou dos 500,5 mil da KDDI.
Os números representam o total de novas assinaturas menos os assinantes que cancelaram seus planos com a empresa, e é esse o fator que vem prejudicando a DoCoMo, depois de uma mudança de normas em 2006 que permite a usuários trocar de operadora mantendo o mesmo número de telefone.
A DoCoMo perdeu 137 mil usuários que mantiveram seus números e trocaram de operadora, o que eleva o total de perdas da empresa a 916,4 mil assinantes nos 12 meses até março.