Empresas ligadas a TIM acusadas de má-fé por concordata
A promotoria acusa os diretores das empresas ligadas à Telecom Itália de usar de má-fé ao pedir a concordata, já que o capital com o qual afirmavam contar, o das empresas matrizes na Itália, já estava comprometido por causa da moratória pedida na própria metrópole estrangeira. Em vista disso o Ministério Público determinou voltar para o juízo de origem os processos falimentares das empresas ligadas à Telecom Itália encarregadas de instalar a rede GSM da TIM no Brasil. Segundo o Ministério Público, sete sócios e dirigentes de dez empresas, ligadas entre si e que mantinham relações com a TIM Brasil, esvaziaram os patrimônios das companhias logo depois da instalação da rede GSM no país, deixando um passivo de R$ 100 milhões cobrados judicialmente por credores, que protestaram cerca de 700 títulos das empresas.
O caso das falências das empresas ligadas à Telecom Itália é investigado pelo MP desde 2002, quando as sociedades começaram a demonstrar sinais de insolvência. Diante da má situação econômica, de acordo com o MP, os sócios e dirigentes de dez empresas ligadas entre si e que mantinham relações com a TIM Brasil esvaziaram os patrimônios das companhias.
Em maio, o MP ajuizou denúncia contra sete acusados por fraude, falsidade ideológica, formação de quadrilha, omissão de escrituração fiscal, extravio de documentos e desvio de bens. São eles Gianni Grisendi, Edna Rodrigues da Silva Abud, Atílio Ortolani, Claudio Raffaelli, Michele Panati, Rubens Ronaldo Pedroso e Nilton Martins de Lara.
Faziam parte do sistema as empresas Tecnosistemi, Eudósia, Metalpark, Acquasparta, Servsite, Cral, Denwabras, Palas Athena, Technosson, SAI Brasil, Tecnolux, Net Systems e Sisargas. Segundo o MP, elas foram criadas com a privatização da telefonia estatal italiana e gravitavam em torno da Telecom Itália, apoiando o esforço empresarial da multinacional dentro e fora de suas fronteiras. Algumas delas, pelo que apurou o Ministério Público Federal, foram criadas no Brasil especificamente para serem fornecedoras da TIM.
A acusação lista também o sumiço de livros fiscais e contábeis que poderiam esclarecer onde foi parar parte do patrimônio das falidas Techonosson Brasil Ltda, Palas Athena Engenharia e Construções Ltda e Denwabras Com. e Engenharia de Telecomunicações Ltda. O esvaziamento do patrimônio das empresas em falência também é evidente, segundo a promotoria. Só a Eudósia tinha, em bens e valores a receber, R$ 80 milhões.