Entrevista – Criador de "Metal Gear" é frio sob pr
A pressão sobre Hideo Kojima pode ser grande, mas o criador da franquia de jogos de videogame “Metal Gear Solid” é frio como gelo.
O game chega ao mercado no mês que vem é um dos lançamentos mais antecipados do ano. Ele não somente irá consolidar uma década das aventuras de espionagem militar do protagonista bigodudo Solid Snake, como também se espera que impulsione as vendas do console PlayStation 3, da Sony, e ajude a reduzir a diferença da plataforma para o Xbox 360, da Microsoft.
O talento de Kojima para detalhes e histórias intrincadas lhe renderam a reputação de um dos maiores desenvolvedores de games do mundo, perto de Will Wright, criador do “The Sims” ou mesmo Shigeru Miyamoto, criador do Mario, da Nintendo.
Criado pela japonesa Konami, os três títulos anteriores da franquia venderam mais de 17 milhões de cópias pelo mundo.
Kojima conversou com a Reuters sobre o lado positivo da pressão e o motivo pelo qual se considera pronto para dizer adeus à sua série.
P: Há muita expectativa de que “Metal Gear Solid 4” ajudará a venda de mais PS3s. Isso cria mais pressão em você?
R: “De fato, há pressão. Sempre há pressão. Mas não estou falando de pressão de uma forma negativa. Posso usá-la para dar mais de mim no que estiver fazendo. Neste sentido há uma pressão positiva.”
P: Fale duas ou três coisas sobre o jogo que o tornam diferente não somente dos títulos anteriores da série mas de outros games por aí. O que o torna único?
R: “A série MGS sempre foi do estilo ação, ou como eles chamam agora de ação-espionagem. Dessa vez o cenário é uma zona de guerra ou um campo de batalha, o que é uma experiência única. É uma área de guerra, então há disparos enquanto o lado A luta contra o lado B, mas há muita liberdade então você pode tirar vantagem de estar numa zona de guerra e encontrar várias formas de jogar”.
P: O que você fez com a história? Como ela é importante para o jogo e como ela se amarra com as outras da série?
A: “Sim, ela consolida todas as histórias dos jogos MGS anteriores. Não sou um gênio como George Lucas, não tinha toda a história planejada de antemão. Sempre tento encerrar a história em cada jogo. Mas por algum milagre em MGS4 fui capaz de resolver os mistérios deixados para trás em jogos anteriores e resolver os acontecimentos paralelos.
P: Qual foi sua inspiração para o “Metal Gear Solid”, tanto a série como um todo ou o MGS4 especificamente?
R: “Na verdade, posso falar de um incidente que não foi tão inspirador, mas que influenciou o projeto do game. Temos um grande conselheiro militar e temos lições e vamos a campos de treinamento. Essa foi uma grande experiência para o projeto do jogo. Não foi uma questão somente de saber como lidar com armas, foi mais psicológico, como se misturar com meio, como desaparecer numa floresta”.
P: Você indicou que este será seu último jogo “Metal Gear Solid”. Você está indo atrás de outros projetos ou irá continuará envolvido com os jogos na série?
R: “MGS sempre estará por aí. Sinto responsabilidade de continuar com a série enquanto houver uma demanda. Mas isso não significa que irei me envolver completamente. Provavelmente terei um papel diferente no próximo jogo. Talvez fique como produtor e deixe a equipe mais jovem tomar o controle das novas séries. Realmente quero me dedicar a coisas novas.”
P: Os games estão ganhando status iguais aos grandes filmes de Hollywood. Os desenvolvedores estão ganhando mais reconhecimento pela arte que criam?
R: “Sim, concordo plenamente. Quando o entretenimento se torna digital, pode existir uma grande colaboração entre jogos e outros tipos de entretenimento como filmes ou mesmo seriados.
“Posso prever precisamente que isso irá acontecer dentro de dois ou três anos. Mas a tendência está aí, as coisas acontecem e acredito que a convergência ocorrerá cedo ou tarde.”