Motos: Guard-rails! Melhor não tê-los?
Olá amigos motociclistas. Tenho visto em sites de relacionamentos os comentários sobre o perigo dos guard-rail nas estradas do Brasil e também de outros Países. Provavelmente os designers desses horrores não tem a mínima noção do que se trata uma viagem sobre duas rodas. O guard-rail deveria ser protegido na parte inferior e só quem conhece a situação é quem anda de moto.
Nós motociclistas teríamos que encontrar um modo de sensibilizar o governo e responsáveis pelas rodovias mostrando que esses guard-rail são verdadeiras facas para os motociclistas. Já houve acidentes aqui mesmo, em São Paulo, mais precisamente em Sorocaba, de um rapaz que perdeu o controle da moto e foi parar de baixo do guard-rail tendo seu corpo decapitado.
Agora, no final de semana de 19 de setembro de 2010, houve outro acidente que infelizmente pude presenciar de perto, pois estava rodando com o amigo Felipe Raele, que infelizmente ao ser fechado por um automóvel perdeu o controle da sua moto arrastando-se na lateral da mureta de cimento da Rodovia Castelo Branco, São Paulo. Porém, a mureta acabou e começou a tal arma branca chamada guard-rail e tragicamente ele teve seu corpo dividido em dois, logo na primeira lâmina. Sua moto se despedaçou toda, tendo o tanque de combustível arremessado longe e atingindo outro motociclista que estava mais a frente, fazendo com que o mesmo também caísse e se arrastasse no asfalto, mais graças a Deus não houve nada com ele, só danos materiais.
Se a mureta de cimento tivesse continuado, com certeza nosso amigo Felipe teria apenas alguns ossos quebrados, não teria tido esse fim trágico e hoje estaria apenas no hospital se recuperando do acidente. Ao parar minha moto no acostamento, tirei o capacete e quando fui atravessar a pista, logo em seguida veio um amigo e me disse: “Fabiano, nem vai lá ver, pois partiu ao meio”. Eu sem entender perguntei: “Partiu no meio o que? A moto?”, como eu disse no fórum do Insane Riders, foi uma verdadeira cena do filme PREMONIÇÃO, parte de cima do corpo para um lado e a outra parte do outro lado, tanque voando e atingindo outra moto, pedaços de moto espalhadas pela estrada. Enfim, uma cena que não sai da minha cabeça e não desejo que ninguém veja o que vi.
O amigo Odair, que teve a moto atingida pelo tanque, me contou que quando o guincho chegou para buscar sua moto, foi conversando com o motorista e ele ainda teve que ouvir isso: “o guard-rail está lá parado, vocês que vão de encontro a ele. Vocês querem andar rápido, depois cai acontece isso ai”. Triste ter que ouvir isso, porém não justifica em nada a velocidade que o amigo Felipe estava, pois se ele estivesse á 100 ou 120 km/h que é o limite da rodovia, tendo seu corpo indo de encontro ao guad-rail, teria acontecido aquela cena do mesmo jeito.
Não se trata da velocidade em que ele se encontrava e sim o perigo que aquelas lâminas assassinas apresentam aos motociclistas, seja a 100 ou a 200 km/h. Estudos realizados demonstram que uma velocidade de 30 km/h é o suficiente para arrancar um membro ou partir a coluna vertebral. E o que é mais grave é que essas barreiras provocam mais de 15% das mortes em acidentes de moto.
Não estamos sozinhos na estrada, também existem caminhões que do nada cortam para a pista da esquerda sem ter visão das motos. Tem motoristas que estão indo para o interior ou litoral já achando que a festa começa ali dentro do carro se calibrando com a tal cervejinha e por ai vai. Qualquer encostadinha pode levar o motociclista para o chão e ai torcer para não ir de encontro ao guard-rail. Vários motociclistas espalhados pelo mundo já fizeram abaixo assinados e inclusive alguns Países já adotaram novos projetos feitos em metais, porém com mais segurança para aqueles que andam de moto. Outro fato que coloca o motociclista em risco é a faixa branca não-aderente ao asfalto, usado para sinalização. Em dias de chuva, esta faixa perde muita aderência e uma moto pode derrapar sobre ela, levando o piloto e garupa para o chão. Será que é necessário o filho de um político ou de um executivo das concessionárias das rodovias terem seus corpos mutilados para tomarem as devidas ações? Fica ai a pergunta para refletirem. Abraços e até a próxima.
O “motonauta” Fabiano de Moraes Toledo participou do Moto Repórter, canal de jornalismo participativo do MOTO.com.br.