Motos investem em tecnologias verdes e ações de sustentabilidade
A preocupação com a preservação da natureza vem crescendo ano após ano. Com a maioria de suas fábricas localizadas no PIM – Pólo Industrial de Manaus, e tendo como vizinha a Floresta Amazônica, as empresas associadas à Abraciclo, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, abraçaram a causa ambiental e têm investido em ações e produtos focados na sustentabilidade e preservação do Meio Ambiente.
A própria Abraciclo, consciente da necessidade de se disseminar a preservação ambiental, investiu em ações sustentáveis na 13ª edição do MotoCheck-Up, realizada durante a Semana Nacional de Trânsito. Ao invés de entregar um litro de óleo ao motociclista presente no evento, a entidade distribuiu um vale troca de óleo, garantindo assim que a reposição fosse feita em concessionárias autorizadas, evitando o despejo do óleo em ralos residenciais. Além disso, outros brindes seguiram o mesmo padrão ecológico, como sacolas recicláveis, que foram entregues aos participantes.
“Várias atitudes corriqueiras podem afetar o meio ambiente. Um litro de óleo descartado na rede de esgoto, por exemplo, contamina um milhão de litros de água. Distribuímos o vale buscando garantir que a troca fosse feita de forma correta, em locais que garantirão o despejo correto do material”, afirma Carlos Weiss, gerente da Abraciclo e organizador do evento.
Fabricantes e seus Produtos
Na mesma linha, as montadoras – que já implantaram políticas de gestão e de proteção ambiental, com ações como estímulo ao uso racional de recursos naturais; controle de emissão de CO2; central de coleta seletiva; apoio à Associação dos Ceramistas do Estado do Amazonas; desligamento de bombas hidráulicas das injetoras de plástico durante os intervalos; redução da geração de resíduos no processo produtivo; plantio de árvores visando carboneutralização; entre outras ações – desenvolveram em 2010 veículos movidos a energia alternativa.
Além da moto com motor flex, desenvolvida apenas no Brasil e já presente em quatro versões no mercado, a grande novidade do setor em 2010 são os projetos de produção nacional de motocicletas elétricas – ação que recebeu investimentos da ordem de R$ 20 milhões e que deve empregar cerca de 150 profissionais.
No 1° Workshop Duas Rodas Abraciclo, realizado em novembro, o palestrante Ricardo Bock, coordenador do curso de Engenharia Automotiva da FEI, afirmou durante sua apresentação que a motocicleta elétrica é mais viável para o sistema brasileiro, do ponto de vista mecânico, do que o carro elétrico.
Ainda no encontro, Paulo Macedo, coordenador de Resíduos e Emissões do IBAMA, falou sobre as fases do PROMOT – Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares – e parabenizou a indústria brasileira por ter conseguido adequar o veículo duas rodas às exigências atuais de emissões em um curto espaço de tempo, o que deixou a motocicleta igualada aos automóveis no quesito emissões.
Para alcançar os níveis exigidos pelo programa, as motocicletas receberam adaptações tecnológicas, com destaque para a implantação de injeção eletrônica em veículos de baixas cilindradas.
“A renovação tecnológica, diante das exigências do PROMOT, incentivam ainda mais a preocupação com a preservação do meio ambiente. O conceito de sustentabilidade está inserido no cotidiano das fabricantes do setor Duas Rodas, tanto em sua postura fabril como, agora, em seus produtos”, afirma Jaime Matsui, presidente da Abraciclo.