MOTOS USADAS: Como conseguir um bom preço na venda.
Chegou a hora de vender a moto que tantas alegrias lhe proporcionou para trocar por um novo modelo. Mas será que você está fazendo tudo certo para obter o melhor preço na revenda da sua moto usada? Confira algumas dicas para que possa obter o melhor valor possível no momento da venda.
Boa origem e originalidade são iguais a um melhor preço.
É importante sempre se colocar no lugar do comprador. A maioria dos interessados em comprar uma moto usada prioriza a procedência. Motos carregadas de acessórios não tem melhor valor de revenda. Retirar peças originais como os espelhos e piscas, escapamentos etc., e trocá-los por acessórios apenas diminui o valor final. Mas se você pretende colocar acessórios na sua moto não venda as peças originais. Guarde todas as peças originais com o cuidado para que fiquem sempre novas e certifique-se que é possível retornar o estado da moto para quando ela foi comprada.
Cuidado com modificações radicais na moto. Tais alterações, inclusive as mecânicas, como adicionar sistemas de escape esportivos muito radicais, que exigem mexer no projeto original da moto, também provocam desconfiança no comprador mais atento, pois haverá sempre a dúvida para saber se quem fez o serviço foi ou não uma oficina reconhecida pela qualidade final do serviço.
Cuidado com as pinturas personalizadas. Se for mexer no tanque, compre um para este fim e guarde o original. Pinturas personalizadas também não ajudam: muitos poderão associar isso ao fato de estar escondendo danos de um tombo ou acidente, além do que, o comprador tem que gostar da personalização que você fez. Lembre-se apenas que todos nós temos gostos diferentes, e que quanto mais apetrechos colocar na moto, menos provável é que venham a agradar também a outras pessoas.
Os acessórios valorizados.
Existem, porém, alterações que poderão aumentar o valor da moto, como é o caso dos acessórios funcionais e úteis, tipo sliders, mata-cachorros e até bolhas. Não só acrescenta valor à moto como deixa a impressão de ser você um dono que se preocupa com a segurança e manutenção.
Certifique-se apenas se sairá ou não mais rentável vender esses acessórios por fora ou em conjunto com o veículo. Uma dica é retirar baús e alforges e deixar em casa. Se perceber que o comprador tem interesse, diga que tem um pra vender. Se ele se interessar veja a cotação de um novo e, dependendo do estado, retire até 40% do preço. Na maioria das vezes funciona.
Muito cuidado com os pechincheiros de plantão. Quando eles veem os acessórios na moto, mandam tirar, pois não os querem e aí pedem desconto no valor dos acessórios. Em outro caso, se você os tirou e eles souberem que está vendendo à parte vão dizer que só se interessam pela moto se você der os acessórios junto. Nas duas formas você terá prejuízo. Portanto, muito cuidado a quem vai oferecer. Em caso de dúvida, o melhor é vender á parte.
Séries especiais ou modelos raros podem ser difíceis de revender.
Alguns modelos se desvalorizam mais rápido do que outros; portanto no momento da compra pense duas vezes. Adquirir um veículo novo um pouco mais caro, porém de uma marca sem problemas de qualidade final e de projeto e, escolher o que tenha maior procura, pode sair mais vantajoso no momento da venda do que comprar um de uma marca, de preços mais baratos, mas que, depois de usado, dará muito trabalho para revender.
Cuidar bem da moto é também ser um bom piloto.
Guarde sempre a sua moto em lugar seco e faça as revisões dentro dos prazos previstos. LEIA O MANUAL várias vezes. Brasileiro detesta ler manual e fica sabendo das coisas da sua moto através de amigos ou mesmo de mecânicos – os quais por terem lido o manual podem lhe passar as informações de que precisa. O perigo é seguir a dica de ‘especialistas amadores’ que dão palpites que parecem ser convincentes, mas que na realidade podem lhe trazer mais problemas ainda. Portanto – LEIA O MANUAL VÁRIAS VEZES!
Se não possui garagem compre uma boa capa para proteger sua moto. Se for guardar a sua moto por muito tempo, LEIA O MANUAL – tá tudo lá. Se ainda tem dúvidas ligue para o SAC da sua marca ou busque informações em um site confiável, como este aqui onde você está lendo esta coluna.
Guarde os registros de revisões, comprovantes de compra de peças.
Brasileiro não gosta de guardar documento que não seja água, luz, telefone, extrato de cartão e a transferência do veículo. Mas as anotações referentes à manutenção da sua moto é necessário fazê-lo. Guardar os comprovantes de cada revisão realizada na moto ou ainda guardar em local seguro o livro de registro das revisões, será fundamental para dar um aspecto de confiança ao produto.
Este dado ou ‘diário da moto’ é um grande trunfo no momento da venda. Mesmo que você não tenha realizado a manutenção na concessionária e tenha por hábito fazê-la em uma oficina de sua confiança, guarde os todos os recibos de todos os materiais que comprou e registre em um caderno os quilômetros que tinha moto quando o serviço foi efetuado.
Comprei uma Shadow VT600 do Luiz Almeida, motociclista e fotógrafo, que tinha todas estas informações registradas junto ao livro de revisões. Isso me deu uma garantia ainda maior para comprar a moto.
Detalhes que fazem a diferença.
O aspecto da moto referente à limpeza, pequenos arranhões e coisas do gênero devem receber uma atenção pormenorizada. Existem pequenos defeitos que uma vez corrigidos dão um aspecto mais limpo à moto, por exemplo: peças em alumínio como estribos, podem ser polidas; borrachas podem ficar com melhor aspecto com um spray à base de silicone;, pequenos riscos na carenagem podem e devem ser retocados.
Para evitar riscar a pintura do tanque durante o uso da moto coloque uma ‘capa protetora de tanque’. Outra dica importante: tenha cuidado com as chaves quando estiverem na ignição. Evite chaveiros metalizados ou de plástico duro. Evite metais em chaveiros, com o tempo eles podem, com a ajuda da vibração e do vento, riscar e danificar a mesa do guidão.
E por último, se existe alguma peça que se encontra danificada no momento que pretender vender a moto, espere para trocar quando, efetivamente, for anunciar a venda.
E o mais importante: seja ético. O que não queremos para nós não desejamos para o comprador da nossa moto. Não maqueie, não engane, não faça gambiarras. A maioria dessas maldades serão descobertas momentos depois da moto ser vendida e isto vai ter trazer muita confusão além de queimar seu nome na praça. Compradores de motos usadas, principalmente big bikes, são pessoas muito bem relacionadas e ter o nome sendo motivo de conversa por falta de ética, não é nada bom. Não custa nada ser honesto. Lembre-se que o cliente pode entrar com uma ação contra você e é bem possível que ganhe, mesmo sendo contra pessoa física e independente de Procon.
E se eu estiver comprando?
Se é você o comprador, veja estas dicas por outro ponto de vista (claro, agora é você que está comprando). Aproveite para conferir se realmente tudo que está sendo dito pelo vendedor é realmente verdade. Pegue a placa da moto e vá à concessionária ou à oficina. Peça informação. Cheque a documentação. Veja o histórico. Se puder veja se o chassi existe na fábrica (lembre-se do caso das Harley´s adulteradas). Se tudo estiver batendo e a moto estiver em um bom preço, feche o negócio.
Outra dica importante: verifique os pneus.
Pneus contam muita coisa sobre a moto, inclusive pela forma como se desgastam. Normalmente os pneus de big bikes duram em média 10 mil quilômetros (traseiros) e 15 mil os dianteiros. Veja o estado e a marca de fim de pneu. Eles entregam até se a quilometragem da moto foi adulterada. Certa vez fui com um amigo ver uma moto que ele queria comprar e olhei a quilometragem e perguntei quantas vezes havia trocado de pneu. A resposta não bateu com a quilometragem, então agradeci e saí. Depois expliquei a ele que o odômetro total poderia estar alterado para uma quilometragem a menor. Na dúvida não arrisque.
Aproveite estas dicas. Cuide bem da sua moto, ela pode valer um bom dinheiro na troca por uma nova. E use isto também quando for comprar uma moto usada.