Nasa consegue pousar sonda no pólo norte de Marte
PASADENA, Estados Unidos (Reuters) – Uma pequena sonda rasgou no domingo o céu avermelhado de Marte e pousou suavemente no pólo norte do planeta gelado, onde deve procurar água e avaliar as condições para o desenvolvimento de vida, segundo fontes da Nasa.
A sonda Phoenix pousou às 20h53 de domingo (hora de Brasília), usando foguetes para “segurar” a queda na tênue atmosfera do planeta. É a primeira vez que uma sonda consegue pousar numa região polar de Marte.
“Foi muito mais assustador do que com os dois jipes marcianos”, disse Ed Weiler, chefe de Ciências Espaciais da Nasa, referindo-se aos pousos “acolchoados” dos jipes Spirit e Opportunity. “Fiquei pensando: ‘Quem dera tivéssemos airbags!’.”
Puxada pela gravidade de Marte, a Phoenix caía a 20,4 mil quilômetros por hora ao entrar na atmosfera, o que já reduziu a velocidade, permitindo que um pára-quedas se abrisse e que os retro-propulsores entrassem em funcionamento.
O processo de pouso levou 14 minutos, concluindo de forma angustiante uma viagem de 680,75 milhões de quilômetros em dez meses.
Os cientistas descobriram em 2002 que as calotas polares marcianas têm enormes reservatórios de gelo logo abaixo da superfície.
A Phoenix foi lançada em 4 de agosto de 2007. Em 1999, a Nasa já havia tentado pousar uma sonda no pólo sul, mas enfrentou problemas técnicos. A missão seguinte foi cancelada, mas ainda houve o envio dos jipes Opportunity e Spirit à região equatorial de Marte.
A Phoenix foi criada com peças de reposição da frustrada missão Polar Lander. Ao contrário dos jipes, a nova sonda não pôde cair sobre airbags porque esse método não se presta a equipamentos maiores.
A exemplo das sondas Viking, da década de 1970, e da fracassada Polar Lander, a Phoenix usou um foguete apontado para o céu e quatro pernas dobráveis para se apoiar.
“Não pousávamos com sucesso sobre pernas e foguetes propulsores há 32 anos”, disse Weiler. “Quando enviarmos humanos para lá, homens e mulheres, eles vão pousar sobre foguetes e pernas, então é importante mostrar que ainda sabemos fazer isso.”
Reuters