Pólo Industrial de Manaus perde atração para setor de TI
O Pólo Industrial de Manaus (PIM) deixou de ser atrativo para as empresas de TI.
Dificuldades logísticas e incentivos fiscais pouco interessantes fazem com que o setor de bens de informática registre quedas acentuadas em participação no faturamento do pólo.Em 2003, o segmento era responsável por quase 24% da receita total de todas as empresas com produção em Manaus. A partir de 2004, este porcentual foi caindo gradativamente e deve ficar em cerca de 13% em 2008. A produção de computadores no pólo deve ficar estável este ano, em comparação com o ano passado. Resultado que contrasta com os 20% de crescimento registrado pelo mercado de PCs em geral, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee).
Um dos motivos para o setor ter perdido o interesse em Manaus está na desvalorização do dólar, que se manteve abaixo de 2 reais até setembro, quando teve início a crise financeira que abalou os mercados do mundo inteiro. O setor de TI é muito dependente de importações, principalmente de semicondutores. Segundo dados da Abinee, a importação de chips cresceu 28% este ano, em comparação com 2007. A importação de componentes de informática, em geral, aumentou ainda mais: 40%. Também de acordo com a associação, o setor nacional de componentes foi um dos poucos que registraram queda no faturamento (5%) este ano.
Em 2007, o faturamento das empresas de informática presentes no PIM foi de 7,58 bilhões de reais, valor que representa uma queda de quase 20% em comparação com o ano anterior, segundo dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). No mesmo período, o setor de informática como um todo, segundo dados da Abinee, cresceu quase 7%. Este ano, o crescimento da indústria de TI deve ser de 11%, com receitas previstas de 34,89 bilhões de reais. No pólo, o segmento faturou, até setembro, 5,46 bilhões de reais.
Ao mesmo tempo, outros setores da indústria ganharam força na região, principalmente o de motocicletas. De acordo com dados da Suframa, de 2006 para 2007 o faturamento do setor duas rodas subiu quase 27%, chegando a 11,54 bilhões de reais e uma participação de 27,21% na receita total do pólo. Em 2008, o segmento tinha faturado até novembro 10,95 bilhões de reais.
A indústria eletroeletrônica ainda representa a maior parte do faturamento, com 28,74% do total. Mas, este porcentual está em queda acelerada. Em 2005, o valor chegou a ser de 35,57%. Por outro lado, o setor de duas rodas, que há três anos era responsável por 16% das receitas, hoje já responde por 27,21%.
Para o PIM, ver as empresas de TI perdendo participação não representa queda no faturamento. Pelo contrário. Até setembro, a receita total do pólo foi de 40,26 bilhões de reais, o que representa alta de 11,5% em comparação com o mesmo período do ano passado. Se as projeções do Conselho de Administração da Suframa (CAS) de faturar 30 bilhões de dólares este ano forem realizadas, será um novo recorde na história da indústria manauara.