Projeto Apollo: Um grande salto para a humanidade.
O projeto Apollo que levou o homem a pisar na Lua em 1969, foi a primeira de 7 missões tripuladas do projeto que revolucionou várias tecnologias. O projeto que levou 10 anos para chegar no estágio de despachar os 3 primeiros homens à Lua tem números, até hoje, invejáveis. Os motores, os mais poderosos já construídos, produziram 3.400.000 quilogramas de empuxo, uma forca tão grande que chega a ser inimaginável. O foguete no lançamento pesava três mil toneladas e tinha a altura de um edifício de 36 andares. A Apollo-11/Saturno-5 conseguiu realizar a viagem no tempo de 8 dias, 3h, 19m. Forampercorridos aproximadamente 800 mil quilômetros, ida e volta.
O tempo necessário para chegar a Lua é variável e depende das posições relativas da Terra e da Lua. Durante esse tempo, uma vez que a gravidade da Terra continua a exercer sua influência, a espaçonave perde gradativamente sua velocidade. Essa influência, entretanto, vai declinar na medida que a espaçonave se afasta da Terra. Começou com 39.260 quilômetros por hora, depois a velocidade da Apollo caiu para cerca de 7.600 quilômetros por hora quando chegou a 128 mil quilômetros de distância da Terra. Na marca de 320 mil quilômetros, atingiu o mínimo de 3.400 quilômetros por hora.
Da torre-foguete de 111 metros de altura, pesando 2.900.000 quilos, que partiu do Centro Espacial Kennedy, restou apenas o Módulo de Comando, com os astronautas a bordo e uma cápsula de apenas três metros e peso 5.500 quilos. Toda esta operação exigiu que tudo o que existia de tecnologia naquela época fosse utilizado e outras que nem existiam tivessem de ser criadas. Naquela época existia uma determinação: tudo que fosse ao espaço precisava ser pequeno, leve, resistente e tinha que funcionar na ausência da gravidade. Tem uma estória que diz que estavam tentando fazer uma caneta que funcionasse no espaço, pois a NASA havia descoberto que, no espaço, na gravidade zero, as canetas não funcionavam. Assim os engenheiros contrataram uma empresa especializada para projetar a caneta espacial. Dez anos e US$ 12 milhões depois, estava pronta a caneta que podia ser usada no espaço, em qualquer posição. A supercaneta funcionava bem quer no frio ou no calor. O troco veio na forma brilhante do pensamento criativo: Os russos, que tiveram o mesmo problema, optaram por uma solução mais simples – passaram a usar um lápis que custa apenas alguns centavos.
Voltando ao projeto Apollo várias novas tecnologias foram criadas e muitas estão até hoje sendo utilizadas em aplicações bem diferentes daquilo para o qual foram originalmente destinadas. Em 1969, por meio de um rádio transmissor da Motorola, a bordo da nave Apollo 11, foram transmitidas as primeiras palavras e sinais de televisão daquele satélite até a Terra, possibilitando que mais de 500 milhões de pessoas acompanhassem este ato histórico.Além disso, a Motorola fez o primeiro telefone celular, a primeira chamada telefônica terrestre de maior altitude a partir do pico de Monte Everest.
A Nasa registrou mais de 6.300 patentes para o governo americano. Todos os anos, desde 1976, a Nasa publica uma lista de toda tecnologia ligada à sua pesquisa. O jornal “Spinoff”, da Nasa, já publicou coisas como marcapassos melhorados, máquinas de exercícios com tecnologia de ponta e rádio satélite. A palavra de ordem na agência é inovação.
Criada em 1958 pelo presidente americano Dwight Eisenhower (1953-1961) a Agência Espacial Americana estipulava que suas pesquisas e avanços deveriam beneficiar toda a população e não apenas o propósito espacial. E em toda a sua história, a Nasa contribuiu bastante para a tecnologia.
Os aparelhos ortodônticos invisíveis são feitos de alumina translúcida policristalina (TPA). Uma empresa chamada Ceradyne desenvolveu a TPA em conjunto com a unidade de pesquisas de cerâmica avançada da Nasa (Nasa Advanced Ceramic Research) para proteger as antenas infravermelhas dos rastreadores de mísseis termoguiados.
A sujeira e as partículas encontradas nos ambientes espaciais, levou a Nasa a desenvolver um revestimento para proteger os equipamentos no espaço, particularmente os visores dos capacetes dos astronautas. Reconhecendo ali uma oportunidade, a Foster-Grant, fabricante americana de óculos de sol licenciou a tecnologia da Nasa para seus produtos. A cobertura especial para plásticos tornou seus óculos escuros dez vezes mais resistentes a arranhões do que os de plástico não revestido. Além disso, ela bloqueia os raios ultravioletas.
O plástico de silício-poliuretânico de célula aberta, que ficou conhecido como espuma espacial, foi criado para uso nos assentos das espaçonaves da Nasa com a finalidade de diminuir o impacto durante os pousos. A espuma tem uma propriedade única que permite que ela distribua igualmente o peso e a pressão em seu topo, o que proporciona absorção de choque. Comprimida para 10% de seu tamanho, a espuma com memória retorna à sua forma original. Além da memória, a espuma absorve o calor do corpo, mantendo-se sempre em uma temperatura agradável.O uso da espuma plástica se estendeu além dos céus. Algumas empresas também integraram a espuma Tempur a próteses de braços e pernas porque ela tem a mesma aparência e comportamento da pele, diminuindo a fricção entre a prótese e as juntas. Outros usos comerciais da Tempur incluem banco de motocicletas, proteção para pilotos de corrida e revestimento interno para capacetes de jogadores de futebol americano.
Junto com o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL), a empresa inventou um sensor infravermelho que serve como termômetro. Os termômetros auriculares tomam nossa temperatura medindo a quantidade de energia que o tímpano desprende dentro do canal do ouvido. Os modelos para hospital podem medir a temperatura em menos de dois segundos.
Com a ajuda da Nasa, a Kangaroos patenteou o tecido de espuma de poliuretano tridimensional Dynacoil, quedistribui o impacto no seu pé quando você caminha ou corre. Ao enrolar as fibras dentro do tecido, a Kangaroos absorve a energia de seus pés atingindo o solo, devolvendo-a para seu pé. Outro fabricante de sapatos, a Avia, também converteu a tecnologia das botas lunares para os tênis esportivos. A câmara de compressão patenteada pela Avia fornecia absorção do choque e o amortecimento nos tênis por períodos de uso mais longos.
Em parceria com a Honeywell Corporation, a Nasa inventou o primeiro detector de fumaça ajustável com diferentes níveis de sensibilidade para prevenir falsos alarmes.Você deve ter escutado muito falarem em grooving quando ocorreu o acidente com o avião da TAM em Congonhas-SP.A primeira vez que a Nasa experimentou o grooving foi nos anos 60. O Centro de Pesquisas Langely queria melhorar a segurança da decolagem das espaçonaves em pistas molhadas. Quando perceberam como a coisa funcionava bem, os engenheiros de transporte começaram a aplicar as mesmas técnicas às rodovias. O grooving reduziu em mais de 85% os acidentes em rodovias por conta da aquaplanagem. Você pode encontrar outros exemplos de grooving em calçadas, em torno de piscinas e em currais de animais. Essa inovação gerou uma indústria inteira, puxada pela International Grooving & Grinding Association.
Ligar um cabo a uma furadeira no espaço sideral seria uma façanha difícil se a Nasa e a Black & Decker não tivessem inventado uma furadeira movida à bateria. Trabalhando com o contexto de ambiente espacial limitado, a Black & Decker desenvolveu um programa de computador para a ferramenta que reduziu a quantidade de energia gasta durante o uso para aumentar a vida útil da bateria. Depois do projeto com a Nasa, a Black & Decker aplicou os mesmos princípios para fazer outras ferramentas leves movidas à bateria para o uso diário dos consumidores. Uma delas a famosa parafusadeira que os técnicos em computação usam para fixar partes de um desktop.
A Nasa queria saber como limpar a água em situações mais extremas e mantê-la limpa por períodos mais longos de tempo. O filtro de carvão ativado é outra invenção da Nasa. Nele o carvão é especialmente ativado e contém íons de prata que neutralizam patógenos na água. Matam as bactérias e previnem o crescimento delas. O sistema de água filtrada é hoje usado por milhões de pessoas em todo o mundo.
Os trajes usados pelos bombeiros para combater incêndios são feitos de um tecido resistente ao fogo desenvolvido para uso em roupas espaciais. Antena de TV por satéliteé utilizada para reduzir o ruído (imagem ou som deficiente) nos sinais de TV que vem dos satélites. A Nasa também desenvolveu meios de processar os sinais que vinham das naves espaciais para produzir imagens mais claras. Essa tecnologia hoje também permite produzir imagens fotográficas de órgãos de animais, como as vistas em uma ressonância magnética ou em uma tomografia computadorizada.
O exame de vista no qual o médico nos pede para ler as letras de diversos tamanhos de um cartaz colado na parede usa técnicas desenvolvidas pela Nasa para processar imagens espaciais e encontrar rapidamente algum defeito. Um software desenvolvido pela Nasa para analisar o projetos de uma nave espacial ou de um avião ou para prever como as peças funcionarão sob determinadas condições é empregado pela indústria automobilística nos projetos de automóveis. Economizam muito dinheiro, pois permitem que eles saibam se um carro vai funcionar bem antes mesmo de sair da prancheta.
As botas e as luvas térmicas funcionam com bateriasrecarregáveis usadas no interior do pulso das luvas ou incrustadas na sola da bota de esqui. Essa tecnologia foi adaptada do desenho de um traje espacial para os astronautas das naves Apollo.
Até uma roda especial para bicicletas utiliza uma pesquisa sobre aerodinâmica das asas de uma espaçonave e um software de design para programa espacial. Os três travões na roda atuam como asas, tornando a bicicleta mais eficiente para corridas. Os joysticks usados inclusive em jogos de computadores, aviões modernos e veículos para pessoas com deficiência evoluíram de uma pesquisa para desenvolver um controle para o veículo lunar Apollo.
A comida desidratada também foi desenvolvida pela NASA. Antes a alimentação dos astronautas era em tubos semelhantes ao que usamos para extrair a pasta de dentes. Segundo os cientistas em um ambiente sem gravidade, o aroma da comida não chega ao nariz da mesma forma que na Terra. O cheiro é parte essencial do sabor e os astronautas perdiam muito do sabor dos alimentos. A ausência de peso também faz com que fluidos se acumulem na parte superior do corpo dos astronautas, deixando-os com os narizes sempre entupidos. Para ter uma idéia basta tentar comer quando estiver resfriado. A comida fica sem gosto.
Toda esta tecnologia, á época, foi fundamental para salvar a vida dos três astronautas da Apollo 13. Um ano depois da primeira ida do homem a Lua, em 1970, um acidente grave, talvez provocado por colisão com um meteorito, a Apollo 13 ficou seriamente avariada no caminho em direção à Lua. A missão de pouso na Lua foi abortada e o desafio era trazer todos de volta à Terra numa das mais dramáticas operações de resgate remoto da história retratada no filme Apollo 13. A equipe tinha um mínimo de oxigênio e quase nenhuma energia.
Depois de seis missões que pousaram na Lua, pois seriam sete não fosse o quase desastre da Apollo 13, a missão Apollo cumpriu seus principais objetivos. Quando foi encerrada ainda existiam dois foguetes lançadores Saturno V. Um deles foi usado para lançar a Skylab, uma estação de tamanho absurdo e colocada de uma só vez em órbita. A Estação Espacial Internacional de hoje foi montada depois de dezenas de missões.
O fim da Skylab foi melancólico. Acabou queimando na atmosfera quando os americanos não tiveram mais como dar manutenção. O projeto Apollo ia até a missão Apollo 20, mas as três últimas foram canceladas. O povo americano não estava interessado em colonizar a Lua, montar laboratórios lá, ou mesmo continuar estudando na Lua o ambiente lunar. O desinteresse era tamanho a ponto das transmissões ao vivo dos pousos lunares provocarem telefonemas de telespectadores muito zangados, pois as missões lunares atrapalhavam as reprises do sitcom “I Love Lucy”.O orçamento da Nasa, que já era pouco, foi então cortado, e o dinheiro que sobrou foi redirecionado para outros projetos, como o Skylab, o Hubble e os ônibus espaciais.
A Lua volta a entrar na pauta de interesse da ciência mundial. Tanto que até o Google está lançando um novo produto e deverá apresentar uma nova versão do programa de mapas 3D Google Earth especialmente dedicada à Lua. Ansiosamente aguardada a novidade deverá ser anunciada no dia 20 de Julho, data que comemora o 40º aniversário da chegada do Homem à Lua. A solenidade está cercada de mistérios e um deles está relacionado a presença de Buzz Aldrin, um dos astronautas da pioneira missão Apollo 11, que, se confirmada, terá como missão extra, proferir um discurso.
Acompanhe virtualmente a viagem a Lua. Acesse . A idéia é parte de um novo site do John F. Kennedy Presidential Library and Museum em parceria com a AOL e no momento do lançamento chegou a congestionar o site tamanho era o interesse das pessoas sobre o assunto.
Muitos não acreditam que o homem foi à Lua. Independente do que acreditem ou não, o mais espantoso foi a coragem de todos estes heróis de mostrarem os grandes saltos que a inteligência humana, submetida a pressão de buscar soluções, pode produzir.