Vivo disputará licença nacional de telefonia celular 3G
A operadora celular Vivo tem interesse em comprar uma licença nacional de telefonia móvel de terceira geração no leilão que deve ser promovido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ainda este ano, afirmou o presidente da companhia, Roberto Lima.
“Temos interesse em comprar um dos lotes de licença nacional”, disse o executivo a jornalistas durante a feira de telecomunicações Futurecom.
A operadora ofereceu recentemente cerca de 50 por cento de ágio na compra de frequências para operar no Nordeste, para concluir sua rede nacional, e em parte do Sudeste e do Sul, mas Lima evitou comentar até onde a companhia pode ir no leilão das frequências de terceira geração e quanto pretende gastar para construir uma rede nessa tecnologia.
Entre 2006 e este ano a companhia investiu cerca de 1 bilhão de reais para montar uma rede nacional GSM, tecnologia anterior à 3G.
Apesar disso, o executivo demonstrou preocupação sobre a sustentabilidade do setor com a chegada da terceira geração, que permite downloads rápidos e acesso à Internet em alta velocidade gerando custos maiores às operadoras com tráfego intenso de dados pelos usuários.
“Eu acho que a 3G pode ser um problema… não sei se vai gerar receitas na velocidade esperada porque a 3G exige a compra de conteúdo e isso pesa nas contas”, afirmou o executivo que defende a desoneração do setor como caminho para o equilíbrio de uma indústria que não paga dividendos a acionistas e reinveste os recursos que gera em ampliação de oferta de serviços.
A oferta de telefonia 3G, entretanto, pode ser um meio para ajudar no equilíbrio no setor se as operadoras chegarem a um consenso em termos de compartilhamento de redes e frequências em áreas menos povoadas, disse Lima.
O presidente da Vivo também defendeu estímulo do governo à produção local de celulares, citando dados que afirmam que a produção de aparelhos no país entre o primeiro semestre do ano passado e os primeiros seis meses de 2007 caiu 44 por cento e as exportações recuaram 25 por cento, para 985 milhões de dólares.