Chegou a Yamaha YZF-R3

Chegou a Yamaha YZF-R3

Com chegada quase simultânea com Europa e Estados Unidos e valorizada pela presença do piloto Yamaha e campeão da MotoGP, Jorge Lorenzo, a Yamaha apresentou ontem (1/8) a YZF-R3. Motonline antecipou este lançamento em fevereiro deste ano, mas apostamos que ela poderia ter um nome de maior peso e link com o passado da marca – RD 300 ou até RD 350. Entretanto, a Yamaha deixou de lado saudosismos e preferiu manter o nome global da moto – YZF-R3 – e estabelecer a conexão com a família esportiva da marca onde já estão as irmãs maiores R1 e R6.

YZF-R3

A moto que passa a ser montada em Manaus (AM) possui duas versões, diferenciadas apenas pela presença do ABS. O preço de lançamento é R$19.990,00 para a versão básica (standard) e R$21.990,00na versão com ABS. Esta última, no entanto, só estará disponível em novembro. Não ficou claro porque isso ocorre, mas com a evolução do nível de exigência do consumidor brasileiro e pela (pequena) diferença de preço, a Yamaha poderá sofrer um pouco nestes primeiros meses para vender o modelo sem ABS.

Lorenzo homenageado: Presença ilustre mostra a importância do lançamento

Se as condições econômicas do País não inspiram muita confiança, a Yamaha demonstra com este lançamento coragem, confiança e ousadia, deixando claro que seus planos traçados lá atrás, quando a situação era boa e apontava para crescimento do mercado brasileiro de motocicletas, estão mantidos e podem até receber incrementos. “Nossa confiança na recuperação do mercado é grande e estaremos prontos para crescer muito mais quando isso acontecer”, falou o diretor de Marketing da Yamaha, Márcio Hegenberg. E prometeu: “Podem esperar pela Copa Yamaha YZF-R3 já em 2016″.

Hayakawa (dir), presidente da Yamaha, conversa com seu staff: confiança na recuperação do mercado, planos mantidos e vem aí a Copa Yamaha R3

Essa confiança se traduz no volume que a Yamaha prevê vender da nova YZF-R3 no mercado brasileiro: 400 unidades por mês. Esse volume pode triplicar as vendas do segmento das pequenas esportivas, hoje dominado pela Ninjinha (Kawasaki Ninja 300) e que tem a Honda CBR 250R como coadjuvante no cenário. No primeiro semestre, Ninjinha e CBR 250R venderam juntas 1082 motos, uma média de 180 unidades por mês. Se os oráculos que iluminam os executivos da Yamaha estiverem certos e a Yamaha cumprir a previsão, o segmento chegará ao final do ano com o dobro do volume e, em 2016, poderá triplicar. Claro, tudo isso ocorrerá se Honda e Kawasaki mantiverem o atual nível de vendas, o que parece pouco provável de acontecer, já que a nova moto da Yamaha se mostra muito atraente ao mercado e pode roubar clientes das concorrentes.

A Yamaha proporcionou um rápido test-ride em pista e, nesta condição, de fato a moto se mostra muito ajustada e agradável para pilotar. Sua relação peso-potência de 3,9 kg/cv (167 kg / 42 cv) ajuda muito, mas o que chama a atenção é o equilíbrio e a agilidade da moto, que admite uma tocada mais esportiva mesmo a pilotos menos experientes. Esse, aliás, é o apelo que a Yamaha dá à sua nova moto: uma superbike para todos os dias. Apesar de seu design deixar claro que é uma superesportiva, a posição de pilotagem não é assim tão inclinada e chega bem próximo de um naked e o visual agrada muito, mesmo aos olhares mais críticos.

Equilíbrio da moto em acelerações e frenagens é o destaque

A YZF-R3 tem no seu design o DNA das Yamaha R-series e é inspirado na irmã mais famosa delas, a YZF-R1, com linhas modernas e agressivas. Na dianteira, no meio dos faróis duplos há uma luz de posição e o design da carenagem foi desenvolvido de forma a direcionar o fluxo de ar com o mínimo de resistência ajudando na refrigeração do motor. A frente baixa transmite uma forte imagem de agilidade e desempenho esportivo. As linhas seguem até a traseira, que fica mais elevada e tem a lanterna em LED. Reforçam o visual esportivo o banco bipartido, característico das superesportivas, e o diminuto espaço para um eventual garupa. Numa visão geral, ao contrário de algumas outras esportivas, na R3 as carenagens não engordam a moto, pois nela não há a necessidade de parecer uma moto maior. A ideia é realmente se mostrar compacta e leve. Ah, bonita também, muito bonita e elegante.

A R3 é equipada com motor de 321 cc, 2 cilindros em linha, 4 tempos, DOHC, arrefecimento líquido, 4 válvulas por cilindro e injeção eletrônica. De configuração superquadrada (68,0 mm X 41,1 mm), onde o diâmetro dos pistões é maior que seu curso, e com o virabrequim a 180 graus, esse motor acaba por privilegiar a potência, que é de 42 cv, com torque de 3,02 kgf.m. Contudo, esse motor possui algumas inovações para ficar mais leve e melhorar o desempenho, como os pistões forjados em alumínio e o cilindro com a tecnologia DiASil Yamaha, fabricado com 80% de Alumínio e 20% de Silício, o que também ajuda muito na dissipação de calor.

Outra característica é o sistema de admissão Downdraft Intake, que direciona o ar de forma descendente ao motor, em conjunto com a injeção eletrônica, sem nenhum obstáculo no caminho, o que promove acelerações mais fortes e rápidas, tudo comandado por uma ECU digital de 16 Bit. No corpo do sistema de injeção, a polia de abertura é oval – chamada polia progressiva – para não abrir muito rápido e evitar aquele instante de falta de alimentação durante a aceleração. O resultado disso tudo é uma otimização do torque que aparece com mais intensidade em uma faixa útil mais larga, mas com excepcional aproveitamento nas médias e altas rotações.

Vocação esportiva está no nome da família "R"

O chassi “diamond” fabricado com tubos de aço foi projetado com menor número de soldas para proporcionar mais resistência e ser bem leve, oferecendo a rigidez e o equilíbrio necessário para suportar as forças que atuam no conjunto, sobretudo em pilotagem esportiva. E isso deu bom resultado, pois parte da agilidade da R3 vem desse chassi e das medidas compactas da moto. As suspensões também estão bem ajustadas, mas seria necessário o uso em ruas e avenidas para saber se esse ajuste de fábrica está adequado também fora das pistas. Na dianteira a YZF-R3 possui garfo telescópico com tubos internos de 41 mm de diâmetro e 130 mm de curso e não tem regulagem. Já na traseira há um único amortecedor (monocross) com curso de 125 mm, sem link, mas com regulagem na pré-carga da mola em 7 posições.

A balança traseira tem 573 mm de comprimento e dá à R3 a mesma relação de distância entre-eixos da R1, concedendo melhor entrega de potência na roda traseira e evitando “empinar” nas arrancadas. Equipada com rodas em alumínio fundido de 17 polegadas calçadas com pneus Metzeler radiais (tubeless), o conjunto tem na centralização de massas um dos segredos do equilíbrio que dá ao piloto uma agradável sensação de segurança na pilotagem, um dos destaques da moto. Os freios são eficientes com disco simples nas duas rodas, sendo o dianteiro de 298 mm e o traseiro com 220 mm de diâmetro.

Linhas bem definidas e perfil bem fino: compacta e leve

Iluminado por LED, o painel da R3 é completo e possui o Shift Light, como na R1, que avisa a hora para trocar a marcha (para cima) e pode ser ajustado de acordo com a preferência do piloto tanto no tipo de aviso (luz fixa, piscante e strobe) quanto na faixa de rotações desejada para as trocas (entre 7.000 e 11.000 rpm). Com conta-giros analógico à esquerda e display LCD à direita, o painel conta com indicador de marcha, nível de combustível, temperatura da água, relógio, hodômetro total e dois parciais, indicador de troca de óleo, consumo médio e instantâneo de combustível, além de todas as outras tradicionais luzes-espia.

Yamaha R3 - Ficha Técnica

A Yamaha YZF-R3 está disponível em 3 cores: Midnight Black (preta), Rapid Red (Vermelha e Branca) e a Racing Blue (Azul e Prata Fosco). A nova moto estará disponível, na versão standard, a partir da segunda quinzena de setembro nas concessionárias. A versão com ABS chega às concessionárias Yamaha a partir da segunda quinzena de novembro.YZF-R3

Para facilitar aos consumidores a aquisição da nova YZF-R3 e conseguir escoar as 400 motos por mês, a Yamaha apresenta para esta moto condições especiais, que vão desde o financiamento pelo Banco Yamaha, com taxas e condições diferenciadas, e pelo Consórcio no plano Premium sou + R3, onde a taxa de administração é menor e a adesão aos grupos já está aberta. Além das condições para compra, a Yamaha apresenta também um seguro especial para a nova moto, com preço fixo de R$2.000,00 que pode ser quitado à vista ou parcelado em 12 vezes fixas. A notícia ruim é que apenas os comprados da moto que estiverem em São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas (SP) e Baixada Santista (SP) terão este seguro disponível, que tem adicionalmente assistência 24 horas e ainda conta com rastreador.

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