A Síndrome de WhatsApp ataca no motociclismo
Recentemente o WhatsApp teve sua operação suspensa no Brasil em virtude de uma ação que visava duas coisas – a primeira seria combater a criminalidade e a segunda provar que sem o WhatsApp as pessoas falariam mais ao telefone.
Não se sabe quem foram os promotores dessa ação, pois correu em segredo de justiça, mas sabemos que ela teve apoio tanto das operadoras que executaram sem reclamar como também, dos interessados em dar uma lição no Zuckerberg – dono do Facebook e do WhatsApp.
A briga é antiga entre justiça e redes sociais. Alguns softwares funcionam em ambiente onde a quebra da sua criptografia depende de autorização e da boa vontade dos seus donos. Assim foi no Orkut com a quebra dos cadeados que ajudavam a promover a pedofilia e outros tipos de crimes. Agora é o WhatsApp que não queria ceder aos apelos da justiça para investigação policial. O cenário estava pronto para que uma solução genial (sic) fosse adotada. E ai? Pois é. Bloquearam o WhatsApp.
O histórico brasileiro de ideias ditas absurdas é enorme e é isso que chamo de Síndrome de WhatsApp.
O segmento ‘motociclismo’ é um dos campeões de crises de Síndrome de WhatsApp. Já tentaram colocar o número da placa no capacete, placa dianteira na moto, colete com a placa da moto, aumento de DPVAT e agora, novamente, em São Paulo, a proibição do garupa na moto.
Não vou tratar desse assunto quanto a questões legais e constitucionais, pois já falaram disso o bastante nas duas edições onde a sandice tomou conta dos parlamentares paulistas. Quero abordar dois pequenos detalhes que passaram despercebidos. O primeiro deles é a questão de São Paulo capital não possuir o serviço de mototaxi, muito comum na maioria das cidades e municípios brasileiros; seria muito pior se resolvessem fazer isso e atingissem os mototaxistas.
A justificativa para a reedição da ideia de Jooji Hato – deputado paulista dotado de grande sapiência – seria o problema da segurança, mas sabe-se que bandido não segue regra nenhuma. Muito pelo contrário, eles têm as próprias regras e isso ocorre tanto no parlamento como nas ruas. Se uma nova lei resolvesse, não precisaríamos de polícia, pois os bandidos resolveriam parar de roubar por que é proibido e deixariam de matar por que serão presos.
São ideias tipo essas que contribuem para que aberrações proliferem e assim, por causa de alguns, todos se ferram. É a Síndrome de WhatsApp! Ou seja: para matar o carrapato, mata-se a vaca também.
Em outra situação podemos ver que o crescimento na violência do Brasil tem colaboração de todos os lados. Comecemos pela cultura de idolatrar bandido. Aqui no Brasil a imprensa, os meios de comunicação e a justiça adoram um bandido. Toda hora soltam vários respondendo a dezenas de processos e vez ou outra aparecem policiais e magistrados envolvidos em corrupção. E por falar em corrupção ainda temos os desmanches. Uma moto depois de roubada leva menos de 3 horas para que as suas peças estejam sendo vendidas em lojas de motopeças na grande São Paulo. Como se isso já não bastasse ainda temos as associações de direitos humanos que sempre estão pressionando policiais a ponto de pessoas partirem para tomar a arma de PMs em serviço, levarem um tiro por isso e o quase condenado ser um o policial. Como dizem no Nordeste do Brasil – ‘Respeite a puliça, cabra!’ E falando em respeito, para fechar o assunto ainda temos o Estatuto do Menor que ajuda a formar vários bandidos, permitindo que façam estágio no crime sem prejuízo da ficha criminal e aos 18 anos estão formados e prontos para servirem a organizações criminosas. Organizações criminosas que comandam presídios, desmanches, controlam polícia e judiciários, advogados e lojas de peças, finanças e contas bancárias e manipulam o DPVAT que é mais caro por que as motos sofrem mais acidentes que veículos – o que já se provou ser falsa a informação. No DPVAT tombo da própria altura virou acidente de moto. E assim segue a vida..
Porém tudo isso se resolve rapidamente, como em um passe de mágica, por que o deputado estadual Jooji Hato teve mais uma brilhante ideia. Aquela ideia de um bilhão de dólares que, nada mais é que, apenas, mais uma Síndrome de WhatsApp.