KTM 1290 Superduke R
por Jan Terwak | 17.05.2016
KTM 1290 Superduke R
Com 180 cavalos, uma ciclística acertadíssima, agilidade e beleza ímpar, essa moto tem tudo para te fazer perder a cabeça
Uma pequena volta ao passado. Durante muito tempo – após a segunda guerra mundial – o Japão recebeu diversos investimentos que o tornou uma potência mundial e referência em tecnologia. Estamos no século XXI e a cena mudou. O mercado que antes era da Europa e fora tomado pelo Japão está pouco a pouco se equilibrando. Prova disso são as inovações tecnológicas e o alto nível que as motocicletas da Europa estão.
Importada da Áustria e comercializada pela Dafra, essa KTM desembarca aqui por R$ 79.000. O preço é salgado, porém ela entrega um pacote completo para quem decide se render ao time laranja, começando pelo visual. Que visual insano é esse? Impossível olhar para a Superduke e não se apaixonar logo de cara. Dona de uma personalidade marcante, linhas angulosas, um design agressivo, que impõe respeito e mostra logo de cara a vontade que a moto tem de acelerar. O slogan da moto? “Unleash the Beast”, que significa: Solte a fera.
Veja o vídeo oficial
A combinação de cores foi escolhida a dedo, mescla o laranja, preto e o branco. Detalhe para o chassi dividido em 2 cores, que faz uma transição do laranja para o branco na parte de trás. Linda, sem mais palavras para descrever.
O painel é igualzinho ao da KTM 1190 Adventure e tem as mesmas funcionalidades: Hodômetro total e dois parciais, tempo de condução, consumo médio e shift light ajustável.
Tecnológica
Para ajudar a “domesticar” essa moto podemos contar com tecnologia de ponta. A Superduke tem com um computador de bordo – igual ao da 1190 Adventure – muito fácil de ser usado. Ele tem 3 diferentes modos de pilotagem, que modificam a entrega de potência, os modos são: Sport e Street – que entregam os mesmos 180 cv, porém de maneira mais agressiva e dócil respectivamente, além do Rain – que limita a potência em 100 cv. Os modos de potência interferem também no controle de tração, que mudam o seu funcionamento conforme o modo escolhido.
O controle de tração e ABS também podem ser totalmente desligados, caso o piloto queira sentir como a Superduke reage sem ajuda da eletrônica.
Acelerando Fundo
Dona de um motor Bi cilíndrico, DOHC, de exatas 1.301 cc, esse V2 é oriundo da Superesportiva KTM 1190 RC8R. Para o aumento de cilindrada de 1190 para 1290, o motor teve o diâmetro e curso dos pistões aumentados, atingindo a marca de incríveis 180 cv de potência e 14,7 kgf.m de torque, os números impressionam e já dão uma ideia que como é seu desempenho.
Potência e torque são palavras que não faltam para avaliar este motor. Basta girar o punho direito que a resposta esta sempre ali, o torque é brutal e pode assustar, se não fosse o controle de tração certamente que a roda dianteira iria levantar. É uma sensação quase que indescritível acelerar este V2, parece que a força não tem fim.
A vibração que o motor emite é perceptível, mas em uso dentro dos limites da lei não incomoda. Só passa a ser incômodo quando passamos dos 7 mil rpm, entretanto saiba que em 6ª marcha à 5 mil rpm a velocidade é de 150 km/h. Para sentir as vibrações é necessário acelerar muito, mas muito mesmo.
A moto cedida para testes estava equipada com escapamento da Akrapovic, item que garante um ronco encorpado e estrondoso, em acordo com o que a moto oferece.
Ready to Race
Equipada com oque há de melhor no mercado em termos de freio e suspensão, não temos dúvida da qualidade do conjunto.
Os freios são assinados pela Brembo. Na dianteira a moto conta com discos duplos flutuantes de 320 mm de diâmetro e o traseiro é um disco flutuante perfurado com uma pinça fixa de 4 pistões com 240 mm de diâmetro.
O sistema de frenagem conta com ABS, que muda a atuação dependendo do modo de pilotagem escolhido. O ABS pode ser desativado e ainda tem um modo de frenagem chamado Supermoto, que desliga o ABS na roda traseira, permitindo divertidas derrapadas nas entradas de curvas – técnica muito usada nas competições de Supermoto.
Como não poderia ser diferente, a suspensão é da WP. A dianteira é invertida, tem um curso de 125 mm e é totalmente ajustável, com controles de compressão e retorno em bengalas separadas. Já a traseira é monoamortecida, com 156 mm de curso, além de ser totalmente ajustável também.
Ciclística
A Superduke é equipada com um chassi do tipo treliça – projetado em aço cromo molibdênio –enquanto o subquadro é feito de alumínio e a balança é do tipo monobraço.
Quando recebi a Superduke para testar me surpreendi com a agilidade da moto, até parece a sua irmã menor, a KTM Duke 200! Muito ágil e divertida em diversas situações, seja na cidade, ou em estradas sinuosas, aliás, é aqui que é o habitat natural desta moto. Sabe aquela estrada cheia de curvas, para direita, esquerda e de todo tipo? Colocar a Superduke aqui a diversão é garantida, as respostas são rápidas e contundentes.
Essa facilidade para encarar curvas se dá por conta do ângulo de caster – quanto menor o ângulo, melhor é o comportamento da moto em curvas – e do entre eixos – que funciona da mesma maneira, quanto menor o espaço entre as rodas, melhor a resposta em curvas. É uma moto rápida, gostosa de pilotar. Quanto melhor de curvas uma moto é a tendência é que fique mais instável em retas, normal. Quando “tentamos” abusar do acelerador a moto se mostra um pouco instável, perto do limite de segurança, claro que isso muito acima do limite de velocidade permitido.
A Superduke me fez mudar de ideia. Já se foi o tempo em que motos com o motor grande eram pesadas para andar. Essa motoca é magra demais.
Ela é confortável para pequenas viagens, mas nem pense em ir longe, muito menos em levar um garupa, pois além de não te proteção aerodinâmica nenhuma, o garupa não é muito bem vindo. O assento traseiro é curto e falta um local adequado para se segurar.
A média de consumo ficou em 14,5 km/l. É uma moto que consome muito combustível, entretanto, anda como poucas.
Não temos dúvida da qualidade das motos da KTM, especialmente da Superduke, entretanto para ter uma moto dessas paga-se um preço caro. Mas convenhamos, quem tem R$ 79.900 para desembolsar em uma moto, não liga para o preço, mas sim para o que a moto pode oferecer em termos de desempenho, design e exclusividade. Isso a Superduke tem de sobra.
Gostamos Pode Melhorar
Motor Conforto do garupa
Ciclística Vibração
Componentes
Ficha técnica
Motor | |
Tipo | 2 cilindros , 4 tempos, V 75º |
Cilindrada | 1301 cm³ |
Diâmetro x curso | 108 mm x 71 mm |
Potência | 180 cv a 8870 rpm |
Motor de partida | Motor de partida elétrico |
Lubrificação | Forçada, com 3 bombas de óleo |
Arrefecimento | Líquido |
EMS (sistema de administração do motor) | SEM keihin com RBW, ignição dupla |
Transmissão | |
Câmbio | 6 velocidades, constantemente engrenadas |
Transmissão Primária | Engrenagens (40:79) |
Relação da transmissão secundária | 17:38 |
Embreagem | Múltiplos discos com acoplamento antideslizamento, PASC (TM) de acionamento hidráulico |
Transmissão final | Por corrente com anéis “X” 5/8 x 5/16” |
Chassi | |
Tipo | Treliça, feito em aço cromo molibdênio |
Suspensão dianteira | WP Invertida Ø 48 mm com ajuste de compressão e retorno |
Suspensão traseira | Monoshock WP adjustes: pré carga, retorno, compressão em alta e baixa velocidades |
Curso da suspensão dianteira | 125 mm |
Curso da suspensão traseira | 156 mm |
Freio dianteiro | 2 pinças radialmentes parafusadas de 4 pistões monobloco e discos de freio flutuantes |
Freio traseiro | Pinça parafusada de 2 pistões e disco de freio Brembo |
Diâmetro do disco de freio dianteiro | 320 mm |
Diâmetro do disco de freio traseiro | 240 mm |
ABS | ABS de 2 canais Bosch 9M+ |
Dimensões e peso | |
Rake e Trail | 24,9° e 107mm |
Entre eixos | 1482 ± 15 mm |
Distância do solo | 140 mm |
Altura do assento | 835 mm |
Capacidade do Tanque | 18 litros |
Peso seco | 189 kg |
Fonte: Fotos: Carla Gomes e divulgação KTM