Minha vida numa moto: 1000 km numa Shadow 750cc – Minhas impressões
O I Encontro Nacional de Motonliners
Do virtual para o real. Esta é a frase que resumiria muito bem o que foi o I Encontro Nacional de Motonliners. Pudemos conhecer pessoalmente muitas pessoas que nós só conhecíamos através do mundo virtual. Foi uma bela festa de confraternização, troca de conhecimento e uma ótima oportunidade para testar equipamentos.
Esta coluna começa pelo grande prazer que foi poder conhecer pessoalmente o casal Elena e Ryo Harada. Neste mesmo encontro eu pude ter pessoalmente com outras figuras clássicas e lendárias do Motonline tais como André Garcia, Bitenca e o campeão de posts no fórum do Motonline – o Poeta, o qual também estava à frente da organização do evento.
A Honda havia cedido duas Shadow 750cc para irmos ao evento. Uma de cor preta ficou comigo e a de cor prata com o Bruno. Deixei a Poposuda em casa, bicuda de raiva, para ir na Shadow 750cc em uma viagem de cerca de mil quilômetros com a minha Maria na garupa. Uma viagem tranquila em um dia meio nublado. A rodovia Regis Bittencourt é também chamada de ‘Rodovia da Morte’ por conta da sua pista simples e de uma serra que se tem que atravessar a qual está sempre carregada de caminhões e muitas curvas. Uma coisa é importante destacar nesta rodovia, que por sinal é pedagiada, é que ela é a pior de todas que rodei no fim de semana do evento. Neste período do evento rodei pela Dutra, Carvalho Pinto e Castelo Branco. As condições da Régis são as piores, inclusive em termos de socorro e asfalto, o qual é bastante ondulado e com alguns pequenos buracos. O pedágio no trecho São Paulo – Curitiba é de seis paradas de R$ 0,75 centavos para motos.
A viagem na Shadow 750cc
Na estrada a Shadow se comportou muito bem. O motor injetado e o sistema de transmissão cardã formam um ótimo conjunto. A suspensão traseira (bi-choque com amortecedores laterais) é muito melhor do que a antiga Shadow 600cc que usa o sistema monochoque. Apesar de estar rodando sem bagageiro e nem sissy-bar a minha Maria não reclamou e achou a 750cc muito mais confortável para o garupa.
Todo mundo sabe que sou fã das custom, mesmo sendo esse um estilo clássico e que para muitos é considerado ultrapassado, confesso que, pilotar uma custom exige certa perícia, boa coluna, força nos braços e realmente gostar de clássicas. Não é uma pilotagem fácil se compararmos com motos de design mais moderno tipo as gran-turismo GS BMW, V-Strom Suzuki e outras. Nem toda estrada é boa para custom. Falo isso por que o Bruno veio em outra Shadow e por outro caminho, conhecido como a Estrada da Serpente que passa por Sorocaba (SP), Apiaí (SP) e Adrianópolis (PR). Por ser uma estrada com muitas curvas e alguns buracos, a viagem do Bruno foi bem cansativa.
Lembrando que eu gosto deste estilo de pilotagem e respeitando todas as opiniões em contrário, a minha impressão da Shadow 750cc foi muito boa quanto a torque, consumo (21km/l) e suspensão. O motor OHC, bicilíndrico em “V”, 4 tempos, arrefecido a líquido de 745 cm³ alimentado através de injeção eletrônica PGM FI tem potência máxima de 45,5 cv a 5.500 rpm, com torque máximo de 6,5 kgf.m a 3.500 rpm. A transmissão possui cinco velocidades (eixo cardã) e o motor é acionado apenas por um sistema de partida elétrica. O tanque é de 14 litros e não possui chaveamento manual para acionar a reserva que na 750 é eletrônica. Você é avisado que o tanque entrou no modo reserva por uma luz amarela fixada na mesa do guidão que pisca quando está entrando na reserva e fica amarelo intermitente quando a gasolina está prestes a acabar. A Shadow 750cc possui chassi tipo berço duplo (2.503mm x 920mm x 1.125 mm) e um peso seco de 247 kg.
Todos nós sabemos que as custom são desconfortáveis para as garupas, mas a minha Maria não reclamou; talvez por que a Poposuda tem uma suspensão bem mais desconfortável. Foram cerca de mil quilômetros rodados sob o sol, frio, buracos, ondulações e uma leve garoa, senti um enorme orgulho da minha garupa.