A irreversível popularização do notebook.
“As coisas valem o que os clientes estão dispostos a pagar.” Publilius Syrus, I a.C.
O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) publicou na segunda-feira (14/05) a portaria que realiza alterações no projeto Computador para Todos.
A principal novidade é a oficialização dos notebooks no programa, que terão limite de preço de 1,8 mil reais para receber os benefícios. Os equipamentos deverão ter sistema operacional e aplicativos em código aberto, freqüência mínima de 1,4 Ghz, memória principal mínima de 512 MB, uma unidade de disco rígido de 40 GB, gravador de CD e leitor de DVD ou gravação de CD e DVD. A tela deve ter tamanho mínimo de 14 polegadas TFT colorido (matriz ativa).
A interface de som compatível com Sound Blaster PCI, 16 Bits, Plug & Play, com alto-falantes estéreo embutidos ao equipamento. Estão previstas três interfaces de comunicação USB 2.0, interface de comunicação sem-fio, adaptador 110/220V, e o notebook deverá pesar no máximo três quilos.
Os consumidores terão as mesmas condições oferecidas para os desktops, como o financiamento com recursos do FAT.
Mas, como ficará esse mercado nos próximos anos? O que pode acontecer? Quem ganha e quem perde com isso?
O mercado não perdoa e quem não sabe ler seus números morre de bala perdida (não sabe de onde veio e nem quem foi que atirou).
Internautas: 11,4 milhões de pessoas acessaram a web de casa em abril. Fonte: Ibope.
Tempo de navegação: 15 horas e 14 minutos. O Brasil ainda é lider na categoria.
Em Portugal 1/3 dos lares com PC possui notebook. Bareme Internet Marketing.
E tem mais!
-“Nos próximos 4 anos os notebooks vão dominar o mundo.” Previsão do Worldwide Quaterly PC Tracker da consultoria IDC.
-Desktops vendidos mundo em 2006: 138,3 milhões de unidades. Crescimento anual médio projetado até 2011 de cerca de 3,8%.
-Laptops vendidos mundo em 2006: 82,4 milhões de unidades. Crescimento anual médio projetado até 2011 de cerca de 16,1%.
Ao final de quatro anos os portáteis representarão mais de 50% de toda a base de PCs.
-Brasil: 680 mil notebooks. Cerca de 54% deles no valor médio de até 3 mil reais. Cerca de 116% de crescimento. Abinee
-Desktops Brasil : 8,3 milhões de máquinas. Crescimento de 43% em relação a 2006.
2,2 milhões de brasileiros da classe B e C compraram o primeiro micro. Isso representa cerca de 62% dos 3,5 milhões de PCs vendidos ao mercado doméstico.
38% dos 8,3 milhões compraram um novo micro.
Em 2005, 45% das vendas foi referente a compra de uma segunda máquina.
Em 2005, 56 % das vendas de computador foram feitas por novos donos.
O Computador Para Todos vendeu 380 mil unidades nos 9 primeiros meses de 2006.(Abinee)
Os clones/piratas ainda representam cerca de 46,8% do mercado de PCs.
E quais mudanças essa popularização poderá trazer?
Os segmentos de internet wi-fi deverão se popularizar. Será cada vez mais comum ver pessoas com seus notebooks acessando internet dentro de seus automóveis, bares, restaurantes e até em escolas. Já existe empresa oferecendo conexão wi-fi num raio de até 75km.
A segunda máquina de uma residência deverá ser um notebook e muitos trocarão seus desktops pelos portáteis.
Os serviços de storage serão ainda mais valorizados juntamente com os de seguros para notebooks.
No-breaks e estabilizadores de tensão deverão ser repensados e novas proteções paras as fontes dos portáteis precisarão ser concebidas.
Acessórios tipo: bolsas, mouse ópticos, teclados externos e outros mais também terão um crescimento acima de três dígitos.
As lojas também deverão mudar uma parte do seu layout interno. Seções inteiras dedicadas a notebooks deverão surgir, com vendedores especializados e serviços direcionados aos seus usuários avançados ou não.
Enfim, não demorará muito e ter um notebook será como ter um celular. A diferença não será mais nos recursos ou nos preços de venda, mas no serviço.
O mercado de desktops continuará crescendo, mas em ritmo menor. Ainda tem muito mercado, mas a onda será surfar num notebook, que poderá ter várias cores, designs, grafismos etc.
É esperar pra ver ou perder a dança. “É uma verdade óbvia”, como está escrito na Declaração de Independência dos EUA e como bem definiu Walt Disney: “Nunca se esqueça de que tudo isto aqui começou com um ratinho.”
E o ratinho da vez é o notebook.
Luis Sucupira
Marketing e Vendas