Aquiraz: A primeira capital do Ceará tem de tudo um pouco.
Século XVIII – Pescadores encontram a imagem de um santo de botas a quem chamaram de São José de Ribamar. Conta a lenda que quiseram levá-la para um outro povoado. Trouxeram um carro de boi, mas inexplicavelmente a imagem do santo ficou tão pesada que nem mesmo a mais forte junta de bois conseguiu removê-la do lugar. Misteriosamente quando alguém sugeriu que a Igreja de Aquiraz seria o melhor local para o santo, o peso sumiu e o santo pôde ser carregado por uma só pessoa. Assim surgiu a lenda e a devoção ao “São José de Botas”.
Se você gosta de agitos, lendas, aventura, tranquilidade, natureza, rios, lagoas, mangues, cultura, história, golfe, esporte motor de duas e quatro rodas e ainda de uma boa comida; prepare-se: você vai conhecer a cidade que tem tudo isso, fica ao lado de Fortaleza e já foi a primeira capital do Ceará – seja bem vindo a Aquiraz.
Aquiraz está na costa leste do litoral cearense, a 27 km de Fortaleza, e guarda em suas raízes as tradições indígenas e do colonizador europeu, além dos marcantes traços da cultura africana.
A então vila foi criada pela ordem régia de 13 de fevereiro de 1699, depois virou a sede administrativa da capitania do Siará Grande até o ano de 1726, ou seja – Aquiraz foi capital do Ceará até o ano de 1726 antes de mudar para Fortaleza.
“Aquiraz” vem do tupi-guarani e significa “Água Logo Adiante”. Na sede, situada em torno da Praça Cônego Araripe, a qual tem o desenho da missão jesuítica, encontram-se as principais edificações de interesse histórico-arquitetônico do local. A Igreja Matriz de São José de Ribamar, construída no século XVIII, onde destaca-se no nicho central do altar-mor a imagem do padroeiro São José de Ribamar, calçado de botas, relembrando o bandeirante audaz.
Outro monumento importante é a antiga Casa de Câmara e Cadeia iniciada no século XVIII e concluída no ano de 1877. Atualmente, o prédio sedia o Museu Sacro São José de Ribamar, fundado em 1967, sendo considerado o primeiro museu sacro do Ceará e o segundo do Norte-Nordeste. Seu acervo compõe-se de mais de 600 peças de caráter religioso datadas dos séculos XVII , XVIII e XIX, alusivas à fé do povo cearense. A mais importante do acervo é uma cruz processional de prata cinzelada datada do século XVIII, herança dos jesuítas que estiveram em Aquiraz.
O Mercado da Carne, hoje Mercado das Artes, século XIX, outrora centro comercial da cidade, impressiona o visitante pela particular técnica de construção, a qual prima pelo uso da carnaúba e do tijolo adobe. Sua parte central era o local de comercialização da carne. Os antigos pontos comerciais, situados na parte externa, foram durante décadas, o coração do comércio da cidade, fato que perdurou até o tombamento do prédio em 1988.
A Casa do Capitão-Mor é outro raro exemplar do casario da época. Os jesuítas que permaneceram por 32 anos (1727-1759), fundaram no local, hoje chamado “sitio colégio”, o famoso “Hospício dos Jesuítas”. Hospício, no linguajar da época, significava “posto de hospedagem” e não “lugar de doidos”. Era lá que os padres missionários vinham recuperar suas forças para depois prosseguirem com sua missão de catequizar os aborígines nos mais longínquos confins da capitania.
A residência apostólica também abrigou o primeiro centro de ensino do estado e seu primeiro seminário. O que restou do extinto estabelecimento são apenas as ruínas da antiga capela de Nossa Senhora do Bom sucesso, construída em 1753.
Ainda segundo outra lenda, quando os jesuítas foram expulsos, eles profetizaram que um dia o mar haveria de passar sete metros acima das torres da igreja matriz, espalhando o caos por toda a vila. Isso se deu também por que todos os bens da ordem foram confiscados.
Água na região não falta e como ela é logo ali temos o Rio Pacoti, e a Lagoa do Catú. Além disso tem ainda a Barra do Pacoti e as Praias do Batoque, Porto das Dunas (famosa no mundo inteiro pelo parque aquático Beach Park), Prainha, Marambaia, Barro Preto e Batoque e Iguape. E ainda tem mangues e dunas em perfeito estado de conservação.
Se você gosta de festejos Aquiraz não fica devendo a ninguém. Existem os Do Coo-padroeiro São Sebastião, a Feira Metropolitana do Artesanato, a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes e o Festival de Dança do Coco.
Festejos rimam com uma boa cachaça e lá fica o Museu do Engenho Colonial mantido pela cachaça Colonial e que foi inaugurado em fevereiro de 2012. A exposição consta de objetos, que pertenceram ao primeiro engenho do Sítio Colégio, bem como objetos adquiridos posteriormente, que compõem uma narrativa que perpassa pela história econômica da cidade de Aquiraz e se entrelaça com a história colonial de nosso país. Imperdível.
Aquiraz é o município do Ceará que possui um dos metros quadrados mais valorizados. Nesta região estão os maiores e alguns dos principais empreendimentos turísticos do estado e vai desde o Beach Park até campos de golfe perfeitamente gramados. Há de tudo para todos os gostos. Na gastronomia existe a Barraca do Néo que faz o melhor camarão, é especialista em galinha cabidela (molho pardo) e peixe de todas as espécies.
O lugar pela sua própria geografia propicia a prática de vários tipos de esportes que vão do golfe ao off-road. Tem ainda o Kyte Surf e os passeios em dunas brancas.
Na minha viagem por Aquiraz registramos apenas um terço de tudo o que ele pode proporcionar ao visitante. Fica dentro da cidade de Fortaleza e possui as melhores estradas do estado. Ou seja, diversão garantida para todos os gostos e bolsos.
Esta matéria foi feita com o apoio da Make Safe – alarmes presenciais, Revista Motoboy Magazine, Motonline – portal de motos.
Agradecimentos especiais – Anonymous MG, em especial a Cláudia Leite.
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