Colocando à prova a GSX-R 1000 (SRAD)
Ainda sendo comercializada aqui no Brasil um modelo anterior do que foi lançado no salão de Milão no final de 2011, a Suzuki GSX-R 1000, ou como é mais conhecida entre os aficionados, a SRAD 1000 (devido ao seu sistema de indução de ar direto, Suzuki Ram Air Direct) é um excelente modelo que briga na categoria das 1000cc mais vendidas do país.
Teaser GSX-R 1000- Motor & Cia from MOTOR & CIA. on Vimeo.
Com 999 cm³ e 11,9 kgf.m o seu propulsor gera exatos 185 cavalos de potencia, todos esses números são representados em um desempenho fora do comum nas pistas, que exige uma técnica e experiência muito apurada do piloto para extrair tudo que a moto oferece, confesso que mesmo para nós que estamos acostumados a pilotar diversos modelos e cilindradas variadas, é necessário muita pericia e delicadeza para se chegar ao limite. De acordo com estudos feitos em um documentário sobre a fábrica da Suzuki no Japão, o modelo GSX-R 1000 das ruas tem uma diferença apenas de três segundos para o mesmo modelo de Superbike (teste feito em um autódromo por um piloto profissional).O nosso palco de testes foi o autódromo do ECPA em Piracicaba-SP, um circuito travado de 2100 metros que exige muito do piloto e do equipamento. Os 185cv são sentidos logo nos primeiros giros do motor, fazendo com que a moto em primeira marcha suba a frente facilmente (atingindo de 0 a 100km/h em menos de 4 segundos), e não é muito difícil que o mesmo aconteça na segunda marcha, aonde a velocidade chega próximo dos 180km/h, e leva a moto em questão de segundos a casa dos 300km/h. O conjunto de suspensão e os freios de duplo disco de 310mm na dianteira com pinça radial de 4 pistões opostos e disco simples de 220mm na traseira com pinça deslizante e pistão simples garantem controle nas frenagens mais chegam a perder eficiência em uso extremo. Sendo ágil e leve, é importante ressaltar que apesar de toda a cavalaria, é incrivelmente possível (e prazeroso) usar o modelo no dia a dia, que seja para ir ao trabalho ou simplesmente passear.Por ter uma ciclística bem acertada e o centro de gravidade muito baixo, uma das vantagens da “Srad 1000” mais perceptível nos teste foi a facilidade que a moto tem em mudanças de direção (como por exemplo curvas em “S”), facilitando muito a vida do piloto em trechos sinuosos, já em contra partida é como se a Suzuki tivesse parado no tempo e ficado para traz em termos tecnológicos. A GSX-R 1000 não conta com controle de tração e muito menos com ABS, vem de série apenas com um seletor de mapas de potencia com três opções que são A, B e C, que já é uma boa ajuda para pilotos inexperientes. Andando no mapa A, aonde é liberado 100% da potencia do motor, é fácil sentir em saídas de curvas de baixa a traseira destracionando, e com a ausência do ABS pode-se usar derrapagens controladas para entradas de curvas, ou representar um risco para o piloto quando se encontrar em alguma situação de emergia na estrada.Ao contrário de muitos boatos que são disseminados por ai, ou até mesmo de uma idéia errônea que as pessoas têm, a moto esportiva é confortável SIM, exigindo apenas uma correção na postura do piloto, e chega a ser uma excelente opção para viagens. Rodamos 500km de Campinas-SP a Araçatuba-SP, e assumo que a viagem foi muito mais prazerosa do que se tivéssemos ido com 80% dos modelos que existem no mercado atualmente.
O consumo a uma velocidade de cruzeiro de 150 km/h é elogiável, chegando a até 16km/l.
No modelo lançado em Milão, as principais diferenças visíveis é a modificação no escapamento que deixa de ser duas ponteiras se tornando apenas uma do lado direito trazendo um conjunto 4x2x1 bem mais leve, e as pinças radiais monobloco de freio da Brembo. Já a taxação do motor passou de 12,8:1 para 12,9:1, novas válvulas de titânio e pistões 11% mais leves. Todas essas modificações garantiram dois quilos a menos no conjunto e melhorou a entrega de potência nas faixas médias de rotação.
Enquanto o novo modelo não vem, a GSX-R 1000 2012 que é comercializado atualmente no país tem o preço sugerido em R$ 58.900,00 nas concessionárias Suzuki de todo o Brasil.
Texto:Ricardo Fox
Fotos: Lucas Garbelini / Claudinei Cordiolli