Desejo de ser grande – Por Mário Sérgio Figueredo
Sabemos que no princípio você não vai acreditar neste texto. Mas saiba que tudo que vai ler é a mais pura verdade. Tudo é facilmente comprovável numa visita rápida aos sites europeus da Honda, Yamaha e Suzuki, cujos links estão lá no final deste texto. Deixe para acessá-los depois de ler tudo.
Suzuki Burgman Executive 125cc
É sabido que a forma como se obtém a Carteira Nacional de Habilitação para motos aqui no Brasil permite que o indivíduo, ao receber sua CNH já está apto – perante a lei – a sair por aí pilotando qualquer moto, de qualquer cilindrada, seja ela uma pequena Titan ou uma potente Hayabusa, mesmo sem estar preparado ou treinado para isso e colocando em risco a sua vida e à de terceiros.
Ao contrário do Brasil, em alguns países da Europa, América do Norte e Oceania as leis são mais “inteligentes” do que as nossas e sabem evitar os riscos de dar uma licença para usar qualquer moto sem nenhuma experiência. E por esse motivo estabelecem critérios mais rígidos aos candidatos à habilitação de motos.
Acredite, essa Varadero tem apenas 125cc, mas com motor mais preparado
Em países como Canadá, Austrália, Espanha, Portugal e Inglaterra entre outros, a obtenção da carteira de habilitação para motos exige que o candidato passe por níveis ou degraus de escalonamento, iniciados por motocicletas de 125cc. O piloto neófito é impossibilitado por lei de pilotar motos de maior cilindrada por períodos que mudam de país para país, mas que chegam a até um ano. Com o tempo e, consequentemente, mais experiência, adquire-se o direito de pilotar motos de maior cilindrada e potência.
Suzuki Marauder 125cc – o modelo original tem 800cc
Não importa o poder aquisitivo do recém-habilitado. Todo cidadão tem a obrigatoriedade de obedecer esse limite, sob pena de sofrer os rigores da lei.
E é por isso que lá você pode encontrar estas motos das fotos. Atentas a esse detalhe sobre as regras para habilitação, as grandes montadoras de motos incluem em seus portfólios de produtos, réplicas das suas grandes motos, só que equipadas com motores de 125cc.
Mas não são os motores a que estamos acostumados aqui no Brasil, mas outros, dotados de tecnologia de ponta, incomum em motores de 125cc, tais como injeção eletrônica, 1 ou 2 cilindros, refrigeração líquida, controle computadorizado e curto percurso do pistão para oferecer respostas instantâneas de solicitação de potência. Essa preparação se faz necessária para deslocar o peso adicional.
Que tal uma R1 com apenas 125cc? Pois ela é fabricada para o mercado europeu
Ou uma réplica das grandes RR da Honda mas também com 125cc?
As diferenças não param por aí. Essas “pequenas” motos contam ainda com freios à disco de dimensões maiores, suspensão mono-amortecida e escapamentos em titânio ou carbono, à escolha do cliente. Na verdade são motos diferentes dos modelos de entrada de cada fabricante, os detalhes e acessórios citados fazem a diferença e motivam aqueles que e querem e podem ($$$) ter a sua moto diferente e mais sofisticada.
Parece a Shadow 750, mas sua “alma” é um motor de 125cc em “V”
Se não olhar direito, vai achar que são motos de maior cilindrada. Quer ver mais? Consulte os portais europeus das marcas Honda, Yamaha e Suzuki
Fonte: texto de Mário Sérgio Figueredo – fotos de divulgação dos fabricantes