Frenagens emergenciais e suas três fases para parar a moto. Por Amaral Instrutor

Frenagens emergenciais e suas três fases para parar a moto. Por Amaral Instrutor

Frenagens emergenciais e suas três fases para parar a moto.

Frenagens emergenciais sempre causam arrepios e muitas dúvidas, pois controlar as derrapagens traseiras ou dianteiras não é fácil. Porém, o mais importante de uma frenagem é conhecer seus reflexos, a distância iminente do perigo, a velocidade de sua moto, a aderência do piso e pneus e potencialidade de frenagem de sua moto. Então, analisem as três fases de uma frenagem e vejam se sua pilotagem é desta forma:

REFLEXO, velocidade e decisão de seus atos: se você está sóbrio, não está cansado, está feliz da vida por ter comprado a melhor moto de frenagem do mundo, seu reflexo, como uma pessoa normal ( ou seja, não é  piloto de motoGP ou de caça a jato), será de 3/4 de segundo, significa, em outras palavras, que seu pensamento é rápido, suas ações são realizadas em quase um piscar de olhos. Sendo direto no assunto: Se você está a uma velocidade de 100 km/h, antes mesmo de frenar, sua moto percorreu 20,83 metros. Sabe aqueles comentários que acontecem depois de um acidente: “nossa! Nem deu tempo de frear!”. Imaginem: se o perigo estiver no máximo a esta distância de 20,83 metros, bateu sem dar tempo de usar os freios! Esta é a primeira das três fases da frenagem: SEU REFLEXO, ou seja, TEMPO DE REAÇÃO.

Obs.: Quando tomamos um susto, nossa reação será impensável e, portanto, podemos perder e sensibilidade da frenagem. FRENAR UMA MOTO NÃO É UMA QUESTÃO DE FORÇA REPENTINA

O susto, causados pelos imprevistos, podem causar falta de sensibilidade no uso dos manetes ou pedal de freio

(causada pelo susto, imprevistos), MAS É UMA QUESTÃO DE FORÇA PROGRESSIVA NOS MANETES (caso das scooters) OU PEDAL.

POTENCIALIDADE do modelo de sua moto, segunda fase de uma frenagem: será que toda a moto freia igual? Não, não, não! Nos primórdios de meus artigos sobre frenagens, escrevi um post falando da importância do conhecimento que se deve ter da “personalidade” de sua mais amada aquisição: a moto. Sim, aquisição esta que deve amar, acariciar, beijar. E, para amar, é necessário conhecê-la muito bem, assim como você se apaixona quando conhece sua amada mulher ou seu amado marido.
Nos testes de frenagem dos cursos, em chão seco e asfaltado, vi muitos exemplos que  diferenciam as várias categorias de motos em suas frenagens emergenciais.
Vejam um exemplo: uma moto de 1000 cm³, pesando entre 170 e 185 Kg, mais o piloto, com freios ABS, suspensão e pneus perfeitos, no momento em que se usa os três freios ( mais forte na dosagem no freio dianteiro e menos força na dosagem no freio traseiro, com auxílio do motor), esta moto, em condições acima citadas, percorrerá 28 metros até parar de vez! Isso a 100 km/h.

Em uma moto “normal”,  a sua sensibilidade na mão e no pé substituirá o ABS e as más condições de piso, suspensão ou pneus sem calibragem ou ruins para o uso. Assim, nas frenagens emergenciais  tentem nunca usar sua força no freio dianteiro de modo agressivo e repentino. Usem a força de seus quatro dedos no manete dianteiro de uma formaprogressiva e paulatina, até chegar o curso total do manete( veja o post http://www.amaralinstrutor.com.br/pilotagem-segura/tecnicas-de-utilizacao-defensiva-do-freio-dianteiro/ ) “…dá um medão danado, pois pensamos que a moto vai jogar você

Progressividade no manete dianteiro dará mais segurança nas frenagens

de boca no chão, ou vai escorregar de frente…” disse um aluno.  Sim, poderá acontecer isso se sua força for demasiada e repentina. Muitas quedas acontecem nas frenagens, porque usamos a força dos dedos e não soltamos mais. Lembrem-se,sua força nas frenagens deverão ser progressiva e paulatina. Se sentir que a moto vai escorregar de frente, manere na força e use-a novamente Até a moto parar. A mesma situação será para o uso do freio traseiro.

Usando a embreagem o motor fica mais “solto”. Desta forma o pneu traseiro trava e  escorrega com mais facilidade.  Com o uso do freio motor as frenagens traseiras são mais estáveis, conforme mostram os filmes abaixo. Esta segunda fase da frenagem é chamada de DISTÂNCIA DE FRENAGEM.

E agora? Qual é a terceira fase para parar a moto?

Vamos entender o seguinte: toda esta história se passa com a melhor moto de frenagem do mundo  (moto de passeio e não de moto de competição). O chão é asfaltado e seco. O piloto está sóbrio, feliz e descansado, portanto, atento. Assim sendo, a 100 km/h, antes de frear, o reflexo do piloto fez com que a moto percorresse 20,83 metros ( Tempo de Reação ). No momento da frenagem a moto percorreu 28 metros ( Distância de frenagem ). Então, somando seu tempo de reação (20,83 m.) mais a distância de frenagem de sua moto ( 28 m. ) será igual a 48,83 metros. Caramba! Precisou de mais de 48 metros de espaço para parar a moto!

Então reflitam: se o chão estiver molhado? Se sua atenção estiver fraca? Se sua moto for uma moto “normal?”. Aonde ela vai parar? A terceira fase da frenagem, então, é chamada de DISTÃNCIA DE PARADA. É a soma do tempo de ração mais a distãncia de frenagem da moto.
Por isso, usar de sensibilidade (sentir), dosar forças nos dedos e pé, fará com que a frenagem emergencial seja mais eficiente e segura e não dará tanto medo assim. A distância de parada de sua moto será menor e mais estável e eficaz.

É bom lembrar que frenagens emergenciais acompanham de fortes emoções. Equilibrar essas emoções com a razão é a verdadeira formação do bom piloto. Abraços a todos.

 

Texto e revisão: Carlos Amaral

Fimagem: Geírgia Zuliani e arquivos de alunos formados pela Carlos Amaral & Zuliani Motorcycle Training

Visited 1 times, 1 visit(s) today

Amaral Instrutor

Especialista em Trânsito Brasileiro, Carlos José Amaral é Diretor Operacional da Carlos Amaral & Zuliani Motorcycle Training e escritor de artigos sobre técnicas de pilotagem defensiva e comportamentais e avaliador de performance (piloto de testes) Autor do Guia de Pilotagem Segura, produzido e editado pela Porto Seguro Cia. de Seguros Gerais. Instrutor de Pilotagem e Palestrante na empresa Carlos Amaral & Zuliani Motorcycle Training e na empresa Porto Seguro Cia de Seguros Gerais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *