HONDA PCX 150 – Primeiras Impressões
Seria apenas mais um scooter se não fosse por dois importantes detalhes: a tecnologia de carros de luxo (Idling Stop) e o CBS (Sistema de Freio Combinado) e que permite performance, economia e uma boa experiência de pilotagem. Vamos conhecer o HONDA PCX 150.
A Honda trouxe o PCX ao Brasil em março de 2013 como o primeiro veículo brasileiro equipado com o sistema que desliga o motor quando em parada por mais de 3 segundos – sistema esse batizado de Idling Stop. O projeto já existe na Europa desde 2012 nesta versão. O PCX 150 eliminou o espaço existente entre o assento e o escudo frontal, sem perder o mesmo indicativo de postura para este tipo de projeto. Sua aerodinâmica composta por vincos acentuados, permitem dissipar o vento frontal, proporcionando uma melhor proteção ao piloto que na maioria dos scooters.
Design e acabamento
No quesito design a mistura de detalhes clássicos com modernas curvas e desenhos exclusivos dá a aparência de ser bem maior do que realmente é. Os piscas dianteiros embutidos dão a impressão de que todo o corpo do PCX 150 é moldado em uma única peça. O acabamento do PCX 150 é outro ponto a destacar. Não há sobras e os encaixes estão cuidadosamente bem feitos. Isso ajuda a evitar que folguem com maior facilidade e que aquela tradicional batedeira dos scooter venha a acontecer mais rapidamente.
Uma característica são os porta-trecos e bagageiros. Além de terem boa capacidade – (dá para guardar um capacete de tamanho médio sob o banco), eles possuem boa vedação contra a entrada de água. No escudo frontal – ao lado esquerdo da parte interna – existe um pequeno porta-luvas bastante prático, mas que não possui fechadura, portanto, cuidado para não esquecer ali objetos de valor.
Motor
Com um propulsor monocilíndrico de 153 cm³ refrigerado a líquido e com comando SOHC é alimentado por injeção eletrônica e com potência máxima de 13,6 cv a 8.500 rpm com torque máximo de 1,42 kgf.m a 5.250 rpm. O PCX 150 tem tanque com capacidade para 5,9 litros, e o consumo chega aos 40 quilômetros por litro com autonomia prevista de 236 km. O tanque, a preços de 01/11/2014 – R$ 3,00 o litro -, custa cerca de R$ 17,00 o que permite uma razão de consumo de R$ 1,00 real para cada 13 quilômetros.
Qual o segredo de tanta economia?
Muitos atribuem essa economia apenas ao câmbio CVT e ao sistema Idling. Não é só isso. Há mais coisas. Uma delas inclui peças que foram especialmente projetadas reduzir o atrito no motor, tipo o pistão que ficou mais leve e com isso reduz o arrasto e o atrito com as paredes do cilindro. Outro ajuste de desempenho foi a redução da ventoinha e com isso ganhou otimização no funcionamento do radiador. Para finalizar as melhorias os rolamentos foram reprojetados e diminuíram ainda mais o atrito existente no conjunto da transmissão. Como não existe transmissão por corrente o custo de manutenção tende a ser muito baixo. Além disso o motor está praticamente todo em cima da roda traseira o que reduz a perda de transferência de força.
O Idling Stop – Como funciona?
Em português equivale ao mesmo conceito de Stand by (Aguardando; Em espera). No seu televisor, quando você o desliga no controle remoto ele mantém no painel uma pequena luz vermelha acesa. Isso não quer dizer que ele esteja totalmente desligado, mas em modo de ‘espera’ e estará pronto para partir rapidamente, pois todos os recursos necessários para religar estão em estado de alerta. Quem
pensa que a TV em Stand by não consome energia, está enganado. Ela é equivalente a cerca de até 10% do consumo real do aparelho quando em modo ‘ON’. Assim também é no sistema ‘Idling Stop’. Quando o motor pára um sensor de velocidade detecta e informa a ECU (o ‘cérebro’ que controla toda essa tecnologia) que determina o desligamento do motor após 3 segundos. O motor abre a válvula de escape para facilitar o religamento e mantém a de admissão fechada. Para religar a motor basta uma leve puxada no acelerador. O sensor informa a ECU o acionamento do acelerador e liga o motor elétrico e numa fração de segundos (menos tempos que levará para ler este texto) a válvula de escape fecha, a válvula de admissão abre e o cilindro enche, vem a centelha e explode. Tudo muito rápido.
Esse tempo parado é um dos itens que permitem ao PCX 150 chegar aos 40km/l. Além disso ele se torna um produto ecologicamente correto. Mas é necessário saber usar o Idling Stop. Em trânsito travado onde você precisa estar andando e parando em busca de um lugar para passar, ele irá desligar-se a toda hora e isso pode desgastar a bateria desnecessariamente, mesmo tendo sido dimensionada para corresponder a este esforço. O melhor é utilizá-lo em situações onde você roda mais e onde as paradas são mais longas, tipo em um semáforo ou um cruzamento. É como na TV com Stand by. Se você não está usando e não usará por um longo tempo, desligue também o botão do Stand by ou a desconecte da tomada, se for o caso.
Idling Stop – Explicação Honda
Idling Stop Funcionando.
Qual o outro segredo para esta economia?
A transmissão CVT é outra boa solução para permitir essa grande economia sem perder desempenho. O CVT utiliza um sistema de transmissão por correia e a sua progressividade acontece sem saltos, trancos e sem perder o giro. Você irá perceber a diferença entre o CVT e o câmbio convencional na troca de marchas, as quais no CVT não existem. No CVT o giro não cai e fica mais tempo estabilizado enquanto a velocidade vai aumentando (Veja o vídeo abaixo). Apesar de ter um torque baixo isso é compensado por mais giros. A potência máxima de 13,6 cv a 8.500 rpm com torque máximo de 1,42 kgf.m a 5.250 rpm mostra uma razão voltada para economia e que só é obtida por projetos que contemplem uma transmissão CVT.
CVT – Entenda um pouco mais.
Ciclística e Suspensão
Como o motor fica acoplado ao sistema de suspensão este acaba fazendo o papel destinado a balança traseira presente na maioria das motos convencionais. Este tipo de projeto força a suspensão que precisa suportar além das irregularidades do solo a movimentação do motor em conjunto com a transmissão – um peso extra. Mesmo assim o chassi suporta bem e absorve boa parte dos impactos que invariavelmente iriam para o piloto.
Dentro no princípio – ‘moto para uma coisa e, outra moto, para outra coisa’, é importante destacar que os scooters foram feitos para rodar em pistas bem pavimentadas e com pouca irregularidade no piso. Em boas rodovias e estradas o PCX mostra como é gostosa de pilotar. Tocada macia e motor com baixa vibração fazem com que possa atingir rapidamente os 80km/h e chegar ao seu máximo – que é de 110km/h. O controle de velocidade é feito de forma eletrônica e isso impede que passe dessa velocidade mesmo descendo uma ladeira. Como todo scooter a velocidade não é seu forte e a grandes velocidades eles tendem a ser mais instáveis se não foram projetados para isso.
Quanto a manobrabilidade a PCX é ainda mais surpreendente. O bom ângulo de rake (27º) e a boa distância entre eixos e ser bem compacto na sua aerodinâmica fazem com que o PCX 150 seja rápido também em manobras curtas e bem domável quando em maior velocidade. E o danado faz curva!
A suspensão do PCX 150 não possui ajuste de pré-carga da mola e isso também é parte do projeto na Pop, Biz, Lead e PCX. Há muitas reclamações em razão do curso por ser duro e rapidamente bater no fim do curso. Acontece que os scooters não foram feitos para pisos irregulares. Mesmo assim, seria interessante um ajuste na pressão ou no curso para reduzir esse efeito. No teste que fiz com minha esposa na garupa não recebi dela nenhuma reclamação quanto a isso (e ela como garupeira experiente reclama mesmo). Rodamos por vários tipos de asfalto e algum calçamento e passamos por alguns quebra-molas. Não posso afirmar se essa moto de testes já veio com o problema resolvido, mas ele não foi algo que me incomodou.
Freios
Outra grande qualidade desse scooter são seus freios. O PCX 150 utiliza o CBS – Sistema de Freio Combinado Honda. Este sistema permite que você possa frear usando os dois manetes ou apenas o manete esquerdo.
Vale destacar que por não possuir marcha e nem embreagem, o PCX 150 eliminou os pedais de freio e de câmbio – desnecessários. E colocou no lugar do manete da embreagem (lado esquerdo) o freio traseiro e dianteiro em CBS – sistema combinado. Do lado direito fica do freio dianteiro.
O sistema é dotado de três pistões na pinça dianteira (220mm no disco dianteiro) e tambor (130mm na traseira) na traseira. Aqui o barato é como funciona o sistema CBS Honda. Dois dos três pistões do freio dianteiro são acionados pelo sistema destinado apenas ao freio dianteiro. Se você acionar o manete do traseiro sem acionar o dianteiro o sistema acionará uma das três pinças do dianteiro e atuará em conjunto com o freio traseiro que é a tambor. Desse modo a moto freia de forma combinada (dianteiro e traseiro) pressionando apenas um dos manetes. Bem semelhante ao automóvel – um pedal freia as quatro rodas.
Conclusão.
O PCX 150 Honda chega com jeito de marcar uma nova era para estes tipos de projeto onde a tecnologia aliada a boa economia o transforma em uma solução para mobilidade urbana e que ao mesmo tempo posiciona-se como ecologicamente correto.
A Fort Motos Honda Dream forneceu o scooter para testes. O preço sugerido é de R$ 8.000,00.
FICHA TÉCNICA