Honda perto de recuperar fatia histórica de mercado.
A Honda Motos da Amazônia está perto de atingir a fatia dos 80% e de recuperar a histórica participação em vendas de motocicletas no País. A marca já dominou 86% do mercado, mas em 2008 despencou para 70%, voltando a se recuperar a partir do ano seguinte.
Além dos novos produtos, a marca japonesa, pela primeira vez, investe em ações mais agressivas, como o lançamento da versão Bizz Flex no programa BBB, da Rede Globo em 2010. A parceria foi mantida este ano, com sorteio de motos entre os participantes e visitas à fábrica de Manaus e ao centro de treinamento de pilotos em Indaiatuba. Neste ano, também estreou em campanhas no intervalo dos jogos do Campeonato Brasileiro.
Nos últimos anos, com a chegada de novas fabricantes ao País, principalmente de origem chinesa, a líder Honda assistiu sua fatia do mercado despencar 17 pontos porcentuais, de 86% em 2002 para 69% em 2008. Nesse período, o número de empresas saltou de quatro para sete, e as vendas totais de 770 mil para 1,9 milhão de motocicletas.
Nos dois anos seguintes, a Honda conseguiu recuperar parte da fatia perdida, e encerrou 2010 com 77,6% de participação, num mercado de 1,8 milhão de motos vendidas, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave). No primeiro bimestre deste ano, a marca respondeu por 78,8% das vendas, que somaram 278,3 mil veículos. Só na primeira metade de março já chegou a 79,5%.
Hoje, o Brasil tem ao menos 14 marcas com fábricas locais, além de uma dezena de importadores. Em 2010, a Honda ampliou a capacidade de produção da fábrica de Manaus de 1,5 milhão para 2 milhões de motos. Como o mercado brasileiro continuou crescendo, a queda de participação não representou corte no volume de vendas.
O segmento de motos que mais vende no Brasil é o de baixo custo, com veículos na faixa de R$ 4 mil a R$ 5 mil. No ano passado, 64% das vendas no País foram dessa categoria, mais usada para trabalho. Foram 1,153 milhão de unidades, um crescimento de 7,3% em relação a 2009.
Para a Honda, essa faixa responde por 90% das vendas. Mas o aquecimento da economia, que melhorou a renda das famílias, também teve efeitos no setor de duas rodas. Modelos com preço acima de R$ 15 mil, usadas principalmente para lazer, tiveram salto de 30% nas vendas, para 246,4 mil unidades em 2010.
É nesse segmento que a Honda aposta com o início da montagem, em Manaus, da XL 700 V Transalp, que vai custar R$ 31,8 mil. A versão com freio ABS sai por R$ 34,8 mil. A meta é vender 500 unidades ao mês.
Outra super moto que começa a ser importada do Japão é a VFR 1200F, que tem como item inéditos câmbio de seis marchas com dupla embreagem. O veículo não tem pedal de câmbio e a troca de marcha é feita automaticamente ou por botões no guidom. A empresa espera vender 20 unidades ao mês, por R$ 69,9 mil.
O grande mercado de motos mais baratas está no Nordeste. A região fica com 40% das vendas da marca, participação que era de 25% há cinco anos. O custo do transporte também influencia. Ele calcula que uma pessoa que usa o ônibus quatro vezes por dia, para ir e voltar do trabalho, gasta em São Paulo R$ 240 por mês. Dá pagar a prestação de uma moto e ainda sobra para o combustível. A entidade projeta para este ano vendas acima de 1,9 milhão de motos.
Mercado Brasil
1,8 milhões de motos foram vendidas no Brasil em 2010, segundo a Fenabrave
77,6% foi a participação de mercado alcançada pela Honda no ano passado. No primeiro bimestre deste ano, a marca respondeu por 78,8% das vendas
64% das motos vendidas no País são de baixo custo, com preços entre R$ 4 mil e R$ 5 mil. Para a Honda, esse segmento corresponde a 90% das vendas