Opinião: Indignação e desabafo de uma esposa de motociclista
À todos os motociclistas, moto clubes e moto grupos… Estão ai três palavras que passei a admirar, a me apaixonar e a acreditar que, por mais estressante que a dura realidade do dia-a-dia pode proporcionar, tão bem aventurado torna-se o prazer de estar sob tão potente máquina de liberdade e admiração. Forte, poderoso, duro e prazeroso. Sentimento de um motociclista, que com olhar brilhante e envolvido por tão admirável cena, escuta as galopadas de um bruto cavalo aprisionado em um pequeno grande corpo de metal á tremer em suas pernas.
Mas me diga (se assim espero com poucas palavras envolver á todos que aqui lêem e a passar um pouco do quão é grande o valor e o que sela uma moto e um motociclista), porque uma sociedade que respeita e enche a boca ao gritar por valores e por tantas coisas, não respeita e não enxerga, não aceita que motociclista, que amor a moto, que o símbolo pregado em um colete indicando tão profundo respeito à vida, pode ser por um segundo agredido, levado e impotentemente tirado e nada mudado.
Afirmo novamente: Motociclista, antes de tudo separe esta palavra de qualquer “ser” que seja visto pelas ruas a carregar mercadorias, a costurar trânsitos, a causar acidentes imprudentemente, a empinar motos, a desrespeitar sinalizações……entre muitos e muitos, que fama trazem á quem apenas sobe na moto por prazer e por paixão a curtir o que o mundo oferece…viajando, passeando e apreciando. Mas por um momento, por um segundo, todo esse conforto, essa realização, esse êxtase pode ser arrancado, retirado, covardemente desrespeitado, mesmo que sinalizado por um colete, por um símbolo avistado enormemente em você e em sua máquina. E o que fazem: aponta uma arma, um pequeno poder feito das mãos de um homem que te deixa impossibilitado de reagir e ver que sua luta, seu suor, seu trabalho, sua rebolada em apertar as contas, em cortar os gastos, em privar outros sonhos é levado por essa marginalidade, culpa de um governo pichado em letras grandes “SAFADOS” que decidem ter a atitude vergonhosa de não fazerem nada, nada, nada por cidadãos brasileiros, que sustentam essa porcaria de país, que pagam impostos, que trabalham horas por dia, que colocam no bolso o valor das necessidades, não devendo e nem sobrando, como chamo agora” somos intermediários do sustento da porcaria em que vivemos”.E agora, a quem ou o que recorrer, porque nesse país ajudamos aquele que está pedindo em um sinal, aquelas campanhas como doem para fulano, ajudem ciclano, uma criança ainda tem esperança…..pois é…até te tirarem de forma brutal algo seu, e você só sabe o que é isso quando acontece, muitas vezes, na base da ameaça, do trauma, da dor e da morte. Agora me diz, nesse país, o pobre precisa de ajuda, o marginalizado, o drogado, o favelado, o mendigo na rua, e ai vem, a esposa do traficante que fez duzentos filhos e colocou no mundo, o homem que nem precisa trabalhar porque com tanta bolsa educação, bolsa gás, bolsa família nem precisa (poderíamos juntar todas em uma bolsa só “Bolsa Brasil – Use e Abuse”). O presidiário que o governo paga muito melhor do que qualquer frentista, balconista, garçom e como muitas outras profissões exploradas e assalariadas, ao qual no mês vem aquele maravilhoso desconto em seu holerite para manter essa sociedade carente de um chute na bunda e um tapa na cara para parar de sustentar malandro e bandido.
Agora me digam, recorrer a quem? A essas pessoas que ganham para viver, que trabalham, se sustentam e sustentam o governo ao invés de ficar pedindo, “intermediários” do sustento do país. Posso fazer uma campanha, passar o número da minha conta-corrente, ajudei tanto e hoje sou eu quem preciso, posso criar uma associação de motociclistas: “vamos doar R$10,00 para ajudar por mês um motociclista roubado, lesado….que não faz mal a ninguém, que não rouba, que não da prejuízo”. Posso ir ao programa do Jô Soares contar minha história, minha revolta ao invés de ver um Brasil preocupado com uma dupla de sertanejos que está se afogando no dinheiro ou o Criança Esperança….”tenho dois cachorrinhos para criar” (adotados por amor e vira-latas, para serem dois a menos na rua)….porque filho….não consigo…estou sustentando o país ao invés de me sustentar.
Pior, podemos assistir em rede nacional filhinhos de papai, “boyzinhos” se acharem no direito de sustentar traficantes e viciados dentro de uma universidade modelo de educação no país, que reivindicam sim o livre comércio de drogas, a insegurança de circular por noites escuras dentro do enorme campus universitário, pois afinal…a policia não está ali. Ótimo, e morre quem não tem culpa, e a arma vem apontada para o cidadão direito, honesto e impotente de reação. Onde está “o CARA” dos Direitos Humanos, que acha que o certo é estufar o peito e abrir a boca para dizer que bandido também tem direito.
Quero ver esse cidadão dizendo os direitos de uma pessoa que apontou a arma para seu filho e matou ele. Ou quando esse cidadão por legitima defesa atira em quem ia lhe matar por uma pequena besteira. E ainda corremos o risco de sermos presos por nos defendermos….fato que deveria ser direito nosso, isso sim. Defesa, justiça e segurança. E depois ainda falam, porque não pagou o seguro….porque…. já pago as várias merdas de impostos para o governo. Porque pago aluguel, educação, alimentação, carro, telefone, água, luz, internet e moto….minha moto, com seguro obrigatório (leigos de informação vão ver quanto custa isso para a moto), IPVA, etc. Porque não sou aproveitadora desse Brasil que beneficia quem nada oferece a ele e não olha para nós “Intermediários” da exploração. Sim, fui roubada. Sinto muito por todos que também foram, por aqueles que perdem mais que o bem material, principalmente a vida, afetando assim outras vidas.
Não me conformo com a dura realidade e hoje falo por todos os MOTOCICLISTAS , muitos que conheço ou não, que apenas possuem o vício da estrada, o vicio da admirada máquina em sua garagem e o amor pela moto, pelo moto clube, pelo motociclismo e pela vida. Aqui estou na dura esperança de que algo ou alguém de boa fé irá acionar a luz da minha alegria novamente. De poder novamente montar no meu cavalo de metal. E em poucas palavras poder de alguma forma confortar á tantos impotentes de justiça que vivem nesse país chamado Brasil. Dedico ao meu marido e á todos os motociclistas.
“A moto do meu marido foi roubada na noite do dia 01/11/2011 em Piracicaba-SP”. Uma falcon NX 400 Azul/Prata Tribal, com baú Givi de 45 litros e bolha Universal Givi. Por Favor motociclistas, divulguem! Agora recorro a vocês. Qualquer informação denunciem a Policia e envie um e-mail para [email protected] Fonte: Divulgação RockRiders.com.br – Texto escrito pela esposa do motociclista Murilo Montanari [email protected]