DIA DAS MÃES – O filho das mães!
Por mais que a gente tente descrever o que é ser mãe, mesmo na categoria de filho de uma a gente fica sem palavras. Mas, como estamos em um mundo cheio de tecnologia me deixa eu tentar enquadrar o ser mãe dentro da visão que a gente está acostumado a ter.
Imaginemos que mãe seja um conjunto de hardware, software, firmware e sistema operacional. Como seria isso? Para começar é interessante destacar que nenhum hardware que eu conheço modifica-se de dentro pra fora por conta de um novo programa. Isso é a gravidez. As mulheres mudam quase completamente seus corpos para poderem gerar um novo hardware chamado de filho. Elas cuidam de tudo: Modificam seus softwares, alteram todo o seu sistema operacional, reescrevem e instalam novos firmwares e remodelam o hardware quase ao estilo transformers. Tudo isso para poder fornecer todos dados necessários a renderização de uma nova vida que, a cada um que nasce, vem com nova versão. Algo como filhodamãe.com/versaoajoaoemaria/br2.3.
As mães têm uma parceria com o maior Programador do Universo, pois ser mãe significa ser co-programadora, e ter a oportunidade de construir um mundo melhor com essas pedras preciosas chamadas filhos. São elas que têm a missão mais importante da face da Terra, pois é em seus braços que Deus deposita Suas jóias, para que fiquem ainda mais brilhantes. Mães têm poder especial e não precisam ter tido ou não o filho, basta serem mães. Tanto faz se foi por assunção ou por geração, mas se tem sentimento de mãe é vista e tratada como tal. Elas têm ligação direta com Deus, pois tudo o que elas pedem, Deus atende! As mães garantem o respeito até nos lugares de onde a esperança já se foi e entram onde a polícia não entra, ainda que seja para punir o filho que se desviou no caminho. Até o filho bandido respeita uma mãe. Os filhos monstros? Esses a natureza cuida de eliminar. São as mães que retiram da pedra bruta as mais perfeitas esculturas, trabalhando apenas com o cinzel do amor e o cadinho da ternura.
As mães adivinham coisas a nosso respeito, mesmo que escondamos a mil chaves até de nós mesmos. Elas olham pra gente e dizem: “Menino…. o que está acontecendo? Eu to vendo os seus olhos…”. Ai a gente tenta vir com aquelas conversas para poder fugir dos compromissos, inventando desculpas e tentando enganar com nossas falsas histórias. De nada adianta! Nós esquecemos que vivemos felizes nove meses no ventre delas, e por isso elas sabem exatamente como somos. Poucos abrem mão, além das mães, de seus interesses para atender um pequeno ser indefeso e carente. Ninguém tem coração tão carregado de compaixão.
A mesma compaixão que livra a cara do filho, mesmo quando a vigilância do pai é intensa. São as mães que aliviam os castigos, escondem as traquinagens, defendem, protegem, arrumam uns trocos a mais. Mas elas também sabem ser duras e quando o bicho pega… Dói!
Elas parecem que não dormem e quando os filhos chegam em casa acordam para ver como chegaram, se beberam etc. São elas que reclamam da hora e que querem conhecer todos os nossos amigos e dar recadinhos para as nossas namoradas com cara de ciumentas sempre dizendo frases apocalípticas do tipo: “…não gostei. Não vai dar certo.” “Bom rapaz! Quem sabe?” ou a conhecidíssima frase: “Quem ela pensa que é?” As mães acordam no meio da noite para acudir de um pesadelo.
São elas que chamamos quando a coisa fica preta e é delas que nos escondemos quando fomos nós a fazer a coisa ficar preta. São elas que com um simples abraço curam qualquer sofrimento interno e externo, e um beijo é um doce remédio contra qualquer dor da alma. Nenhuma dor é maior do que ver o sofrimento de uma mãe que perde seu filho. O choro é tão forte que a mais terrível das feras se cala e é de quem o diabo, nessa hora, não se ousa rir.
É através da oração de mãe que nasce o inexplicável poder de remover qualquer dificuldade, resolver qualquer problema, afastar qualquer mal. Talvez seja por essa razão que Deus dotou as mães de sensibilidade e valentia, coragem e resignação, renúncia e ousadia, afeto e firmeza.
Para as mães nós nunca envelhecemos. Sempre seremos chamados de meninos e quando bem mais velhinhas e precisando da nossa ajuda e atenção, ainda assim somos obrigados a ouvir: “Menino eu ainda sou sua mãe! Obedeça-me!” E a gente, como bom filho da mãe que somos, baixamos a cabeça e seguimos silenciosos e obedientes.
Neste momento um pouco mais de respeito pelo misto de admiração e respeito por alguém a quem mesmo estando longe e ausente, sempre parece estar ao lado de olho em tudo que a gente anda fazendo. Dizem que mãe a gente só tem uma. Eu costumo dizer que nasci mesmo para quebrar regras e elas começaram com o fato de ter duas mães. Uma me teve e outra me criou e as duas estão vivas, ativas, se falam sempre e eu tenho supervisão dobrada, pois ainda tenho que dosar a atenção para não gerar ciúmes. Sim! Mãe tem ciúmes!
Todas as minhas namoradas tiveram de cara duas sogras, enquanto eu, só uma( que as vezes valiam por duas ou mais). Os meus filhos duas avós. Mas engana-se quem pensa que se brigar com uma a outra encobre. Parecem que elas têm um pacto: ou está amiga das duas ou não está de nenhuma. Lembro-me que quase sempre passava as férias com minha mãe Catarina e deixava minha mãe Darcy de férias. Eu achava que ia poder aprontar todas, pois era visita etc e tal. Engano total. Mais tarde descobri que elas conversavam e eu tinha o mesmo tratamento e supervisão tanto fazia lá, como cá. Mudava apenas o cabelo e o tamanho.
Falar nisso, ambas estão na casa dos setenta. Jovens, ativas, sexys e trabalhadoras. Minha mãe Darcy é Fonoaudióloga e professora aposentada da Universidade de Fortaleza – UNIFOR e ainda atende seus pacientes no sistema home care. Dona Catarina aposentada ganha o mundo evangelizando as pessoas. Visitas, viagens e pregação. Diz que não pode salvar o mundo, mas consegue resgatar algumas almas. As duas acordam cedo e dormem tarde. Passam o dia na rua e através do celular cuidam de controlar a casa e no caso da Dona Darcy ainda controla o papai. Diz ela que depois do Viagra tem medo de deixar o Sr. Rubens solto…
Dona Catarina é viúva e ainda namora. Uma é morena e a outra é ruiva. Uma é alta e a outra mais baixa. Mas as duas são grandes mães e eu um absorto sortudo de poder deleitar-me com seus cuidados e atenções que só as mães conseguem dar. Pelo jeito que elas aceleram passam dos cem. É difícil falar de mãe.
Ora a gente diz que mãe é tudo, ora que mãe é mãe… Que mãe é isso e aquilo, mas a gente só consegue definir o conceito mãe quando entendemos o que significa o amor incondicional e esse amor que as mães nascem com ele, nós só aprendemos em tenra idade. Mães, nós amamos todas vocês por tudo que são e por tudo que foram e ainda pelo muito que ainda haverão de ser.
As mães que nos olham lá de cima, a nossa eterna saudade. As jóias que Deus deixou em vossas mãos somos nós, esses filhos de várias mães que tentam brilhar nem que seja apenas através dos seus amorosos e reluzentes olhos.
Feliz Dia das Mães!