Oi recompõe margens e melhora resultados.
A Oi, que no final de abril anunciou uma oferta para a compra da Brasil Telecom, mostrou margens Ebitda maiores no primeiro trimestre de 2008 tanto na telefonia móvel quanto na fixa e não vê motivo para que os índices caiam ao longo do ano.
Com 1,64 bilhão de reais de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, da sigla em inglês), a margem consolidada da companhia subiu para 36,7 por cento, ante 33,7 por cento em igual trimestre do ano passado.
A empresa reduziu a dependência da telefonia fixa, cuja receita está estagnada. Os serviços móveis responderam por 20,3 por cento das receitas brutas totais e a transmissão de dados por 12,5 por cento. Juntos, os dois segmentos somam, portanto, 32,8 por cento da receita total. Enquanto isso, há um ano, a telefonia fixa local respondia por 84 por cento da receita bruta total, caindo para 67,2 por cento agora.
Questionado pelos analistas se a tendência de elevação da margem veio para ficar, o diretor de relações com investidores, José Luiz Salazar, explicou que a companhia obteve a melhora com controle de custos e compensações nas linhas de receita que vivem queda. Por isso, ele afirmou não ver motivo para que o índice recue.
“A receita tem trocado de linha, da assinatura básica e tráfego local para banda larga e fixo-móvel de longa distância”, explicou o executivo, em teleconferência.
A empresa vem realizando um trabalho de controle dos custos em todos os segmentos e, por isso, na telefonia celular o Ebitda saltou 108,7 por cento, para 382 milhões de reais, e na fixa subiu 3,1 por cento.
Na interconexão, tarifa paga quando uma operadora completa chamada iniciada na rede de outra, a margem “vem se recompondo e já não é mais negativa”, disse Salazar.
Segundo ele, “os custos estão relativamente controlados” e o que exige certa atenção é a provisão para devedores duvidosos (PDD).
No primeiro trimestre, explicou Salazar, a PDD teve alta de 55,2 por cento sobre o primeiro trimestre de 2007 por conta de atrasos nos pagamentos de serviços prestados a governos estaduais e municipais.
De acordo com o executivo, alguns Estados e municípios atrasaram a aprovação de seus orçamentos, o que também levou a atrasos nos pagamentos devidos. “A tendência para o ano é melhorar esse indicador no mercado corporativo”, ressaltou.
A empresa prepara estréia na terceira geração de celular em sua atual área de cobertura para este segundo trimestre. Já a entrada no mercado paulista de telefonia móvel, no qual deve começar na segunda geração, a companhia informou que acontecerá “ao longo do segundo semestre”.
Salazar reiterou que, como ainda depende da mudança na lei, além da anuência prévia da Anatel e do Cade, a compra da Brasil Telecom ainda não surtirá nenhum efeito prático na operação das duas empresas. “Até lá, as duas empresas operam de maneira independente”, disse ele.