Passeando pela Chapada Diamantina – Alex Soares FOX MOTOGRUPO
Após conversarmos com o Malhado, guia local da Chapada, alugamos um carro com motorista local para nos levar a dois passeios, pois o acesso de moto não era fácil, principalmente para mim que não tenho pratica em andar em estrada de terra e nem a moto era apropriada.
Eu e a Fernanda acordamos cedo para tomar café e não perdermos tempo nessa aventura. O carro era um Scort, não sei o ano e seu motorista um senhor da região que também me falta a memoria seu nome.
Saímos da pousada por volta das 09 horas e pegamos estrada em direção a uma gruta chamada Poço Encantado. Andamos cerca de 25 Km de asfalto e mais uns 20 de estrada de chão. Quando entramos na estrada que dava acesso ao Poço Encantado existia um asfalto muito ruim esburacado e com muita poeira. O carro antigo batia mais que bateria de escola de samba. O motorista já acostumado não se incomodava nem com a poeira e nem com a batucada do carro. Mais a frente o asfalto sumiu definitivamente. Agora era estra de barro vermelho e areia. Terra vermelha altamente produtiva. Passamos por fazendas lugarejos e a cor da terra era sempre vermelha. Dá ate para imaginar a cor da poeira que entrava no velho scort!!.
Depois da estrada de terra chegamos ao Poço Encantado. No local existe uma boa infra estrutura com um pequeno restaurante, loja de suvenir e com guias para conduzir os turistas até o Poço Encantado. Para descer até o Poço tinha que pagar uma taxa de R$ 20,00 por pessoa e só descia no máximo 5 pessoas para passar 15 minutos a beira do Poço. O local sempre tinha fiscalização do IBAMA para evitar depredações e fazer o controle.
Para se chegar ao Poço Encantado tínhamos que andar cerca de 80 metros de descida em escada feita nas pedras e mais 20 metros dentro de uma gruta passando por pedras irregulares. Na entrada da gruta era uma passagem bem estreita mas depois a gruta ficava em um tamanho de uma caverna. Não existe iluminação artificial e nem natural. Era totalmente escuro e para podermos enxergar usávamos um capacete com lanterna. A atracão do Poço Encantado era um faxo de luz do sol que passava entre uma abertura nas pedras refletindo na água que deixava da cor azul. Pensamos que não íamos conseguir ver esse fenômeno, pois o tempo estava muito nublado. Chegamos a beira do lago na gruta em silêncio, e quando falávamos era quase sussurrando, admirando tamanha beleza , esperando um faxo de sol sair e quando saiu e podemos ver o tamanho da beleza que a natureza nos reservara. Fizemos todos os registros fotográficos possíveis e depois tivemos que voltar. No lago do Poço Encantado não é permitido banho e uma vez por ano um mergulhador entra no lago para fazer a limpeza do pó que cai do teto da grupa para que a água não fique turva e continue a refletir o raio do sol.
Sim, falando na volta, foi o que mais torturou a mim e a Fernanda, pois para nós exímios sedentários teríamos que subir 20 metros de pedras irregulares e mais 80 metros de degraus também nada regulares. Quando saímos da gruta paramos para descansar e depois enfrentamos a subida dos degraus. Mesmo assim o passeio valeu muito!!
Rumo ao Poço Azul…
Após a subida exaustiva, para sedentários, pegamos nossa “bateria”, Scort, e fomos em direção a outro ponto turístico na Chapada, Poço Azul. Pegamos outras estradas de terra com os mesmos sacolejos, subidas íngremes, descidas grandes e um verdadeiro balé para passar por todos esses desafios para finalmente chegarmos ao Poço Azul. Ou quase chegarmos, pois tínhamos que atravessar um rio a pé para finalmente chegar. Então tiramos os sapatos, arregaçamos as bermudas e atravessamos. Por sorte o rio estava baixo e conseguimos atravessar com as águas escuras nas coxas. Essa travessia ocorreu devido a um caminho mais curto que nosso guia tomou para chegarmos mais rápido.
Quando chegamos ao Poço Azul pagamos uma uma taxa de R$ 10,00 por pessoa. Era por volta do meio dia e a infra estrutura também era muito boa, com um grande restaurante com comida caseira. Para nossa surpresa havia um ônibus com muitos alunos de um colégio da cidade de Feira de Santana fazendo uma excursão pela Chapada que depois vim a descobrir que eram os mesmos que iam ficar na mesma pousada que nós estávamos. A espera foi um pouco demorada, pois só podia descer 15 pessoas por vez, acompanhados de um guia, devido as exigências do IBAMA.
Enquanto esperávamos aproveitamos para admirar a natureza, almoçar e descansar mais um pouco as pernas já tremulas devido a subida no passeio anterior.
Depois do almoço nos chamarão para descer no Poço, mas antes tomamos um banho de chuveiro para tirar o sal e a gordura do corpo para podermos fazer um mergulho nas águas do Poço. A descida não era tão difícil quanto no Poço Encantado. Quando fomos nos aproximando do Poço tomamos conhecimento do quanto a natureza era bonita e nos proporcionara uma oportunidade impar. O Poço Azul tem uma água transparente que se pode ver o fundo dele com grande definição a uma profundidade de aproximadamente de 24 metros. Para fazer o mergulho tivemos que seguir algumas regras básicas como não saltar na água, se mover com suavidade, não mergulhar, usar colete salva vidas e snorkel. O banho dura cerca de 20 minutos.
Cada minuto que passamos no mergulho foi prazeroso e emocionante. Não tínhamos ideia da tamanha beleza que encontraríamos, mas para nossa frustração já tinha acabado nosso tempo e tivemos que sair para dar lugar a outras pessoas e começar a retornar a pousada. Saímos e fomos trocar de roupa para poder voltar ao carro, mas antes tínhamos que atravessar o rio de novo, e para nossa surpresa tinhão vaqueiros levando o gado para beber água no rio e quando nos aproximamos a boiada partiu para cima de nós e os vaqueiros evitarão que fossemos pegos por eles. Eita gado “brabo”!! Após ao susto atravessamos o rio, pegamos a “bateria” e voltamos a pousada enfrentando a mesma estrada de terra que viemos. Chegamos a pousada no fim da tarde cansados, mas muito satisfeitos com o passeio e as belezas conhecidas.
Aleksander Soares / União Motorcycle