Pesquisa Motorola revela mais sobre a Era da Internet na TV
Certa vez foi dito que o brasileiro era um povo audiovisual, mas segundo a pesquisa da Motorola parece que o mundo caminha para isso. Passamos pela era dos torpedos, depois pelas redes sociais, o boom do YouTube, a chegada do Twitter e com ele o retorno dos torpedos e agora as coisas realmente caminham para que o vídeo e a personalização de conteúdo obtido por vários meios seja a nova onda.As pessoas desejam obter informações rápidas no trânsito e ao chegar a casa degustarem e digerirem de forma mais detalhada uma informação que foi produzida especificamente para seu perfil e para as suas necessidades.
Como sempre gosto de dizer, a única certeza deste mundo velho e ao mesmo tempo novo de meu Deus é que tudo muda e vai continuar mudando, independente de ser mudança com ou sem causa. Mas nem tudo nessa onda de mudanças são flores. A maior de todas as crises parece ser mesmo de conteúdo personalizado e por que não dizer exclusivo. As pessoas têm dificuldade de encontrar o que desejam, na medida certa, principalmente quando se trata de vídeos. A pesquisa não revelou se as pessoas estão dispostas a pagar por essa personalização ou exclusividade e o quanto estariam dispostas a desembolsar para ter informação sob medida. Ao que tudo indica a publicidade ainda vai custear este serviço. Talvez esteja aqui um novo filão a ser explorado pelas agências especializadas em internet.
Pesquisa realizada pela Motorola e publicada dia 19 de março de 2010 chamada de Barômetro de Consumo de Mídia 2010 mostra que 69% dos europeus se sentem frustrados por ter de buscar, entre tantas opções, conteúdos de seu interesse, além disso, a segunda edição dessa pesquisa, neste ano, revelou também como os europeus consomem conteúdo de vídeo.
Entre os entrevistados do Reino Unido, 87% compartilham conteúdo regularmente entre seus dispositivos, enquanto estão em movimento e em casa. Já 70% assistem à televisão semanalmente, número maior que a média europeia, de 62%. No entanto, a pesquisa demonstrou um crescimento no número de telespectadores daquele país que acessam conteúdos em outros meios: 52% assistem a vídeos ao vivo pela internet; 34% veem TV sob demanda; e 29% fazem downloads de vídeos da internet ao menos uma vez por semana. Isso demonstra a tendência da procura por diversas fontes. Outro dado levantado pela pesquisa é que mais da metade dos entrevistados no Reino Unido mostrou interesse nas aplicações para TV que permitem personalização de suas experiências nesse meio. Mesmo assim, 69% afirmaram se sentir frustrados por ter de buscar, entre tantas opções, aquilo que é de seu interesse.
A Suécia é o único país, entre os consultados pela Motorola, onde a TV ao vivo não domina as preferências. Lá, os entrevistados disseram que preferem vídeo ao vivo ou streaming pela internet (48%) à televisão ao vivo (28%). Para Steve McCaffery, vice-presidente da unidade de negócios Home & Networks Mobility da Motorola para a Europa, Oriente Médio e África. “Os dados demonstram que estamos entrando em uma nova era para a televisão, que denominamos de Era da internet na TV. A internet, as redes sociais e os smartphones modificaram a maneira como os consumidores de todas as idades interagem com o conteúdo de forma mais intuitiva, individual e interativa possível”.
Conteúdo personalizado
A expectativa é de poder utilizar seus televisores para recomendar programas para pessoas com interesses semelhantes. Dos jovens do novo milênio, 45% gostariam de sugerir conteúdo para seus familiares, amigos e colegas por meio de seus televisores.
Hoje todas as gerações estão meio que emboladas, interagindo nas redes sociais. Os jovens do novo milênio (99%), os da Geração X (99%) e os baby boomers (93%) foram consultados a respeito dos dispositivos que gostariam de utilizar para acessar a mídia social, 70% responderam que seria por meio da televisão, e os computadores (71%) e os telefones móveis (84%).
O que é cada uma destas gerações pesquisadas:
Passaram pelo grande Downsizing corporativo e precisaram procurar segurança no emprego. Filhos dos baby-boomers a geração x é formada por pessoas nascidas de 1970 a 1980. Gostam de trabalhar em equipe, não acreditam em hierarquia e não vêem mistério no computador pois, participaram do surgimento dele.
Geração Y: Nascidos de 1980 a 1990 são jovens, espertos e ousados. São despojados no escritório ou ouvem iPods em suas mesas. Eles querem trabalhar, mas não querem que o trabalho seja sua vida. Antenados na expansão tecnológica buscam qualidade de vida e conforto financeiro.
Geração Z: A grande nuance dessa geração é zapear. Por isso, o Z. Outra característica desta geração é a constante troca que se faz entre os canais de interatividade, zapeando de um a outro, da internet, ao telefone, ao video game, a internet novamente. Para eles o mundo é totalmente tecnológico e virtual.
Em todo momento e em qualquer lugar
Os consumidores de todos os países pesquisados esperam poder acessar o mesmo conteúdo tanto em movimento quanto em casa. Os espanhóis preferem maior mobilidade multimídia (75%), e os britânicos aparecem mais uma vez acima da média europeia (69% contra 61%, respectivamente), pois estão mais habituados a compartilhar conteúdo entre os dispositivos. Quando comparados aos consumidores europeus à média sobe ainda mais (87% e 70%, respectivamente).
O compartilhamento de conteúdo é mais comum entre os jovens do novo milênio (87%), mas os da Geração X e os baby boomers também compartilham regularmente conteúdo (72% e 57%, respectivamente). A ação é feita por meio de várias telas e aparelhos em casa, consoles e televisores. Os computadores e os telefones móveis são os equipamentos mais utilizados para esse fim (43%). Os consumidores que procuram acesso a conteúdos por meio de diversos dispositivos têm uma demanda maior na Espanha (77%) e no Reino Unido (69%). Tal fato pede mais conhecimento para controlar a maneira como o conteúdo será visto.
A influência dos “sempre interconectados”
Oito em cada dez consumidores (77%) reconhecem que a tecnologia móvel integrou sua vida no âmbito pessoal e profissional, enquanto dois terços (66%) admitem ter conseguido proporcionar equilíbrio para sua vida. A pesquisa orientada a jovens do novo milênio, realizada pela Motorola em 2008, apontou que 83% desses indivíduos exercem uma grande influência nas decisões dos pais com relação à contratação de serviços de televisão (Fonte: Motorola Home and Networks Mobility Millennial White Paper, 2008). E aqui uma surpresa: os resultados apurados pelo Barômetro de Consumo de Mídia 2010 demonstram que os pais também possuem influência nas decisões tecnológicas dos filhos, na mesma ou em maior medida. Do total, 33% dos que influem no mundo da tecnologia são baby boomers, e 39% pertencem à Geração X.
A pesquisa foi realizada pela consultoria StrategyOne através de uma enquete telefônica de 15 minutos, da qual participaram 3,5 mil europeus entre 16 e 64 anos. O questionário foi aplicado entre os dias 13 de novembro e 11 de dezembro de 2009, na França, Alemanha, Espanha, Suécia e Reino Unido. Foram estipuladas cotas em cada mercado, segundo idade, gênero e região. As gerações entrevistadas foram: jovens do novo milênio (entre 16 e 29 anos); os da Geração X (entre 30 e 44 anos); e os baby boomers (entre 45 e 64 anos). A margem de erro da amostra é de 1,7% para mais ou para menos em um universo de 95% de confiabilidade para 3,5 mil entrevistados.
Ao que tudo indica, cada vez mais, teremos menos pessoas a gostar de escrever e ler. Será melhor falar e publicar. Talvez um foto, quem sabe. Ou um dia teremos esta minha coluna em versão vídeo. Assim as pessoas a veem, ouvem e depois postam seu comentário por escrito, ou não. Pode ser em vídeo ou em podcast. Independente disso tudo, a minha maior preocupação daqui em diante será entender e fornecer um conteúdo adequado e na mídia correta. Cada um sob medida de forma que atenda as mais diversas gerações e as mais variadas necessidades de conteúdo. É um trabalhão enorme, um grande quebra-cabeça que depois dessa pesquisa começa de se montar na minha cabeça.