Agora é a placa da moto que cai mas um dia já foi a vez de um Kit de primeiros socorros que foi obrigatório nos automóveis. Apenas as empresas credenciadas tinham permissão para fornecer esse equipamento. As famigeradas (e odiadas por muitos que trabalham no setor elétrico – eletrônico) tomadas da nova norma ABNT criou obsolescência de um universo imenso de aparelhos, obrigando os donos a comprar adaptadores fabricados seguindo essa norma que na verdade cria dificuldade para uso de tomadas antigas, nessa nova versão homologada.
Ah, tem a norma brasileira dos capacetes que não considera, como na maioria dos países, as normas internacionais de segurança e obriga todos os motociclistas a comprarem o seu capacete no mercado nacional, com a homologação oficial do INMETRO. Se você comprar um capacete de primeira linha em Miami por exemplo, ele não poderá ser usado no Brasil porque a norma ultra moderna que ele segue é internacional e não reconhecida pelos órgãos competentes do nosso país. Então, parece que às vezes o serviço público não pensa em trabalhar no sentido de melhorar a vida do cidadão, mas sim em criar uma dificuldade que permita aos “amigos” ou até mesmo os próprios agentes, em muitos casos, vender facilidades.
A placa da moto que cai
Não, não é a moto que cai, são as placas das motocicletas que foram alteradas. Agora, elas têm outras medidas e o tipo de material de sua confecção é o alumínio com película refletiva. Essa medida parece ser focada no interesse da segurança do motociclista, porém há um erro de engenharia no projeto dessa placa. O material utilizado, associado ao ponto de fixação definido pela norma e o ambiente em que a placa deve cumprir sua missão de mostrar o número de registro do veículo, não são compatíveis. Em um curto espaço de tempo o material trinca e se rompe pela falta de resistência do material empregado, cedendo à vibração normal de uma motocicleta que trafega pelas nossas (boas) vias públicas.
A fadiga causada pela vibração na chapa de alumínio faz com que ela se rompa logo abaixo da área de fixação. Empresas de acessórios de motocicletas já perceberam a oportunidade e passam a fornecer soluções ao problema. Uma placa adicional mais forte fica por baixo da placa oficial para lhe prestar estrutura e resistência. São os tais “suportes” que se vendem por aí.
Motonliners mandaram e-mail reclamando e pedindo soluções. Não se acha justo pagar pela mudança da placa quando a anterior ainda está boa, porque os Detrans estão obrigando a troca pelo modelo novo, sempre que haja uma nova lacração, e mais ainda. Sendo essa nova, com qualidade deficiente, exige a compra de um acessório para o motociclista se proteger de uma eventual multa pela quebra e consequente ausência da placa.
Na página do Motonline do Facebook, vários comentários giram em torno do problema, que parece sem solução a não ser com custo adicional. As empresas de acessórios já colocaram no mercado vários tipos de solução, apenas fica a pergunta: a quem interessa esse problema, ou seria tanta incompetência dos engenheiros que fazem as placas?
Suportes adicionais, reforços, molduras, etc. Na minha moto consegui uma solução simples, adicionando apenas um parafuso comprido, com três porcas travando umas contra as outras de forma que passe a fixar a placa em um novo ponto, pela parte de baixo. Assim se eliminam as vibrações que provocam a fadiga no alumínio.
Os fabricantes ainda levam um tempo para fazer a adequação do sistema de fixação das placas de suas motocicletas aos problemas criados pela engenharia do DENATRAN. Na nova Honda XRE 190 há uma presilha prevista no prolongamento do para lama traseiro que fixa a placa por baixo, impedindo a vibração.
Entretanto, os modelos de moto fabricados pelo sistema CKD em Manaus que não necessitem de maior índice de nacionalização, vão ficar prejudicados pela inadequação do sistema internacional em relação ao sistema adotado no Brasil.
De novo vamos criar a obsolescência de um sistema internacional por outro que obriga a adequação de um sistema de fixação que não deixe pedaços de placas pela rua. No mínimo engenharia de idiotas.