Relatório da CET contraria o preconceito contra os motoboys em relação a acidentes com motos
Contrariando o preconceito de que um motociclista caído na rua certamente é um motoboy, o relatório da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) aponta que 30% dos mortos nos acidentes envolvendo esse tipo de veículo são motofretistas. Ou seja, a maior parte das vítimas é de estudantes e trabalhadores que usam a moto para transporte.
Segundo o relatório, 278 dos motociclistas mortos em 2009 tiveram sua profissão identificada. Desse total, 52 eram motoboys e 18, vendedores ou autônomo, o que pode indicar o uso das motos para trabalho. Os demais são, por exemplo, estudantes (42), ajudante (37), garçons (9), pedreiros (6) e porteiros (8).
Os especialistas atribuem os casos à facilidade para se comprar motos atualmente, com preços baixos e longos parcelamentos oferecidos pelas revendas. O estudo realizado no HC aponta que, em 2004, os motofretistas eram 51% dos casos de internação por causa de acidentes com motos. Na edição do estudo neste ano, esse índice caiu para 31%.
Despreparo.
A grande quantidade de “novos” motociclistas também é apontada pelos profissionais pela grande participação das motos nas colisões. O relatório da CET mostra que os motociclistas mortos são predominantemente jovens. Foram 428 vítimas no ano passado – 254 tinham entre 18 e 29 anos. Somente nessa faixa de idade os motociclistas estão em primeiro no ranking dos mortos em acidentes de trânsito – nas demais, são os ocupantes de automóveis. Após os 30 anos, o número de motociclistas mortos cai à medida em que a idade aumenta: na faixa de 30 a 39 anos (106), de 40 a 49 (31), de 50 a 59 (9). Chama a atenção o fato que 26 condutores tinham entre 10 e 17 anos, idade insuficiente para tirar a Carteira Nacional de Habilitação. Do total de motociclistas mortos, 401 eram homens e 27, mulheres.