Teste TRAXX FLY 250 – 500 km numa moto com DNA robusto e boa relação custo-benefício
Rodamos 500 km na Traxx Fly 250 em vários tipos de pista! Uma moto com DNA de motores consagrados Honda, com boa suspensão e alguns mimos muito úteis. Uma relação de custo-benefício que compensa uma cavalaria mais baixa. Confira!
O Você e Sua Moto teve acesso a Traxx Fly 250 lançada em 2015. Na realidade esta moto é uma super 200cc e é uma evolução do projeto das Turuna 125. Um motor originalmente Honda, OHC que evoluiu para a 150 Aero, depois cresceu para a Strada 200 e parou na CRF 230.
Analisando a potência dela podemos afirmar que possui apenas 2cv a mais que a Honda Bros 160. A Traxx consegue entregar 16,3cv a 7500 rpm. Já a Honda Bros 160 chega aos 14,7cv. O torque da Fly 250 é de 1,7 kgf.m a 6000 rpm +/- e a Bros encosta ao atingir 1,6 kgf.m.
Assim, analisando as fichas de desempenho podemos dizer que ela concorre mais com as 160cc e 200cc que com uma 250cc. Mas isso não diminui a moto. A razão dela em relação custo-benefício torna-se interessante e vantajosa pelo conjunto oferecido.
Além de ter um DNA Honda, oriundo de motores consagrados como confiáveis e que caíram no gosto dos usuários da marca Honda a Traxx traz ainda suspenção dianteira invertida, suspensão traseira monoamortecida/pré-carga de mola, freios à disco nas 2 rodas, câmbio de seis marchas e alimentada por injeção eletrônica Delphi que proporciona uma boa economia de combustível e sem falhas.
Economia sem perder força
Aliás, uma das vantagens dessa moto é a economia sem perder força. Uma característica dos chineses é gostar de motos com mais força e menos velocidade final. Eles não gostam de correr. Preferem economia e resistência e nesse ponto a moto faz jus a tradição.
Para quem não sabe – o China South Group, do qual a marca Traxx faz parte é conhecida na China como Jialing-Honda, daí a razão da forte parceria.
Uma das coisas que nos chamou a atenção foi a economia e o bom desempenho no trânsito sem muita vibração e grande aquecimento. O sistema de refrigeração por radiador de óleo e a ar garantem rodar com o motor numa temperatura aceitável para cidades como Fortaleza.
A economia nos deixou bem satisfeitos. Andando em razão de pista mista – cidade e estrada – chegamos a uma boa média de 29km/l. Na estrada sempre em sexta marcha a média foi ainda melhor e bateu na casa dos 33,9km/l. Quando exigida no trânsito pesado da cidade obtivemos a marca de 24,3km/l. Nada mal.
Conforto e alguns mimos
O banco em espuma é bom e ela ainda vem com uma grelha para que possa colocar bagagem com ‘stick’ ou uma base para bagageiro. O guidão segue a altura semelhante ao da Brós e em manobras curtas tende a encostar os cotovelos na cintura. Tem que ficar esperto.
Há outros mimos que a Traxx colocou e que realmente são muito bem-vindos, como trava de capacete, guia de corrente fechado, sobretampa no contato, aros de alumínio, quadro reforçado, piscas e lanternas em LED, lampejador de farol e farol com boa luminosidade para pilotar à noite.
Acertaram na suspensão
No Asfalto ela é macia e não se incomoda com irregularidades e tartarugas. Passa fácil sem dificuldade. Na estrada de terra ela roda bem, apesar dos pneus que vem de fábrica não serem para isso. Não decepciona. Em calçamento e terrenos irregulares, até mesmo com garupa o resultado foi muito bom. A suspensão traseira mostra que os chineses acertaram nesse conjunto, o qual entregaram um projeto versátil para quem precisa de várias motos numa só.
Na estrada
Apesar disso e por ser bem leve a estrada não é o lugar onde ela se sente totalmente à vontade. Ventos laterais podem interferir bastante na pilotagem. O motor exige paciência nas ultrapassagens e uma média de velocidade mais baixa. Dá para andar bem a 100km/h. Acima disso fica arriscado.
A acelerar de 0 km a 80km irá levar cerca de 9,9 segundos. As retomadas são interessantes conseguindo sair de 40km/h para 80km/h em 15 segundos. A máxima dela no GPS é de 110km/h e no velocímetro é de 120km/h a qual está no padrão para uma moto com essa conformidade e projeto.
Um ponto que merece destaque é o câmbio de seis marchas. A sexta marcha entra sem perder muitas rotações e o engate é rápido.
UM DNA DE AVENTUREIRA – primeira moto a rodar na Antártida em 2008
A Traxx Fly 250 carrega no seu DNA o fato de ter sido a primeira moto a rodar na Antártida pelas mãos do cearense Francisco José Cavalcante – Bozoka, motociclista expedicionário e jornalista, em 2008. Na época Bozoka pilotou uma Fly 135 que foi preparada com pneus especiais para rodar no continente gelado. Bozoka partiu de Fortaleza rodando na Fly até chegar no porto onde a moto foi embarcada para o feito. A moto foi exposta em vários lugares pela Traxx até que foi desmontada.
O preço da Fly 250 é de R$ 10.500,00 com dois anos de garantia e vem nas cores vermelha e preta. Seria a nossa escolha entre uma moto com 150cc e 160cc pelo conjunto do projeto apresentado.
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