Yamaha MT-03 – 321 cc, não confunda com a de 660 cc, aquela que ficou em produção apenas em 2008 e que deixou saudades. Essa é 321cc e tem promessa de ficar bem mais tempo no mercado. Até porque ela vem do lado negro do Japão, completando a série das MT 09 e MT 07 mas essa que é a mais leve e acessível com 321 cc.
Bom conjunto
O motor tem dois cilindros e o design da moto inteira é bem na linha das suas irmãs maiores, assim como o desempenho. Tudo no mais puro espírito esportivo da marca, nos limites dessa cilindrada claro. Mas não fica devendo muito para motos até maiores que ela. 42 cv a 10750 rpm não é de se jogar fora e não pense que tem que espremer nas rotações para encontrar potência. Ela sai logo em 6500 ~ 7000 giros e cresce forte até a faixa vermelha, de forma que você pode andar forte sem se preocupar muito em manter os giros altos. Mas na hora que puxar aos 8 mil ela empurra como um foguetinho e se você encaixar as marchas corretamente chega logo aos 150 km/h e continua acelerando até 170 km/h, nada mau para uma moto desse tamanho.
O conjunto é bem harmônico para essas condições impostas pelo motor. Suspensão muito bem acertada, mesmo com o farol afixado na direção as condições para o controle na frente da moto se mostram muito bem equilibradas. O mesmo chassi usado na R3 resultou bem acertado para a MT 03 também, diferente de versões de outras marcas. Ao redistribuir as massas partindo de um modelo carenado para uma Naked é comum encontrar frente leve demais e suspensão com problemas de aderência, principalmente se a posição do condutor ficar mais ereta do que na versão carenada.
Na MT 03 isso não ocorre, tanto a altura do guidão como a atitude da suspensão são ajustadas para uma reação positiva da frente ao abordar curvas com ondulações e alternância de inclinação de um lado ao outro. A moto é muito equilibrada, inspira muita confiança.
Motor
Dois cilindros com pistões forjados e quatro válvulas em cada um deles, tem menos da metade da cilindrada da MT-03 anterior mas muito mais da metade da potência. Aquela tinha 48 cv a 6.000 rpm e esta chega a 42 cv @ 10.750 rpm com peso de 168 kg pronta para andar, contra 192.4 kg daquela.
Em termos de performance temos praticamente os mesmos 4 kg por cv em ambas as motos. Quer dizer que cada cavalo do motor deve dar conta de 4 kg do peso da moto e se já era bom para a 660, se torna melhor ainda para essa 321.
Também o câmbio, muito leve e preciso troca rapidamente as marchas para que você possa adequar a faixa de giro do motor à velocidade da moto. São seis as marchas que tem um escalonamento bem ajustado para a faixa de potência do motor, de forma que você possa usar a marcha certa para cada situação, coisa necessária se quiser máxima performance. Apesar dessa categoria ser de entrada, essa característica demanda habilidade com o giro do motor e a marcha correta para cada situação. Só assim é possível tirar o máximo proveito dos 42 cv disponíveis.
Suspensão
É um grande destaque, tanto quanto o motor. A suspensão faz-se parecer ser muito melhor do que aquilo que seu equipamento oferece. Dado o acerto excelente que fizeram para ela, a qualidade do rodar se parece com o de motos com equipamento muito mais sofisticados como garfo invertido e calibração ajustáveis de compressão, retorno e pré-carga. Para um piloto de peso médio ela é macia, sem oferecer instabilidade ao enfrentar pista ruim e ao mesmo tempo firme o suficiente para se atacar curvas rápidas e mudanças de direção precisas. Não transmite vibração ao chassi nem oscilações indesejáveis.
Freios
Muito poderosos esses freios, com o disco de 298 mm na frente, apenas do lado direito, provoca um pouco de torção do garfo, nas frenagens mais fortes mas nada que afete a estabilidade da moto. Devem ser aplicados com suavidade e assim permitem boa modulação, pois apenas no limite é que apresentam um pouco de torção.
O traseiro não trava com facilidade e no caso sem ABS, se mostrou bem sensível e fácil de modular.
Chassi
Mesmo da R3 com muitas triangulações, mostra que ficou bem acertado com o novo posicionamento do guidão, apenas um pouco mais alto.
Normalmente, nas motos que tem versão carenada, com guidão mais baixo a distribuição de massas sobre as rodas muda e força uma nova calibração da suspensão dianteira e às vezes também da traseira. A Yamaha fez bem a sua lição de casa porque nessa versão Naked da R3 a estabilidade e manobrabilidade da frente é perfeita, condizente com a geometria de uma Naked. Não perde a frente por nada e mantém controle em todas as situações, com leveza da direção e precisão nas manobras rápidas.
Guidão mais alto desloca o centro de gravidade mais para trás, quando o piloto está sentado na moto e isso muitas vezes deixa a frente leve demais para o acerto feito na moto carenada, com guidão mais baixo. No caso da MT-03 esse deslocamento foi muito bem compensado pelo dimensionamento correto do conjunto farol e também com a calibração da suspensão.
A nova Yamaha MT-03 não veio substituir a anterior, de 2008. Ela veio para proporcionar uma nova opção de motocicleta, tanto para novos motociclistas como para os mais experientes. A forma que o motor responde permite uma tocada agressiva, de um piloto experiente, tanto quanto calma e tranquila. Ajudado pela curva acentuada mas previsível de entrega de potência e torque, a moto se torna fácil de tocar para um motociclista novato, tanto quanto emocionante e performática para o experiente.
Yamaha MT-03 321cc ficha técnica
Motor |
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Tipo de motor | 4 tempos arrefecimento a líquido, DOHC, 4 válvulas por cilindro |
Cilindrada | 321 cm³ |
Diâmetro x curso | 68,0 mm x 44,1 mm |
Taxa de compressão | 11,2 : 1 |
Potência máxima | 42 cv @ 10.750 rpm |
Torque máximo | 3,0 kgf.m @ 9.000 rpm |
Sistema de lubrificação | Cárter úmido |
Embreagem | Multiplos discos em banho de óleo |
Alimentação | Injeção de combustível |
Sistema de ignição | TCI |
Sistema de partida | Elétrica |
Sistema de transmissão | Seis velocidades constantemente engrenadas |
Transmissão final | Corrente |
Chassi |
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Tipo | Dupla barra periférica em tubos de aço |
Sistema de suspensão dianteira | Garfo telescópico, Ø 41,0 mm tubos interiores |
Curso dianteiro | 130 mm |
Rake | 25º |
Trail | 95 mm |
Sistema de suspensão traseira | Braço oscilante monoshock |
Curso traseiro | 125 mm |
Freio dianteiro | Hidráulico, disco flutuante de 298 mm |
Freio traseiro | Hidráulico, disco de 220 mm |
Pneu dianteiro | 110/70-17M/C (54H) Tubeless |
Pneu traseiro | 140/70-17M/C (66H) Tubeless |
Dimensões |
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Comprimento total | 2.090 mm |
Largura total | 745 mm |
Altura total | 1.035 mm |
Altura do assento | 780 mm |
Distância entre eixos | 1.380 mm |
Distância mínima ao solo | 160 mm |
Peso (incluindo óleo e gasolina) | 168 kg |
Capacidade do tanque de combustível | 14 litros |
Capacidade do óleo do motor | 2,4 litros |
Disponibilidade |
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Cores | Vermelho, preto e prata |
Preço (Tabela Fipe Junho 2016) | R$ 19.754,00 |