Veículos equipados com catalisador irregular pioram a qualidade do ar
A qualidade do ar em grandes centros urbanos, como São Paulo, é preocupante, entre outros fatores, pela quantidade de veículos em circulação equipados com um catalisador ineficiente ou falso. De acordo com dados da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, entre fevereiro e novembro de 2010, 75% dos veículos reprovados na Inspeção Veicular o foram em função das emissões de hidrocarbonetos (HC) e monóxido de carbono (CO) acima do permitido. Além disso, 5% dos carros verificados apresentaram problemas no catalisador. “Esses dados são expressivos e comprovam que a população não dá a devida atenção às emissões nocivas de seu veículo”, comenta Carlos Eduardo Moreira, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Umicore, principal fabricante de catalisador automotivo do País.
Uma das iniciativas para reduzir a taxa de reprovação na Inspeção Veicular e, ao mesmo tempo, garantir melhor qualidade do ar, é a realização de uma pré-inspeção do veículo. Até chegar ao catalisador, onde são convertidos em gases inofensivos ao meio ambiente, os gases gerados pelo motor do veículo percorrem todo o sistema de exaustão. Dessa forma, é fundamental fazer a manutenção preventiva no automóvel para detectar e solucionar problemas, como rachaduras, amassados, vazamentos e furos nos componentes do sistema de exaustão. Além disso, é importante verificar outros sistemas do veículo que influenciam na emissão de gases poluentes, como o de ignição, que engloba velas, cabos e bobinas; o de arrefecimento do motor e, por fim, o sistema de alimentação de ar e combustível. “A revisão periódica é imprescindível, pois permite detectar qualquer problema nesses sistemas e no catalisador. Mesmo um catalisador de boa qualidade depende do bom funcionamento dos demais sistemas do veículo e com esses cuidados é possível evitar a reprovação no momento de passar pela Inspeção Veicular”, acrescenta Moreira.
Outro dado da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) aponta que em 2010 houve um aumento de 76% no número de vezes em que a qualidade do ar ficou imprópria na Região Metropolitana de São Paulo, em comparação com 2008. Neste contexto, outro agravante dos carros equipados com um catalisador ineficiente é o impacto para a saúde da população, uma vez que a emissão de gases poluentes pode causar diversos malefícios.
Confira a tabela:
Gases | Efeitos | Após a catálise |
HC (Hidrocarbonetos) | Causa irritação nas vias respiratórias, anemia, leucemia e câncer pulmonar |
Transforma-se em vapor d’água e gases inofensivos |
CO (Monóxido de Carbono) | Causa asfixia sistêmica, pneumonia e danos cerebrais |
Transforma-se em gás carbônico (gás exalado ao respirarmos) |
NOx (Óxido de Nitrogênio) | Causa ardência nos olhos, nariz e mucosas. Também provoca bronquite, enfisema, insuficiência respiratória e até mutações genéticas |
Transforma-se em N2 (Nitrogênio), que representa 75% do ar que respiramos da atmosfera |
O3 (Oxidantes fotoquímicos, Ozônio e Aldeídos) | Causa irritação nos olhos, garganta e infecções generalizadas |
São originadas das reações fotoquímicas da luz solar com os poluentes: HC, CO, NOx |
Fonte: Umicore
Sobre o catalisador
O catalisador é uma peça que integra o sistema de exaustão dos veículos. Formado por um núcleo cerâmico, o equipamento tem a função de converter até 98% dos gases nocivos do automóvel em gases inofensivos ao meio ambiente. Projetado para ter a mesma durabilidade que o automóvel, o catalisador pode ser danificado por impactos, o que pode comprometer permanentemente o seu funcionamento, sendo necessário efetuar a substituição da peça.
Em caso de necessidade de troca da peça, o consumidor deve exigir o certificado de garantia, a nota fiscal e a embalagem padronizada do produto, garantindo a originalidade do catalisador e o perfeito funcionamento do motor.