Estudo da RAZORFISH e TERRA aponta tendências de incremento do acesso à Internet através de dispositivos móveis
Telefones celulares são uma das principais ferramentas que estão contribuindo para a inclusão digital das classes emergentes, segundo a pesquisa “The Stampede”, realizada pela maior agência de marketing digital e de tecnologia do mundo, a Razorfish, e pela maior empresa de mídia online da América Latina, o Terra.
“Stampede – Conheça a nova Classe Média Digital” estudou o comportamento, no Brasil, México e Argentina, da chamada Classe C, cujo poder está aumentando, e a qual a Razorfish denominou a Nova Classe Média Digital.
O estudo destaca que a penetração da telefonia móvel na América Latina e no Caribe é de aproximadamente 80%, índice muito superior ao da média mundial, cuja taxa é de 58%, segundo dados de 2009.
Em meados de 2009, havia 458 milhões de celulares na América Latina e no Caribe, ou seja, 12% do mercado mundial de 3,97 bilhões de assinantes. Em diversos países como Argentina, Jamaica, Uruguai e Venezuela, os celulares e smartphones ultrapassam os 100% de penetração.
O levantamento esclarece que as mídias sociais são as mais acessadas por meio de celulares, PDAs e smartphones, representando 21% do tempo gasto online por meio dos celulares, seguidas por músicas (19%), esportes (17%), jogos online (15%), vídeos online (12%) e entretenimento (9%). Já o acesso a páginas pessoais, chats, compras online e internet banking ficam em 4% cada um do total de uso da internet via os dispositivos móveis.
No Brasil, 35% dos usuários de telefonia móvel têm acesso à internet por meio do celular. Porém, apenas 5% navegam na Internet por meio dos dispositivos móveis. No México, 25% têm acesso à internet pelo celular, mas somente 6% a utilizam, enquanto na Argentina, 23% possuem acesso à Internet em seus aparelhos e apenas 5% a acessam.
Uma tendência destacada no estudo é o uso do Internet banking por meio de dispositivos móveis. Por exemplo, no México, as pessoas da classe C, que não têm conta bancária, podem transferir dinheiro para parentes nos Estados Unidos por US$ 5, em vez de pagar os usuais 35% de taxa para o banco pela transferência do dinheiro.
Outro dado interessante do estudo é que o dispositivo mais utilizado pelas classes emergentes é o Bluetooth, o qual permite que os usuários evitem os encargos que incidem sobre alguns serviços. O Bluetooth tem grande penetração junto a essa população porque contorna os custos de acesso ainda proibitivos de acesso à Internet e, dessa forma, permite à Nova Classe Média Digital compartilhar conteúdo, assim como acessar jogos e vídeos.
“A tendência aponta que o acesso à internet pelo celular será o maior catalisador para as mudanças sociais provocadas pela telefonia móvel na América Latina”, afirma Joe Crump, Vice-Presidente de Estratégia e Planejamento da Razorfish. “Apesar do custo de acesso à internet pelo celular ainda ser muito elevado, isto começa a equalizar as oportunidades disponíveis para a Nova Classe Média Digital.”
“O estudo corrobora o que vivenciamos na prática e que extrapola rótulos ou categorias. Foi o que aconteceu na Copa e é o que vem acontecendo nas Eleições, por exemplo. Seja pela informação, seja por entretenimento, a internet já é hoje o meio mais democrático para todas as classes sociais. E com menores custos e sem a limitação da grade da mídia tradicional, a Classe C encontra na internet opções que contemplam todos as suas necessidades e gostos”, comenta Paulo Castro, diretor geral do Terra Brasil.
Outro aspecto apontado pelo estudo é que os usuários da classe C querem comprar aparelhos sofisticados, com as melhores funcionalidades possíveis. Eles querem ter o Motorola CUBO, o Samsung Star e os iPhones fabricados na China, a um custo mais palatável.
Os resultados do estudo mostram a importância do acesso à internet pelos celulares para as classes emergentes da América Latina e que as marcas devem explorar o mobile marketing como uma forma de alcançar esses valiosos consumidores.
A Razorfish e o Terra decidiram unir esforços na realização dessa pesquisa com o objetivo de mapear o comportamento digital da nova classe média e dar subsídios para que as empresas, cujos negócios estão voltados a esse segmento da população, reavaliem suas estratégias e invistam nas novas mídias digitais de forma proporcional à importância que elas vêm conquistando junto a essa classe.