Honda NC 700 X – Primeiras Impressões

Honda NC 700 X – Primeiras Impressões

IMG-20140724-WA0090Mais um relato de test ride, dessa vez a vitima(rs) foi a NC 700X da Honda. Tinha bastante curiosidade para pilotar essa moto ou mesmo passar uns dias com ela, pois a NC 700X é uma especie de “pseudo” big trail ou big trail “fake”, a Honda chama isso de “Crossover”, mas basicamente ela é uma moto street/naked com uma suspensão maior, além de ter uma posição de pilotagem com a coluna ereta, fato este que remete a lembrança também do estilo big trail. Na minha visão, uma concorrente direta dessa moto, no mesmo estilo, é a Versys 650 da Kawasaki. Enfim, consegui matar essa curiosidade e dei um rolé na moto.

A NC 700 X segundo a Honda é uma moto voltada para um publico que não quer velocidade mas querpraticidade, autonomia e conforto, a empresa fala em “New Concept” ou “Novo Conceito” que daí deriva o nome NC. Interessante que o motor da NC 700 X compartilha da mesma plataforma do motor de um dos carros da Honda, o Honda FIT 1.4, assim, é como se fosse o motor desse carro cortado ao meio, mal comparando. O motor dessa moto é bem servido de torque em baixas rotações, bem divertido de acelerar no uso urbano, percebe-se que o foco da moto é esse mesmo, não é um motor tão elástico quanto o da Versys 650, por exemplo, que gira muito, o motor da NC vai até 6.500 rpm quando entra na faixa de rotação vermelha chamada também de “red line” e aí vamos até 8.000 giros e acaba o motor da motoca. A moto não vibra, segue a receita dos bicilíndricos em paralelo e inclinado o que gera baixíssimas vibrações, quase imperceptível.

GOPR0228_1406233121698_highO painel é bem simples e vem com o básico: velocidade, rotações por minuto do motor, hora, hodômetro e marcador de combustível, falta um marcado de marchas, a Honda poderia ter adicionado isso mas, por economia de palito, o termo é este mesmo, a Honda não colocou esse plus na moto. No meu caso que possuo uma moto com marcado de marchas, da pra ficar mal acostumado quando pegamos uma moto sem, tinha momentos que não sabia se tava em quarta ou quinta marcha, acho que apesar de tudo essa moto merecia esse item já que na cidade a tendencia é utilizarmos mais a troca de marchas. O painel apesar de pequeno é bem iluminado e tem uma cor de fácil leitura, já vi gente reclamando quanto a isso, questão de gosto, o painel segue a tendencia da Honda de abolir ponteiros analógicos em alguns modelos. A moto não tinha 500 km rodados, ou seja, estava em fase de amaciamento ainda, então tive que rodar de boa sem acelerar muito e exigir tanto do motor.

Freios fantásticos

Os freios dessa moto são fantásticos, aí não tem pra BMW, Triumph ou para qualquer outra. A moto tem freio condizente com sua estrutura e peso, achei bem eficiente, freia bem, mas o segredo disso tudo é que esse modelo vem equipado com o sistema Combined ABS da Honda, que na minha humilde opinião é o melhor sistema desenvolvido para motos, é um show a parte, quando o piloto aciona só o freio traseiro automaticamente é acionado também o freio dianteiro, é um sistema 1×2, não tinha testado ainda esse tipo de sistema combinado de freios, parabéns para a dona Honda.

GOPR0232_1406233148262_highAo contrario do que diz a imprensa e as revistas especializadas, a suspensão dessa moto não é macia, pelo contrário, apesar de ter um curso de suspensão generoso, mas, a moto é bem dura, lembra bastante as motos nakeds. A moto tem uma ciclística de uma 125cc, é muito leve, fácil de guiar, tem banco largo mas faltou mais espuma, poderia ser mais largo também, o banco da Versys é bem melhor, a posição de pilotagem é ereta, o piloto fica sem inclinação, o que pode ser um problema pra quem sofre com dores na lombar ou coisas do tipo. Tem um porta objetos no chamando tanque falso que fica na frente, olha, é bastante útil realmente, você põe óculos, carteira, celular, documentos, cabe até um capacete! Enfim, pratico demais.
O tanque da moto é pequeno, segundo informação da própria Honda é algo em torno de 14 litros, o que da para pensar que a NC não tem uma boa autonomia, ledo engano, existem relatos que a moto numa tocada de 120 km/h faz incríveis 30 km/l, já vi dezenas de relatos na internet confirmando isso, mas nada é perfeito, a Honda fez a cagada de colocar o bocal do tanque debaixo do banco do garupa, não achei nada pratico, por exemplo, para uma viagem ou quando se esta com garupa, se colocar algo amarrado ali, vai ser trabalho sempre para abastecer, o garupa também tem sempre que sair. No caso de levar bagagem, sempre que viajo gosto de levar minhas tralhas amarradas no lugar do garupa, não gosto de baú, no caso da NC, o baú poderia resolver esse problema de abastecimento, sem precisar ficar tirando a bagagem, seria uma alternativa.

Velocidade não é sua vocação

Pilotei ela numa rodovia estadual, que liga Iguatu a cidade de Acopiara, lugar que sempre faço meus testes, o comportamento do motor em alta lembra um pouco a V Strom da Suzuki, depois que passamos todas as marchas, parece uma moto elétrica, até uma certa velocidade o motor parece até que esta desligado, mas é um motor sem sal, não empolga, não é aquele motor que te chama pra acelerar, mas, por ter um torque generoso, o motor responde a altura quando é requisitado e nas retomadas. Não acelerei ao máximo devido aos motivos já citados em linhas anteriores, creio que a NC vá até uns 180 km de final, mas definitivamente velocidade não é a praia dessa moto. Achei o cambio da moto bem barulhento nos engates, mas acredito que isso se deu por conta do tempo de vida dessa peça, a embreagem estava nova ainda.

Achei o acabamento da moto bom, poderia ser melhor, os controles nos punhos são simples (maldita “chinesação” das fabricas), vem o básico como na maioria das motos. O C-ABS não desliga, não temos uma opção de botão para desligar, o ABS fica sempre ativo. A bolha da uma proteção aerodinâmica básica, não protege tanto da ação do vento, se eu tivesse uma NC, era item que trocaria com certeza.

Imbatível para uso urbano

Achei essa proposta da Honda para o uso urbano imbatível, mas para viagens não sei, acho que deixa a desejar um pouco, falta o conforto que uma legitima estradeira tem e falta um pouco de motor também, da para usa-la em viagens? Dá! Claro! Em tese qualquer moto vai para qualquer lugar.


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Redação Geral

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