Mais 3 motociclistas mortos na Anhanguera. Velhas práticas e as mesmas consequências.
O ano está terminando, mas as velhas práticas continuam. Não vou falar de corrupção governamental, mas da corrupção dos valores pessoais. Ontem 3 motociclistas morreram em São Paulo, na Anhanguera, por conta de um acidente provocado por excesso de velocidade e imprudência.
Um acidente não acontece apenas por um fator e a morte como consequência também. São vários somados que se misturam no trinômio homem-máquina e sistema viário.
O primeiro deles é a disposição de querer andar em velocidade maior que a via. Depois vem não estar preparado para isso. Em seguida a via não ser o melhor lugar para isso. Mesmo todo equipado, armadura nenhuma é inviolável e vai conseguir proteger de um guard-rail, por exemplo. Ainda temos o álcool e as drogas ilícitas.
O excesso de velocidade é o outro problema e para fechar a conta, existem outros veículos que funcionam como mais obstáculos e aí, basta que alguém mude de faixa no segundo seguinte para acontecer o acidente que já estava pronto esperando para se concretizar. Daí vêm as consequências.
As mais comuns, além do prejuízo material, são ferimentos, uns graves e outros menos graves ; depois a morte. Com ela famílias enlutadas, empresas sem seus líderes, famílias destroçadas e um prejuízo incalculável e irreparável por toda a vida.
Mas não pára aí. Há ainda o efeito colateral. O grupo, em razão do trauma se desfaz, provisoriamente ou definitivamente. Muitos vendem às motos por medo ou para atender ao pedido de parentes e um mercado que já estava ruim, avança um pouco mais, no sentido da piora.
Há ainda o DPVAT que paga parte desse prejuízo e toda uma estrutura dispensada para socorrer, recolher corpos, motos e limpar a pista e controlar o tráfego. Seria algo normal se ocorresse dentro dos 20% registrados como acidentes não provocados pela imprudência. Mas não é. Este tipo de acidente se classifica dentro dos que estão na faixa dos 80% de imprudência e, por isso, custam tão caro.
Todos sabem o que é permitido e proibido pelas leis de trânsito. Se há a transgressão e a corrupção delas, tudo será feito por vontade própria, pelo livre-arbítrio de querer assumir os riscos.
Você tem o direito de fazer o que quiser da sua vida, mas as consequências serão sempre inevitáveis e incontroláveis frutos de velhas práticas que só produzem os mesmos resultados.
O Natal e o Ano Novo de todas as famílias, mesmo a dos sobreviventes e, ainda a dos ilesos, não serão os mesmos. Vão estar faltando algumas pessoas que poderiam estar ali, presentes e vivas, se não fossem as velhas práticas.