CDC: Os bons, os maus e os golpes.
O primeiro vigarista
O primeiro vigarista de que se tem notícia atuou na França e usava o nome falso de Conde Victor Lustig. Conde Lustig aplicava “conto da guitarra”, um golpe em que o criminoso vende uma máquina para falsificar dinheiro, mas que realmente não funciona.
O Conde escolhia a vítima, riquíssima, que freqüentava uma praia na Coté D’Azur . Registrava-se num hotel defronte à praia e sentava-se bem próximo do milionário. Ia sempre acompanhado de uma mulher lindíssima e exuberante que ficava olhando, de forma sensual, na direção da futura vítima.
Ficavam amigos, almoçavam e jantavam juntos até que um dia, depois de várias taças de vinho, a vítima insistia em saber sobre os negócios do Conde. Fingindo-se embriagado o Conde confessava que falsificava dólares com uma máquina especial. Por conta da insistência, concordava em mostrar a máquina. Colocava papel e tinta, ligava e saíam dólares perfeitos, inclusive com numeração alternada. As notas eram boas porque eram verdadeiras e previamente colocadas na máquina.
Depois de muita pressão, o Conde concordava em vender a máquina, por um altíssimo preço. Recebia, sumia e nenhuma outra nota era produzida. Agora, quem era o louco de reclamar na polícia a compra dessa máquina?
Hoje, muitos golpes e armações são aplicados, tanto em consumidores como em lojistas. Conheça os mais aplicados e como funcionam:
O falso arrependimento -O cliente compra determinado produto, usa e diz que não gostou. Faz uma grande confusão e devolve. Detalhe: uma vez ou duastudo bem, mas tem gente que passa de dez! Às vezes faz isso via internet. Porém, as empresas possuem um banco de dados que identifica esse tipo de cliente e sabem como protegerem-se dele.
O acidente na loja -O consumidor caminha pela loja, leva um tombo, bate a cabeça ou escorrega de propósito (às vezes se machuca mesmo) e exige indenização. Há casos de indenizações milionárias nos Estados Unidos. A justiça lá já analisa melhor tal ação.
A etiqueta trocada -Alguns sistemas de câmeras flagraram esse golpe. O consumidor troca a etiqueta de um produto por outro mais barato. Muito comum em gôndolas de comida, com vinhos e azeites. Hoje com o código de barras fica muito mais difícil, mas usam o artifício de pegar a etiqueta do produto em falta e pegam um similar mais caro. Alguns supermercados retiram imediatamente a etiqueta quando percebem que não haverá reposição daquele produto para evitar ter prejuízo. Apesar de ser um direito do consumidor, alguns se utilizam disso para tirar vantagem da situação.
O golpe dos danos morais -Esse pode ser gerado por uma série de coisas. Vai desde uma discussão provocada com o vendedor, passa pela demora na entrega e pode terminar em barraco grande. Nesse caso também existem exageros e a diferença entre direito do consumidor e esperteza do consumidor é mínima.
A troca do armário quebrado -Nas lojas de móveis pré-fabricados é comum vir faltando alguma peça. O cliente reclama, pede substituição e como geralmente demora pede outra peça. A outra peça chega e não desmontam a anterior e ai pra tirar de volta é um problema.
O lacre recolado -Esse é muito comum. O cliente mexe no equipamento e rompe o lacre. Para não perder a garantia tenta colar o lacre. Alguns chegam ao exagero de usar cola maluca.
O transplante de peças -Acontece muito com motocicletas. A moto é comprada, faz-se seguro e depois registram o B.O. informando que foi roubada. A moto roubada é desmontada e as peças transplantadas para uma outra que foi acidentada e que só resta o chassis. As seguradoras conhecem bem esse tipo de golpe.
A comida estragada -Pode parecer incrível, mas acontece e é muito comum. Acontece de duas formas: cabelo ou unha na comida ou um atestado informando que alguém passou muito mal depois que comeu nesse ou naquele restaurante. Para evitarem publicidade negativa, muitos deles, fazem acordo com os clientes. A imprensa está bem mais atenta a esse tipo de golpe e a divulgação geralmente só é feita quando mais pessoas foram atingidas pelo problema.
O golpe do perfume, da roupa e da bijouteria -Muito comum, esse golpe é usado por pessoas que compram coisas às vésperas de festas grandes e badaladas ou nos finais de semana. Compram, usam e depois devolvem alegando os mais diferentes motivos.
A jóia trocada -Acontece de alguém comprar uma jóia para presentear a amada. A amada recebe a jóia e faz cópia ou retira as pedras e coloca pedras falsas. Volta em seguida, uns três dias depois, com a nota fiscal e a garantia e pede a troca da peça. Geralmente a troca é feita por uma peça de maior valor e não se faz a avaliação se a peça foi adulterada. Quando descobrem é tarde demais.