Coisas da China!

Poucas culturas conseguem resistir e preservar-se tanto tempo como a chinesa. Amigos que por lá andaram voltam afirmando que tudo lá é grande e pensado ao estilo deles, até o mandarim, idioma oficial da China é algo muito difícil de aprender. O desconhecimento ocidental, a reserva e o próprio regime chinês fecharam uma civilização que agora se mostra ao mundo pela força de uma economia que não pára de crescer. A China tem problemas? Quem não os tem? A América está se desmanchando. Ah, mas a América é livre! Depois da geração Bush eu começo a duvidar, a começar por Guantánamo, o assalto ao Iraque, enfim uma aberração a democracia. Muitos dizem: Os chineses copiam tudo e não respeitam patentes!Em parte é verdade, mas quem está na lista de piratas do mundo? Serão só eles? Reclamam que os chineses não respeitam direitos trabalhistas, que os produtos não têm qualidade e que pagam um salário miserável, mas todo mundo compra da China.

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Tendemos sempre a rotular os outros e, na maioria das vezes, por grande desconhecimento de causa a começar pela cultura dos outros, quanto mais diferente, maior pode ser a rotulagem. Há alguns anos para os americanos a capital do Brasil era Buenos Aires e o Brasil seria uma grande plantação de bananas onde as pessoas andavam peladas nas ruas carregando macacos às costas.

Depois da Olimpíada, da qual saiu vitoriosa, a China parece que está sendo vista à olhos nus de preconceito. Mas essa história começa há milhares de anos atrás e foram os chineses os primeiros a desenvolver tecnologias que ainda hoje utilizamos. Os chineses e outros povos dividem a autoria da primeira máquina de calcular, a qual, com o tempo, viria a se aperfeiçoar e evoluir para o computador: o ábaco. A menção mais antiga a um suanpan (ábaco chinês) é encontrada num livro do século I da Dinastia Han Oriental, o Notas Suplementares na Arte das Figuras escrito por Xu Yue. No entanto, a origem exata do suanpan é desconhecida.

Os suanpans ainda são utilizados para outras funções que não contar. Ao contrário do simples ábaco utilizado nas escolas, muitas técnicas eficientes para o suanpan foram criadas para calcular operações que utilizam a multiplicação, a divisão, a adição, a subtração, a raiz quadrada e a raiz cúbica a uma alta velocidade, semelhante ao sistema adotado inicialmente pelos computadores.

A similaridade do ábaco romano com o suanpan sugere evidências de relações comerciais entre o Império Romano e a China. O suanpan padrão pode ser utilizado com números hexadecimais, ao contrário do romano. Outra fonte provável do suanpan são as pirâmides numéricas chinesas, que operavam com o sistema decimal, mas não incluíam o conceito de zero. O zero foi provavelmente introduzido na China pela Dinastia Tang (618-907), quando as viagens no Oceano Índico e no Médio Oriente teriam dado contato direto com a Índia e os árabes, permitindo-lhes saber o conceito de zero e do ponto decimal de mercantes e matemáticos indianos e islâmicos. O suanpan migrou da China para a Coréia em cerca do ano 1400.

Se os japoneses são inteligentes e os ocidentais criativos, os chineses são pacientes e persistentes e isso mostra por que todo mundo está indo para a China na esperança que a economia mundial volte a crescer. A América ainda demora uns dois ‘Obamas’ para esquecer todos os desastres que uma escolha errada pode fazer a uma nação. Pior, o que duas escolhas erradas seguidas podem fazer.

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A cultura que resiste há milhares de anos e se preserva possui uma das maiores obras de engenharia do mundo. A muralha da China ou a Grande Muralha pode ser vista do espaço, tamanha é sua imponência e levou vários séculos em obras.

Globalização?

A globalização dita como uma invenção americana para um problema europeu não é tão nova assim. Há mais ou menos 6.000 anos, na China, a rota da seda que motivou também Marco Pólo, já existia. Fabricado a partir do casulo do bicho-da-seda a tecnologia da seda ainda é a mesma na sua essência. O refinamento da manufatura gerou uma forma primitiva de globalização com a criação de uma rota que ia do Império Romano ao interior da China.

Os fogos de artifício que hoje usamos para festejar passagens de ano, festas tradicionais e os gols da seleção brasileira também foram inventados pelos chineses e quem pensa que eles não usaram isso com fins bélicos engana-se. A invenção da pólvora que permitiu isso foi continuamente aperfeiçoada pelos seus engenheiros militares. É a China que nos ensina sobre estratégia militar e empresarial através dos manuscritos indefectíveis de Sun Tzu . Um livro pequeno de textos curtos e profundos na sua interpretação.

Mensalmente a gente mede a inflação para saber sobre a desvalorização da moeda e do custo do nosso suado dinheirinho. Sim, mas estas duas coisinhas existem também há vários séculos, mais precisamente desde o Século 12 pelas dinastias Song e Jin que nada mais eram que chineses. O papel-moeda que deu origem ao dinheiro foi criado para proteger a exploração das minas de cobre da China e diminuir a desvalorização da moeda. Assim eles também inventaram a inflação .

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Na residências ocidentais a China está presente há vários séculos. Mas vamos primeiro à sua mesa de refeições. Quem come sushi reclama que demora a aprender a comer com pauzinhos, mas quem comia com pauzinhos eram os pouco nobres, pois os ricos comiam de . Sim, garfo! O garfo também é uma invenção da tecnologia chinesa e continua do mesmo jeito que era há uns 4.000 anos atrás.A descoberta foi feita por arqueólogos que ficaram de boca aberta ao saber que ele não veio do ocidente ou do Egito, mas da persistência chinesa. Os primeiros garfos eram feitos de osso.

Mas tem mais. Os chineses inventaram o macarrão também há 4.000 anos e era feito com dois tipos de milhete e não de trigo como é hoje. Quem pensa que a macarronada da nona é italiana desde a raiz engana-se de novo. A receita da macarronada como a conhecemos hoje é recente e deve ter algo em torno de uns 600 anos no máximo, pois a tomate é mexicana, as especiarias africanas e o macarrão chinês. Assim, a macarronada é um dos primeiros pratos realmente globalizados e globalizar é uma invenção chinesa.

Acabou? Não! Na sua casa, na escola e no escritório e em quase todos os lugares existe outra invenção chinesa: o papel . A dinastia Han foi a responsável pela sua criação. Apesar de dizerem que ele vai acabar, o papel ainda resiste há séculos e foi ele que suporta tudo desde 2 a.C. que guardou a base da civilização moderna-o conhecimento.Por volta do ano 200, o papel era usado pra tudo na China. Mapas, documentos e livros, pois é como ainda é hoje: simples e barato, portanto, acessível.

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Mas afoi inventada por um alemão chamado Gutemberg, certo? Errado de novo. O ano de 868 também é chinês e foi nele que foi impresso o primeiro livro. Muitos pensavam que foi a Bíblia impressa por Gutemberg. Mas não foi. Usando caracteres entalhados em madeira os chineses conseguiram realizar as primeiras impressões e, portanto, as primeiras máquinas impressoras. O sistema deu certo a tal ponto que o aperfeiçoaram inventando também os tipos móveis que podiam ser trocados à vontade na prensa. Foi somente no Século 15 que o alemão Gutemberg usaria tipos móveis (antiga tipografia) para dar início ao uso popular da imprensa no Ocidente.

Detalhe importante: Não pagamos nenhum royalt pelo uso da seda, do garfo, do dinheiro, do macarrão, da pólvora e principalmente do papel. Se assim fosse a China seria a nação mais rica do mundo e não precisaria ser taxada de uma nação que copia e nada cria. Se você pensa assim é hora de rever seus conceitos, pois ainda não substituíram nenhuma dessas invenções. Até na medicina com a acunpuntura, antes vista como curandeirismo hoje é curso universitário.

Se você é daqueles que acha que eles são todos iguais, errou de novo. Até a genética deles os ajuda, pois na sabedoria chinesa a verdadeira diferença não está na cara, mas no uso daquilo que você carrega na cabeça-a inteligência.

Como disse Sun Tzu: ” Se você se conhece e conhece seu concorrente, não há nada que temer.” Pelo jeito, em relação aos chineses, nós ainda estamos bem longe disso.

Negócio da China é aquele que dá muito dinheiro; negócio muito vantajoso; grande oportunidade. Assim, se alguém ou algum concorrente seu mandar você ir ‘pra China’, vá! Pode ser que existam outras grandes oportunidades de novos negócios. Não se engane eles demoram, mas as invenções chinesas são para sempre.

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Redação Geral

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