Honda NC 700 X – Primeiras Impressões
Mais um relato de test ride, dessa vez a vitima(rs) foi a NC 700X da Honda. Tinha bastante curiosidade para pilotar essa moto ou mesmo passar uns dias com ela, pois a NC 700X é uma especie de “pseudo” big trail ou big trail “fake”, a Honda chama isso de “Crossover”, mas basicamente ela é uma moto street/naked com uma suspensão maior, além de ter uma posição de pilotagem com a coluna ereta, fato este que remete a lembrança também do estilo big trail. Na minha visão, uma concorrente direta dessa moto, no mesmo estilo, é a Versys 650 da Kawasaki. Enfim, consegui matar essa curiosidade e dei um rolé na moto.
A NC 700 X segundo a Honda é uma moto voltada para um publico que não quer velocidade mas querpraticidade, autonomia e conforto, a empresa fala em “New Concept” ou “Novo Conceito” que daí deriva o nome NC. Interessante que o motor da NC 700 X compartilha da mesma plataforma do motor de um dos carros da Honda, o Honda FIT 1.4, assim, é como se fosse o motor desse carro cortado ao meio, mal comparando. O motor dessa moto é bem servido de torque em baixas rotações, bem divertido de acelerar no uso urbano, percebe-se que o foco da moto é esse mesmo, não é um motor tão elástico quanto o da Versys 650, por exemplo, que gira muito, o motor da NC vai até 6.500 rpm quando entra na faixa de rotação vermelha chamada também de “red line” e aí vamos até 8.000 giros e acaba o motor da motoca. A moto não vibra, segue a receita dos bicilíndricos em paralelo e inclinado o que gera baixíssimas vibrações, quase imperceptível.
O painel é bem simples e vem com o básico: velocidade, rotações por minuto do motor, hora, hodômetro e marcador de combustível, falta um marcado de marchas, a Honda poderia ter adicionado isso mas, por economia de palito, o termo é este mesmo, a Honda não colocou esse plus na moto. No meu caso que possuo uma moto com marcado de marchas, da pra ficar mal acostumado quando pegamos uma moto sem, tinha momentos que não sabia se tava em quarta ou quinta marcha, acho que apesar de tudo essa moto merecia esse item já que na cidade a tendencia é utilizarmos mais a troca de marchas. O painel apesar de pequeno é bem iluminado e tem uma cor de fácil leitura, já vi gente reclamando quanto a isso, questão de gosto, o painel segue a tendencia da Honda de abolir ponteiros analógicos em alguns modelos. A moto não tinha 500 km rodados, ou seja, estava em fase de amaciamento ainda, então tive que rodar de boa sem acelerar muito e exigir tanto do motor.
Freios fantásticos
Os freios dessa moto são fantásticos, aí não tem pra BMW, Triumph ou para qualquer outra. A moto tem freio condizente com sua estrutura e peso, achei bem eficiente, freia bem, mas o segredo disso tudo é que esse modelo vem equipado com o sistema Combined ABS da Honda, que na minha humilde opinião é o melhor sistema desenvolvido para motos, é um show a parte, quando o piloto aciona só o freio traseiro automaticamente é acionado também o freio dianteiro, é um sistema 1×2, não tinha testado ainda esse tipo de sistema combinado de freios, parabéns para a dona Honda.
Velocidade não é sua vocação
Pilotei ela numa rodovia estadual, que liga Iguatu a cidade de Acopiara, lugar que sempre faço meus testes, o comportamento do motor em alta lembra um pouco a V Strom da Suzuki, depois que passamos todas as marchas, parece uma moto elétrica, até uma certa velocidade o motor parece até que esta desligado, mas é um motor sem sal, não empolga, não é aquele motor que te chama pra acelerar, mas, por ter um torque generoso, o motor responde a altura quando é requisitado e nas retomadas. Não acelerei ao máximo devido aos motivos já citados em linhas anteriores, creio que a NC vá até uns 180 km de final, mas definitivamente velocidade não é a praia dessa moto. Achei o cambio da moto bem barulhento nos engates, mas acredito que isso se deu por conta do tempo de vida dessa peça, a embreagem estava nova ainda.
Imbatível para uso urbano
Achei essa proposta da Honda para o uso urbano imbatível, mas para viagens não sei, acho que deixa a desejar um pouco, falta o conforto que uma legitima estradeira tem e falta um pouco de motor também, da para usa-la em viagens? Dá! Claro! Em tese qualquer moto vai para qualquer lugar.