XT 660Z Ténéré modelo 2015 ABS. Mais Domável, Mais Segura e Menos OFF ROAD

XT 660Z Ténéré modelo 2015 ABS. Mais Domável, Mais Segura e Menos OFF ROAD

A Yamaha acertou neste modelo no sentido de “popularizar” a XT 660 Z Ténéré. Por que “popularizou”? Ela está mais baixa, um pouco mais comprida e muito mais segura para o uso urbano e estradeiro em comparação com sua antecessora, os modelos 2013 e 2014. Portanto, amigos leitores, nossa comparação é com ela mesma, e não com outras marcas semelhantes.

Sim, a XT 660 Z está para muitos, tanto para os mais baixos como para os mais altos que não pretendem pilotar em terra.

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Com relação a sua antecessora, a Ténéré 660 está mais baixa, 1477 contra 1450 mm na altura. Facilidade na pilotagem

 

 

 

 

Nos testes anteriores – TÉNÉRÉ. DIFERENÇA ENTRE PILOTAR E DIRIGIR ( Teste Teneré), 20 MIL KM COM A XT 660Z TÉNÉRÉ   (XT660z Tenere ) e TÉNÉRÉ E SEUS 30 MIL KM DE RODAGEM( 30 mil km numa Tenere), faço algumas observações sobre a  “brutalidade” nas re-acelerações e nas frenagens em entradas de curvas, isto é, o piloto está sempre aprendendo a pilotar com esta máquina, pois a sensibilidade e destreza devem estar sempre na lembrança ao pilotar esta moto. O torque continua o mesmo, poderoso e trazendo a mesma segurança nas ultrapassagens.

MANOBRABILIDADE, AGILIDADE e PODER EM CURVAS:

Embora o termo Manobrabilidade e Agilidade pareça a mesma coisa, manobrabilidade é o desempenho em condução em baixa velocidade, como estacionamento, entrada e saída de garagem. Claro, melhorou muito em função de sua altura do assento mais baixo ( 896 mm de sua antecessora contra 865 mm da atual com ABS).

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A altura do banco mais baixa ajudou, em muito, nas manobras de estacionamento, em baixas velocidades

A Agilidade é a manobra em saídas rápidas de obstáculos, trazendo mais segurança em velocidades maiores. Entretanto, senti uma pequena dificuldade neste tipo de condução, talvez porque um pequeno aumento do entre-eixos (5 mm maior) a deixou um pouquinho mais lenta nestas manobras.  Em compensação, em retas a deixou mais  estável.

Graças aos novos pneus Pirelli Scorpion Trail ( sua antecessora é o Metzeler Tourance), o poder de inclinações mais acentuadas se deu com maior segurança. mesmo em curvas mais fechadas. Estamos, falando, é lógico, em solo asfaltado, lugar que este calçado gosta bastante, embora sua ficha técnica seja um pneu misto. Mas no teste em terra verificou-se que ele é muito mais ON do que OFF. Este pneu se dá muito bem em motos com tração eletrônica, mesmo em pilotagem em terra. A 660 Z não possui este tipo de eletrônica, por isso ainda prefiro o Metzeler Tourance, com cravos mais espaçosos para o uso OFF.

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Limite em inclinações mais segura, grip excelente, estabilidade em entrada e saída de curvas, graças aos novos calçados e suspensões mais duras

CONFORTO:

Humm! Meus amigos “tenereiros” irão brigar comigo. Sim, claro que uma moto tipicamente trail não se preocuparia muito em conforto. Mas ela melhorou em dois aspectos:

1- menos vibração graças aos pneus com menos espaços nos sulcos;

2- banco anti derrapante (além de muito bonito), para que o garupa não atropele o piloto nas frenagens emergenciais.

No entanto, senti falta do dispositivo de regulagem na tensão de mola frontal. Pilotando em situações urbanas ( “trails urbanos”) a dureza da suspensão dianteira incomodou um pouco. Na traseira, a suspensão estava no ajuste mais macio (de sete ajustes, estava no segundo ponto da tensão da mola). Mesmo assim, nos buracos, minha garupa e eu sofremos um pouquinho. Em compensação a estabilidade em retas e em curvas ficou ótima. Sem dúvida, a segurança na pilotagem desta Ténéré melhorou bastante. E ainda nem falamos dos freios.

SISTEMA ABS DE FRENAGEM:

Antes de falarmos neste sistema, precisamos retomar a definição de frenagem:

1- freios não param a moto, mas sim param as rodas da moto. Por isso que, em uma frenagem bruta as rodas podem travar e provocar a derrapagem da moto, tanto traseira como dianteira;

2- para frenar é preciso de força. Mas que força? Se a força for repentina poderá provocar o travamento das rodas. Então a força deve ser  p r o g r e s s i v a para não permitir o travamento e, consequentemente, a derrapagem e a possibilidade de queda.

Não é SOMENTE os tipos de freios ( a disco, a tambor, a cabo etc), com seus dispositivos, com cáliper com um, dois, três ou mais cilindros, com pastilhas excelentes, etc, etc, etc. Mas um conjunto de sistemas podem fazer de uma moto ser boa de frenagem, ou não. Suspensão macia ou dura, ângulo de rake (cáster) e trail, borracha do pneu e atrito do solo fazem parte disso. Neste ponto, a XT 660 Z Ténéré está muito boa. Senti, neste teste, que o conjunto está muito bom.

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Sensor do ABS. Evita o travamento das rodas, evitando as derrapagens. Segurança no ON ROAD

O sistema ABS veio ( e não vai mais embora), para não permitir derrapagens tanto traseira como dianteira. DERRAPAR nas frenagens as vezes é necessário, principalmente em manobras OFF ROAD. Mas derrapar em situações urbanas ou estradeiras pode trazer sérios acidentes, pois há aos lados, a frente e atrás do piloto uma dinâmica de trânsito que deve, sim, ministrar uma frenagem  estável. De fato, o ABS dá esta estabilidade no uso dos freios de uma forma emergencial. Mas não se esqueçam: O QUE PARA A MOTO É ATRITO e NÃO É FREIO, pois freios param somente as rodas. O vídeo abaixo mostra a eficiência desse sistema na Ténéré 660 Z, ou seja, a eficiência de não derrapar. Vejam este vídeo como uma forma didática a ser analisado a eficiência de ambos os freios.

Então, imaginem utilizando os freios dianteiro e traseiro em conjunto, dando maior força no dianteiro, pois como vimos, o que para uma moto é atrito, e o atrito maior está, e estará, sempre na roda dianteira, independente de usar a força no traseiro ou no dianteiro. Toda a massa é transferida, deslocada para frente.  Leiam, por favor, o os artigos Pilotagem segura sem ABS e Técnicas de utilização defensiva dos freios

Muito bom! Como o Título dessa matéria diz: “…Mais Domável, Mais Segura e MENOS OFF”.

PILOTAGEM FORA DO ASFALTO (OFF ROAD):

Um participante de uma de minhas palestras disse uma frase que comecei a refletir: “…quanto mas big, menos trail…”

A XT 660 Z Ténéré é considerada a Big Trail mais OFF da categoria. Por favor, comparem nas Big Trails atuais, pois uma verdadeira Trail é aquela que tem cursos de suspensões elevadas, rodas (dianteira) de 21 polegadas, pneus on-off road, altura do solo alta, esguia….

De fato, a atual 660 Z 2015, com ABS deixou de ter muitas de tais características:

1- curso de suspensão mais baixa dianteira e traseira, de 210\95 mm para 160\76 mm;

2- pneus, antes o on-off road Metzeler Tourance e agora o on-on off road Pirelli Scorpion Trail

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Da esquerda para direita: Metzeler Tourance e Scorpion Trail Pirelli. Sulcos menos espaçados no Scorpion: melhor no on e pior no off

 

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Pirelli Scorpion Trail, melhor performance no asfalto

3- ABS não desliga e

4- altura do solo mais baixa.

Mas isso não tirou o encanto na pilotagem fora de asfalto, pois em terra batida ela vai muito bem, suas suspensões são eficientes nos buracos e imperfeições do solo, pois não batem no fim do curso, agilidade e manobrabilidade boas no ON e também no OFF.

Ah! ABS não desliga? De fato, isso é ruim. Mas quem disse que Big Trail deve entrar em curvas na

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Feita para terra, mas a opção do ABS visa o asfalto

derrapagem? Quem disse que precisa pular alto em morros? E quem disse que ABS não ajuda a parar a moto em terra? Afinal, o que para a moto é atrito e não freio. Então, o piloto deve usar a sensibilidade no uso do manete e do pedal de freio para que o ABS não ative. Claro, a pilotagem será muito mais difícil, principalmente em descidas, mas existe o freio motor para ajudar. Mesmo assim a diversão será garantida. Eu disse diversão e não competição, pois “…quanto mais Big, menos Trail”.

CONCLUSÃO:

Sem dúvida, a Yamaha está trazendo a XT 660 Z com ABS para um público maior. Muitos não compraram os modelos 2013 e 2014 por vários motivos, e um desses era o preço com relação as outras marcas que ofereciam muito mais por menos, altura do solo para poucos e falta de opções tecnológicas como o ABS, tendência  até mesmo em motos de baixa cilindrada.

Para os amantes da marca TÉNÉRÉ, esse nome continuará percorrendo os solos ruins e bons desse mundão, com ou sem tecnologia, pois o que vale é a pilotagem, a destreza e o equilíbrio entre a emoção e a razão.

OBSERVAÇÕES FINAIS:

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TÉNÉRÉ, nunca deixará de percorrer estradas ruins ou boas, com ou sem tecnologia. Ela vai longe…

Este teste visa as impressões de pilotagem em relação a performance da segurança, para melhor adaptação do piloto à máquina. Não visa detalhar consumo, motor, ficha técnica, etc, pois acredito que muitos repórteres especializados, com seus canais de comunicação podem nos ajudar nesse tema.

A Yamaha continua com a produção da XT 660 Z Ténéré, sem ABS e com as características das antecessoras, com preços mais baixos. Procure uma concessionária Yamaha.

Agradecimentos:

– Caio Neumann, da IDEAL REPUTATION AGENCY

– Yamaha Motor do Brasil

– HLX veste Carlos Amaral no modo ON ROAD

– Equipe Carlos Amaral & Zuliani Motorcycle Training

Fotos e filme: Geórgia Zuliani

Avaliador de Performance: Carlos Amaral

Texto: Carlos Amaral

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Amaral Instrutor

Especialista em Trânsito Brasileiro, Carlos José Amaral é Diretor Operacional da Carlos Amaral & Zuliani Motorcycle Training e escritor de artigos sobre técnicas de pilotagem defensiva e comportamentais e avaliador de performance (piloto de testes) Autor do Guia de Pilotagem Segura, produzido e editado pela Porto Seguro Cia. de Seguros Gerais. Instrutor de Pilotagem e Palestrante na empresa Carlos Amaral & Zuliani Motorcycle Training e na empresa Porto Seguro Cia de Seguros Gerais.

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