São Paulo: Motociclistas reivindicam mais segurança contra roubos.
Por Tite Simões.
A cena já é corriqueira em São Paulo. Um motociclista, pilotando moto de médio ou grande portes, é abordado por indivíduos em duas ou três motos, que sacam as armas e praticam o assalto. É uma ação rápida, que não demora mais de dois minutos e os ladrões conseguem escapar facilmente pela natural mobilidade das motos. A diferença é que recentemente os ladrões começaram a atirar primeiro para facilitar a ação.
Motociclistas estão sendo alvejados, com a moto ainda em movimento, para evitar o acionamento de alarmes ou qualquer dispositivo anti-roubo. “Antes os ladrões cercavam a vítima com uma ou duas motos, mostravam a arma e já saiam em fuga. Com o aumento do uso de sistemas anti-roubo acionados pelo celular, os ladrões atiram para evitar que a vítima acione os serviços de busca”, afirma Geraldo Simões, jornalista, 53 anos, que já passou por três assaltos a mão armada nos últimos 12 anos. E nenhuma moto foi recuperada.
Em novembro um casal foi assassinado na avenida dos Bandeirantes, zona sul de SP, em mais uma tentativa de roubo da motocicleta esportiva Honda CBR 1000RR. A partir desta ação um grupo de motociclistas decidiu fazer um movimento pedindo maior empenho da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo no sentido de reduzir as ocorrências.
“Não podemos mais assistir a tudo isso, esperando quando será a próxima vez”, desabafa Geraldo. “As motos não são desmanchadas, como pensam a maioria, mas continuam em circulação e são usadas em novos crimes”, explica o jornalista que descobriu dois dias depois de ser assaltado que sua moto havia sido filmada em um outro assalto.
Cansados desta situação, motociclistas decidiram fazer um buzinaço pela paz, no domingo, dia 13, no estacionamento da Praça Charles Miller, no Pacaembu. “Não pretendemos levar faixas de protestos, nem camisetas com fotos de vítimas, mas chamar a atenção para esta situação que já está se tornando rotina”, adianta Geraldo Simões.
Segundo ele, as motocicletas esportivas são o alvo mais cobiçado pelos ladrões e os ataques acontecem geralmente nas estradas. “Eles ficam de campana nas estradas, sempre próximo a São Paulo, à espera de um motociclista, de preferência sozinho. Perseguem, apontam a arma e se o motociclista não parar atiram”.
Outro “modus operandi” dos ladrões é abordar nos bairros nobres, pouco vigiados. “Eles não se intimidam mais com câmeras de vídeo, ou guardas-noturno, a ousadia é diretamente proporcional à sensação de impunidade”. alerta Geraldo.
Serviço: Buzinaço pela Paz
dia 13 de janeiro, domingo, na Praça Charles Miller, Pacaembu, SP
A partir das 10:00 horas da manhã.