YAMAHA MT 09: Equilíbrio e mistura de sentimentos e emoções

YAMAHA MT 09: Equilíbrio e mistura de sentimentos e emoções

 

YAMAHA MT 09: EQUILÍBRIO DA MÁQUINA, MISTURA DE SENTIDOS E EMOÇÕES.

Uma moto equilibrada em seu conceito físico, onde o piloto experimentará várias sensações ao pilotá-la. Mas precisará de muito controle emocional para tirar pleno proveito desta incrível máquina. Sim, há uma mistura de emoções, começando pela dúvida que surge ao olhar seu desenho e entender que estilo de moto é esta. Sei que é uma pura Naked, com sua intimidade a mostra, um motor de três cilindros em linha de 847 cc, compacto, lindo, mas com uma suspensão de curso mais alto do que a maioria das Nakeds do mercado, com um “desconforto confortável”, e banco afinado com posição de pilotagem bem à frente, trazendo uma sensação de pilotagem Motard, instigando manobras radicais de

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wheeling e, entre estas variações de sentidos, ao acelerar esta moto surge um torque muito bom de 8.92 kgf-m desde as primeiras rotações, puxando 191 quilos de peso líquido aliado a uma potência máxima de 115 c.v., confundindo, assim, a uma moto esportiva, se não fosse sua posição de pilotagem.  Então, vamos entender o que estou dizendo.

Três Estilos em Um:

Pilotar uma moto já trás sensações incríveis e deliciosas, ainda mais se for um estilo que nos remete a um prazer triplo de pilotagem:

NAKED:

Motor e escapes a mostra, chassi em alumínio sem emendas, leve e compacto, tipo diamante, emite um desenho agressivo e simples, de personalidade ímpar, que atrai olhares fixos por onde ela passa.

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MOTARD:

Acho que está aí a diferença de suas principais concorrentes, ou mesmo das Nakeds atuais. A posição de pilotagem é muito parecida com as motos de estilo motard. Por favor, senhores especialistas, estou dizendo posição de pilotagem e não ciclística motard. O Piloto fica bem à frente da moto, ereto, com o guidão largo e próximo ao corpo e pernas recuadas. Os braços ficam flexíveis, trazendo uma pilotagem prazerosa, esportiva e muito segura, pois sente a moto na mão. É uma posição que leva o piloto a sentir vontade de abusar nas manobras, digamos, menos defensivas. Entretanto, o que faz a maior diferença nesta moto é a sua suspensão. Na maioria das Nakeds o curso de suspensões varia entre 120 a 125 mm, para aumentar o desempenho entre velocidade final em retas e estabilidade em curvas. De fato, é um curso bom, mas o piloto e garupa sofrem um pouco nas imperfeições de solo, como buracos, valetas e defeitos variados em nosso asfalto. Na MT 09 o curso de suspensão está com 137 mm na dianteira e 130 na traseira e, portanto, não senti desconforto nenhum ao pilotar em nossas ruas e estradas, além do mais, aliado ao entre-eixos de 1.440 mm e ângulo de cáster de 25°,00, a estabilidade em curvas ficou excelente e sem “tremedeiras” nas retas em velocidades maiores.

ESPORTIVA:

É entendido como moto esportiva aquela que gosta de velocidades finais, asfalto e vestida com carenagens para melhor aerodinâmica. Mas também devemos entender que motos esportivas são aquelas que misturam asfalto com terra, aquelas que andam em trilhas, pulam obstáculos, etc. A MT 09 mistura estilos on-road que gostam muito de pistas sinuosas e velocidades finais. Com 115 c.v. de potência a 10.000 rpm e calçados com os excelentes pneus Bridgestone S20 Batlax Hypersport, esta moto foi feita para deslizar em retas e curvas com muita emoção e estabilidade. A novidade está no motor de três cilindros em linha com tecnologia Crossplane

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(virabrequim de 270°). Mas o que isso significa para a pilotagem? Re-acelerações lineares desde as mais baixas rotações. Para ser mais romântico o motor de três cilindros fica entre as batidas descompassadas dos V-2 e a lisura dos motores quatro em linha. Com o torque iniciando nas mais baixas rotações, a moto poderá estar em sexta marcha, a 2.000 rpm, entre 50 km/h e re-acelerar sem precisar baixar marchas, que este motor acende repentinamente. Emoção? Sim, mas principalmente segurança nas ultrapassagens. O som dos pistões subindo e descendo, aliado ao silenciador é uma música boa, que vai da suavidade para um rugido leonino se preparando para a presa. Possui três módulos de acelerações: modo “B” o mais suave, com acelerações e desacelerações mais brandas; o modo STD, acelerações um poucos mais sensíveis ao toque do acelerador, é o modo “normal” dessa moto; modo “A” é o modo mais emocionante, onde o piloto dever ter cabeça no lugar e segurar as emoções para não fazer besteira. Acho que entenderam, não?

Mas como nem tudo é perfeito…

Conforto X Estilo

A MT 09 é estreita, com bancos com pouca espuma. E para quem tem nádegas sem tanta carne, pilotar esta moto por mais de cem km de distância sem parar poderá causar umas dores na bunda. Mas isso não tira a essência do estilo puro Naked, pois o conforto está na posição de pilotagem com relação às motos esportivas. Porém, não é nada bom para o garupa, que, embora sua posição seja ereta, as pernas ficam muito dobradas, pois a moto é curta. Se o piloto acelerar forte e se

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o garupa não estiver segurando em seu condutor, ai, ai… Quer saber, é uma moto individual, e se você quer fazer uma viagem mais longa com garupa, vai ser muito cansativo para os dois. Uma pequena melhoria seria colocar um protetor para que as botas não raspem na balança traseira ( ou quadro elástico) e arranhe o mesmo.

Segurança

FRENAGENS:

Possui ABS de última geração que propicia frenagens estáveis e sem sustos. Porém, com esse sistema de freios em conjunto com o ângulo de cáster o piloto deve se preocupar com as tocadas repentinas no freio dianteiro. Meu conselho é frenar com muita progressividade, mesmo com o sistema ABS ativo,

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pois ela tem a tendência de subir facilmente a traseira nas frenagens sem tanta sensibilidade.

ESTABILIDADE

Em retas e curvas: Perfeita! Pensei que nas retas a MT teria algumas oscilações devido a falta de carenagens e curso de suspensões mais altas, mas foi lisa, estável e com sensação de muita segurança. Nas curvas? Nem precisa falar. Com entre-eixos e cáster já mencionados, junto com a linearidade nas re-acelerações, esta moto nasceu nas curvas.

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Conclusão

É uma moto que nos remete a sensações diversas, feita para pilotos experientes nas técnicas e psicologicamente equilibrados, pois pilotar a MT 09 nos induz a certas atitudes que poderá nos levar a tentações em manobras nem tanto seguras. Mas, sem dúvida, eu gostaria de tê-la em minha garagem.  Seu consumo, medido em estradas e situações urbanas, ficou em exatos 17,54 km/l.

A Yamaha está segura de si, trazendo esta moto para o público e dando à concorrência a oportunidade de pensar mais em estilos diferenciados como as MTs.

Opiniões de quem a pilotou

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Thiago Zuliani:

“A moto MT 09 apresenta uma proposta de pilotagem que não há no mercado outra moto igual. É difícil explicar o tipo de pilotagem que ela proporciona: é um pouco esportivo com um toque de pilotagem motard e posicionamento de uma moto urbana. Falarei aqui algumas impressões que tive com a Yamaha MT – 09. Na primeira pilotagem já mostra que é uma moto arisca e que se deve tomar cuidado ao tocar em seu acelerador, uma moto com muito torque e que dá medo na primeira pilotagem, no entanto após alguns Km pilotando, consegui me unir de corpo e alma com a moto e utilizar de seus pontos fortes. Utilizei os três modos de pilotagem (Std, A e B) e na cidade (em transito pesado de São Paulo) optei por utilizar o modo B, que é o modo mais “tranquilo” da MT 09, utilizei apenas o modo A em rodovia, onde eu poderia andar nas ultimas marchas e testar a sua estabilidade, na qual não houve problemas. No meio do trânsito, já no modo B, senti que a moto quer ser acelerada e é muito ágil, por ter algumas característica de motard, a agilidade dela me impressionou e com o controle da aceleração adequado não tive sustos. E na chuva? De noite? Efetuei testes na chuva utilizando o modo Std e a noite a iluminação foi eficaz.  O ABS fez o trabalho bem feito e não houve sustos na pista molhada, não houve as tradicionais saídas de traseira ou de frente, também não tive problemas em altas velocidades, mesmo na chuva e com ventos fortes, a moto se mostrou estável. Em testes no curso de pilotagem defensiva, senti que é uma moto muito arisca e forte em arrancadas, no entanto faz curvas rasgando o chão com suas pedaleiras.”

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Marcello Bedoni:

Tive a oportunidade de pilotar esta moto em um local fechado, onde realizávamos um curso de pilotagem segura,  e a minha sensação foi muito boa.  Tenho uma moto de 3 cilindros de uma outra marca, e me surpreendi quando acelerei a MT 09 e senti que ela já despeja a potência mesmo em baixas rotações, pois a  minha só da mesmo para sentir após os 4000 giros. Adoraria ter pilotado esta moto em uma estrada. Na minha visão a moto é excelente

 

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Richard B. Ferreira:

Sem dúvida, é uma moto muito divertida. “Me impressionou” com o equilíbrio, arrancada,  frenagem e estabilidade em curvas. É uma moto muito interessante, alias acabei de falar muito bem para um amigo que está buscando uma magrela incrível e recomendei. Foi um prazer testá-la neste domingo.(dia 8 de Março de 2015, Curso de Pilotagem para Gestores e Gerentes da Porto Seguro)

 

AGRADECIMENTOS:

Aos alunos e amigos que deram sua opinião ao pilotar esta moto: Richard B. Ferreira, Sérgio Scalise, Fabio Camargo, Richard Dametto, José Laerte Dutra, Emerson Santos, Michel Góes e Marcello Bedoni.

Porto Seguro Cia de Seguros Gerais, CCR Via Oeste e Caravela Pousada em Ilhabela-SP (www.caravelapousada.com.br). Carlos Amaral veste HLX Racing e MT Helmets.

Caio Neumann da Agência IDEAL e YAMAHA MOTOR DO BRASIL

Texto: Carlos Amaral – Fotos, Filmagem e Edição do Texto: Geórgia Zuliani

Pilotagem nesta edição: Carlos Amaral e Thiago Zuliani

FICHA TÉCNICA:

  • Comprimento Total 2.075 mm
  • Altura do Assento 815 mm
  • Peso Líquido 191 Kg
  • Distância entre-eixos 1.440 mm
  • Motor 4 tempos,  DOHC,  refrigeração líquida, 12 válvulas
  • Quantidade de Cilindros 3 cilindros
  • Diâmetro x Curso 78,0 mm x 59,1 mm
  • Taxa de Compressão 11,5 : 1
  • Potência Máxima 115 cv / 10.000 rpm
  • Torque Máximo 8,92 kg-m / 8.500 rpm
  • Sistema de Partida Elétrica
  • Capacidade do Óleo do Motor 3,4 L
  • Capacidade do Tanque de Combustível 14 litros (2,8 litros reserva)
  • Sistema de Ignição TCI
  • Câmbio 6 velocidades
  • Pneu Dianteiro 120/70 ZR 17 M/C (58W) Bridgestone S20F / Dunlop D214F
  • Pneu Traseiro 180/55 ZR 17 M/C (73W) Bridgestone S20R / Dunlop D214
  • Freio Dianteiro Disco duplo hidráulico 298 mm (ABS)
  • Freio Traseiro Disco hidráulico 245 mm (ABS)
  • Suspensão dianteira / curso Garfo telescópico / 137 mm
  • Suspensão traseira / curso Balança traseira tipo Monocross com link / 60 mm (curso roda: 130 mm)
  • Cilindrada Real 847 cc
  • Cores Matt Grey, Deep Armor, Blazing Orange

 Outras FOTOS de Geórgia Zuliani feitas para o teste:

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Amaral Instrutor

Especialista em Trânsito Brasileiro, Carlos José Amaral é Diretor Operacional da Carlos Amaral & Zuliani Motorcycle Training e escritor de artigos sobre técnicas de pilotagem defensiva e comportamentais e avaliador de performance (piloto de testes) Autor do Guia de Pilotagem Segura, produzido e editado pela Porto Seguro Cia. de Seguros Gerais. Instrutor de Pilotagem e Palestrante na empresa Carlos Amaral & Zuliani Motorcycle Training e na empresa Porto Seguro Cia de Seguros Gerais.

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